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Vitória de um lado, problema de outro

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A divulgação de que o terminal de carga aérea do Aeroporto Regional Presidente Itamar Franco foi alfandegado pela Receita Federal é uma boa notícia para Juiz de Fora e região e uma vitória, já que o pedido havia sido feito em junho de 2017. Com essa decisão, ficam autorizados o armazenamento e a movimentação de cargas nacionais e internacionais no aeroporto, que fica localizado na MG-353, entre os municípios de Goianá e Rio Novo, a cerca de 45 quilômetros de Juiz de Fora.

Especialistas acreditam que o local, que vem sendo utilizado apenas para o transporte de passageiros, poderá agora competir com outros aeroportos e movimentar o potencial da região para importações e exportações. A expectativa é que o alfandegamento no terminal possibilite o escoamento da produção de empresas da região de forma mais ágil. Ou seja, um alento econômico em meio a tantas notícias de crise.

No entanto, um fator complica essa situação de otimismo em relação ao alfandegamento. A chegada e a saída das cargas sem uso da MG-353 não seriam um problema. Mas o uso da rodovia, com traçado antigo, perigoso e sinuoso, seria um entrave para o escoamento por terra de cargas vindas, por exemplo, da região de Juiz de Fora, de Ubá ou de outros municípios vizinhos. A via já apresenta sobrecarga em fins de semana e precisou ser sinalizada com vários radares diante desse perigo iminente. Que risco real representaria o aumento excessivo de caminhões de carga nessa rodovia? Algum estudo foi feito para verificar a capacidade desse segmento?

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É importante lembrar que um novo trecho de pouco mais de 13 quilômetros foi construído ligando a MG-353 à BR-040, justamente em decorrência do movimento do aeroporto para que os caminhões escapassem das serras existentes no trecho Coronel Pacheco-Juiz de Fora, possibilitando ainda a retirada desses veículos pesados – que tinham como destino os grandes centros – da área urbana de Juiz de Fora. No entanto, essa via não é suficiente para garantir o escoamento até o aeroporto nem a segurança de quem utiliza a estrada com frequência.

Leitores desta Tribuna já se manifestaram receosos dessa situação assim que a notícia foi divulgada. Eles lembram que a rodovia tem curvas perigosas e, ainda, trechos sem acostamentos, que não comportariam tal volume de trânsito. Agora será preciso que os municípios e empresários que possam ser beneficiados com tal medida da Receita Federal também se juntem e se esforcem para que uma necessária melhoria do traçado da MG-353 se torne realidade. Do contrário, a tão sonhada agilidade no escoamento de produtos pode se transformar em pesadelo para empresas, poderes públicos e, obviamente, para o cidadão comum que precisa fazer uso daquela estrada já perigosa em situações previstas ainda mais adversas.

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