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Efeitos do clima

editorial
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A falta de chuvas mudou a paisagem das cidades, entre elas Juiz de Fora, que desde o início do mês estão sob uma névoa seca agravada pela fumaça das queimadas que se espalham por todas as regiões do país. Os meteorologistas advertem que a situação só vai mudar ao chover, para limpar o ar, mas não antecipam quando isso vai ocorrer. No Rio de Janeiro há previsão de uma virada no tempo, já a partir desta sexta-feira, mas os mapas para Juiz de Fora mostram céu limpo até a semana que vem.

O país vive sob uma faixa de ar seco que aponta para a necessidade do cuidado com crianças e idosos, especialmente, a fim de garantir que não sejam tão afetados pelo clima. Em Brasília, a umidade relativa do ar chegou a 7%, bem mais baixa do que desertos como o Saara. O Distrito Federal tem um histórico de tempo seco, mas nunca em tais níveis.

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Os especialistas apontam para o consumo de água, a fim de evitar a desidratação. Recomendam, também, a mudança nos horários de exercícios físicos. Entre 10h e 16h eles devem ser evitados. Há ainda a recomendação de máscaras nas regiões mais críticas.

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No entanto, falta de chuvas traz outras consequências. O nível dos rios está baixo com resultados danosos para as populações ribeirinhas. Em Manaus há até a possibilidade de interrupção do transporte por barcos entre cidades – e muitas vezes é o único meio – em decorrência da redução expressiva do volume de águas do Rio Solimões, que, a partir da capital amazonense, ao receber o Rio Negro, passa a se chamar Amazonas.

A conta de energia já tem indícios de faixa vermelha, segundo anúncio do próprio Ministério das Minas e Energia, e deve subir, uma vez que, ante a queda de produção das hidrelétricas, a saída é recorrer às usinas termoelétricas, com custos mais altos e que, sem surpresa, serão repassados para o consumidor final.

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Esse cenário não chega a surpreender, uma vez que todos os estudos apontam para uma instabilidade climática de grande magnitude a partir do efeito estufa. A seca no Hemisfério Sul tende a se espalhar por outras regiões em contraponto às chuvas cada vez mais torrenciais. Ao fim e ao cabo, o mundo entra na fase dos extremos.

Após um verão seco e quente, Roma foi surpreendida na tarde de terça-feira por uma tempestade, acompanhada de fortes chuvas, ventos, trovões e relâmpagos. Uma das consequências foi a queda de um raio no Arco de Constantino, ao lado do Coliseu, construído em 315 d.C., que ficou danificado. A capital italiana e parte da Europa têm registrado chuvas intensas.

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No caso brasileiro, as previsões apontam para o atraso no ciclo das águas, que só deve começar na segunda metade de outubro. A questão é avaliar a sua intensidade, já que boa parte das cidades brasileiras não tem estrutura para chuvas intensas. Entra e sai ano, continuam na mesma situação.

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