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É preciso insistir na vacinação

editorial
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A Tribuna vem alertando, já há algum tempo, para a redução do número de vacinados. Na semana passada, foi discutida a questão da febre amarela, mas há outras doenças que só serão combatidas com a imunização em massa. Na edição dessa quinta-feira, o jornal alertou que “em três meses, desde o início da vacinação contra a dengue, Juiz de Fora imunizou 17% do público-alvo na cidade com a primeira dose. Segundo a Superintendência Regional de Saúde (SRS-MG), foram distribuídos 8.100 imunizantes para o Município iniciar o esquema vacinal. No entanto, somente 4.883 crianças e adolescentes de 10 a 14 anos receberam a vacina.”

Os dados são preocupantes quando se constata que em outras questões também há uma elevada abstenção. De acordo com a Superintendência Regional de Saúde (SRS), Juiz de Fora recebeu 236.630 doses do imunizante contra a gripe desde o início da campanha em março deste ano. Porém, deste total, apenas 138.653 pessoas foram vacinadas no município, conforme dados da Secretaria de Saúde da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), cuja expectativa é de 249.643 pessoas, incluídas nos grupos prioritários.

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A redução dos índices de vacinação se acentuou a partir da Covid, quando a imunização saiu dos postos de atendimento e foi para os palanques. Além disso, as redes sociais tornaram-se palco de desqualificação do imunizante levando um perigo real a pessoas que recusaram a vacina.

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Isto posto, a implementação de campanhas educativas continua sendo a melhor alternativa às quais deve se somar o monitoramento de fake-news. É fundamental acompanhar as manifestações nas redes sociais, a fim de corrigir em tempo hábil informações falsas. Um dos caminhos é trabalhar em parceria com as plataformas digitais, para identificar e remover conteúdos enganosos sobre vacinas.

Desde maio, o juiz-forano têm à sua disposição o imunizante contra a gripe. O inverno já está entrando na sua etapa final e até mesmo os idosos, que se situam na faixa que mais precisa de vacina, não se apresentaram nas unidades básicas de saúde ou na rede particular.

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E não é por falta de acesso. A literatura aponta para a importância de se implementar postos de vacinação móveis para alcançar áreas remotas e população de difícil acesso. A cidade, no entanto, tem uma vasta rede de UBS, inclusive nos distritos, capaz de suportar a demanda, e com horário estendido.

O ato de vacinar deve ter uma discussão permanente, com o envolvimento de líderes comunitários, religiosos e influenciadores digitais, que possam atuar como porta-vozes confiáveis para promover a vacinação. Não se trata de um projeto de partidos que estão no poder. Imunizar a população e garantir sua saúde são propostas que devem se situar além do viés ideológico por conta de seus benefícios. As fake news criaram uma divisão preocupante cujos resultados estão à mostra nos números, mas há meios e tempo de virar o jogo. O Brasil tem know-how de vacinação e conhece os resultados das passadas campanhas do Zé Gotinha, quando doenças foram erradicadas e que, por conta do alto absenteísmo, ameaçam retornar.

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