PARADA OBRIGATÓRIA


Por Tribuna

11/11/2015 às 07h00- Atualizada 11/11/2015 às 08h44

A greve é um instrumento de negociação quando todos os demais canais se esgotam, daí ser contemplada na lei, mas tem limites, a fim de não causar danos a terceiros. No caso dos caminhoneiros, ainda não se sabe, de fato, qual é a reivindicação, uma vez que o movimento, a despeito de se espalhar pelo país, não tem uma liderança formal, apta a negociar com o Governo – a quem tanto culpam por não atender suas demandas. Além disso, os sindicatos da categoria dizem que não concordam com o movimento, o que dá margem para o discurso oficial explicitado pelo ministro da Comunicação, Edinho Silva: a greve é política.

É necessário, mesmo assim, abrir canais de conversação, para não ocorrerem danos a terceiros. Hoje, as paralisações, além de pontuais, ocorrem à margem das rodovias, fechando apenas uma faixa e liberando as cargas perecíveis, mas não se sabe qual será o próximo passo dos caminhoneiros. Irão voltar às estradas sem levar nada ou irão recrudescer suas ações para terem alguma pauta atendida?

Enquanto isso, o Governo ameaça multar os caminhoneiros parados, orientando a Polícia Rodoviária Federal a aplicar punição de R$ 1.900 por bloqueio nas estradas. O Comando Nacional dos Transportes, que organiza a paralisação por meio das redes sociais, não conta com o apoio dos demais sindicatos, mas a ação começa a produzir os primeiros danos, incentivando a especulação. Vários produtos já estão sendo majorados por conta de uma escassez que ainda não veio. Quem perde, de novo, é o consumidor.

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