A felicidade real
“Dessa forma, como ensina o evangelho, um acontecimento feliz que traz consequências funestas é mais triste do que um fato aparentemente ruim, que acaba por produzir o bem”
“Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados”, afirmou Jesus na bela passagem das bem-aventuranças, quando o Mestre, falando à multidão, revela lições e ensinamentos de consolação e esperança, que constituem o caminho do amor e da verdadeira felicidade. As bem-aventuranças são também bênçãos prometidas àqueles que seguem suas orientações, cultivando a resignação, a paciência, a humildade, a pureza de coração e a mansidão.
Em contrapartida, o espírito encarnado, em passagem educativa pelo planeta Terra, por vezes, esquecido de sua filiação divina, segue aflito e impaciente; por outras, incrédulo e vacilante, ainda com olhos e ouvidos fechados para as verdades eternas, buscando no imediatismo do mundo a felicidade que o mundo não pode lhe dar.
Sob a ótica da Doutrina Espírita, os sofrimentos podem ser compreendidos como advertências de que o homem não andou bem e são um convite para interrogar sua própria consciência, buscando a fonte dos males que o afligem. O que poderia ter evitado? Se tivesse feito de outra forma, estaria na mesma situação? São algumas reflexões que devem ser feitas por aquele que sinceramente busca reformar-se, corrigindo os passos em desacordo com os padrões do evangelho de Jesus, que nos informa que a felicidade, assim como a infelicidade ditas no mundo devem ser analisadas não pelo fato em si, mas pelas consequências felizes ou infelizes em que resultem. Dessa forma, como ensina o evangelho, um acontecimento feliz que traz consequências funestas é mais triste do que um fato aparentemente ruim, que acaba por produzir o bem.
Sempre esclarecedora, D. Isabel Salomão de Campos afirma que “nascemos para sermos felizes. Sofrimento é coisa do mundo que nos domina”. Nascemos com a oportunidade do reajuste e do acerto, segundo a mensagem de Deus, tendo como roteiro o Cristo. “O sofrimento, bem como a felicidade, é o eco da nossa vida”, nos alerta D. Isabel. Assim, ela nos orienta a buscarmos viver o bem, a fim de que nos elevemos, para que os problemas e as dificuldades não perturbem nossa evolução.
Busquemos Jesus, nosso Amigo sempre presente, a fim de que com seu amparo, acertemos nossos passos, renovando-nos em seu Evangelho, na certeza de que a felicidade real se traduz na nossa perfeita integração com o Pai: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.