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Efeitos do clima

editorial
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Cidades de pelo menos dez estados estão sendo afetadas por fumaça resultante de queimadas na Amazônia em decorrência da mudança climática. Imagens obtidas pelo Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos mostram a concentração do monóxido de carbono sobre uma faixa que se estende do Norte do Brasil até as regiões Sul e Sudeste, passando ainda pelo Peru, Bolívia e Paraguai. Além de danos à saúde, as queimadas, de acordo com o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro,já consumiram 3,2 milhões de hectares da Amazônia.

As secas extremas que estão sendo registradas no país deverão provocar novos danos, uma vez que a estação das chuvas, ante a instabilidade do clima, deverá atrasar, só ocorrendo a partir da segunda metade de outubro. O Governo federal já criou uma sala de situação e deve agir em coordenação com os estados.

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Neste cenário, o trabalho dos bombeiros é redobrado, pois, além dos incêndios, lutam contra a precariedade dos equipamentos em boa parte das unidades do país. Há um generalizado sucateamento provocado por inações governamentais, que só avaliam a situação quando ela está crítica, como agora. Além disso, o número de policiais é cada vez menor, sem que o número de contratados supere a faixa de aposentadorias e outros tipos de afastamento.

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Juiz de Fora também está diante de uma série de incêndios. A cidade passou a quarta-feira sob uma paisagem densa, fruto da fumaça dos diversos focos de queimadas. O Morro do Cristo foi um dos pontos que mais chamaram a atenção, como é possível ver nas imagens do repórter-fotográfico Leonardo Costa, que registrou o fenômeno por volta de 3h30 da madrugada. As chamas foram controladas, mas ainda ocorrerem focos em outras regiões.

Incêndios em pastagem nesta época do ano são comuns, mas há dados que apontam que o número de ocorrências tem aumentado, sobretudo por conta do clima que se tornou instável nas últimas décadas resultado do aquecimento global. O volume de chuvas caiu ostensivamente em algumas regiões, que agora são áreas de preocupação.

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Mas não dá para atribuir somente à natureza o que ora ocorre pelo país afora. O fator humano tem grande relevância nas estatísticas, fruto de descuido ou de ações deliberadas. Uma simples “binga” de cigarro pode levar a incêndios de grandes proporções. Há, ainda, os aceiros inaquados que, em vez de conter queimadas controladas acabam ampliando a propagação das chamas.

O Hemisfério Norte vive situação semelhante nesta época do ano em decorrência do forte calor de verão que eleva a temperatura acima da casa dos 40 graus. Lá o volume de chuvas diminuiu mesmo diante do calor intenso. No Sul, o problema é a escassez própria do período. Em ambas as situações cria-se um ambiente propício para as queimadas.

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O resultado é crítico não apenas para a vegetação e todo o ecossistema, mas também para a economia. Há, pois, uma perversa combinação de fatores que precisa ser levada em conta na avaliação dos dados.

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