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O celular na escola

editorial
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O uso de celular no ambiente escolar é o mais recente desafio para os educadores em razão de a proibição não ser consenso entre os especialistas e muitos menos entre as demais partes envolvidas nessa questão. O ponto em comum é a necessidade de campanhas de conscientização sobre o uso do aparelho que não deve se esgotar na escola, e deve envolver outros segmentos da vida social. Há uma extrema dependência não apenas entre os jovens, mas também em outras faixas etárias.

Não há surpresa quando alguém retorna à sua residência ou ao ponto de partida quando deixa o aparelho para trás, como se sua desconexão com o mundo fosse um problema. Entre os adolescentes a situação se agrava pelo fato de já terem sido criados dentro do ambiente tecnológico.

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Há quem defensa a restrição plena nas escolas, e provavelmente deve ser a linha adotada pelo Governo em projeto ainda em elaboração. No entanto, como a Tribuna destaca, em matéria da repórter Nayara Zanetti, os jovens têm capacidade para superar restrições. Daí, a simples proibição não ser a saída ideal.

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É fato que algo deve ser feito, pois, enquanto alguns jovens utilizam com competência as muitas ferramentas digitais à sua disposição, outros se perdem e saem do foco na sala de aula, o que compromete a sua formação.

A França, desde 2018, implementou uma política rigorosa que proíbe o uso de celulares em escolas primárias e secundárias – até os 15 anos. Alguns países fazem restrição apenas durante o período da aula, mas outros estados nacionais partem para políticas de prevenção que passam, necessariamente, por processos de alfabetização digital e habilidades de cidadania digital. Promover a integração da tecnologia com o ensino é, talvez, a forma mais próxima da razoabilidade.

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Na Finlândia, um dos países mais avançados tecnologicamente, embora o uso irrestrito de celulares não seja encorajado, os dispositivos são vistos como ferramentas potencialmente úteis em determinadas atividades pedagógicas. O foco é na responsabilidade e na capacidade dos alunos de gerenciar seu tempo de tela.

Ao fim e ao cabo, quando se estabelece a alfabetização digital há o reconhecimento da importância das novas tecnologias. Por isso, como foi destacado neste mesmo editorial, a forma mais adequada é educar os alunos para o uso responsável e ético dos celulares.

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A conciliação entre o real e o ideal, que tanto se espera, tornou-se uma demanda global e, à medida em que a tecnologia avança, outros desafios vão surgindo. Apartar o jovem desse processo é, pois, um contrassenso, mas é necessário apontar que é possível encontrar um meio termo desde que as partes estejam, de fato, interessadas nessa questão.

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