Advento


Por EQUIPE IGREJA EM MARCHA - LEIGOS CATÓLICOS

07/12/2013 às 07h00

O leitor sabe a que se refere a expressão tempo do advento? Refere-se às quatro semanas que, na liturgia, precedem a festa do Natal e com as quais a gente se prepara para essas festas. Todo cristão é também chamado a saber (saborear) que, na liturgia, a gente celebra um único tempo: o tempo de Jesus. Jesus, que os cristãos confessam ser o ungido do senhor ou, em termos gregos, o Cristo do senhor.

Os primeiros cristãos tinham consciência muito aguda desse tempo: tempo novo, últimos tempos, um hoje e um agora, digno de ser celebrado sempre. Essa novidade dos tempos e essa ultimidade dos tempos não se referiam a uma mudança mágica das coisas do mundo ou das situações materiais da vida, nem sequer indicavam que isso era fácil e estava próximo a acontecer. É verdade que alguns cristãos pensavam assim e até deixavam de trabalhar, na expectativa do fim do mundo e da novidade a vir. Mas São Paulo combateu essa visão e explicou que o novo já está presente, no aqui e agora da História humana; que esses últimos tempos são os que já estamos vivendo; são os tempos de qualquer geração; é o hoje e agora da História de cada ser humano e da humanidade inteira, desde que se reconheça e se viva a novidade que Jesus trouxe.

E qual é essa novidade? A novidade é que, com o advento (chegada, vinda) de Jesus à História, a humanidade, de certa maneira, amadurece. Tem consciência de que a História pode caminhar para a realização do reinado de Deus entre os homens; e tem a força que o Espírito Santo lhe dá para trabalhar nesse sentido, para essa meta. O reinado de Deus é o reinado da justiça de Deus, que implica o profundo respeito que Jesus viveu para a dignidade da liberdade do ser humano. Jesus mostrou, vivendo todas as peripécias da vida humana, que o reinado de Deus na terra é obra que cabe a nós realizar em nossos tempos, no hoje e no agora da nossa vida, seguros de que, para execução dessa obra, contamos com Deus, que é pai. Pai que respeita a liberdade, a iniciativa e a decisão do homem.

Afirmamos, logo no começo, que a liturgia celebra sempre esse acontecimento, que é a vida de Jesus, e é por isso que, ao longo do ano, a liturgia vai passando as etapas da vida de Jesus, do nascimento à morte/ressurreição. Por isso é que as duas festas principais da liturgia são a Páscoa e o Natal, preparadas pela quaresma e pelo advento.

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