Primeiro tempo

Ainda é cedo para consolidação de nomes, mas o eleitor já demonstra sua curiosidade com as listas de pré-candidatos a prefeito


Por Tribuna

01/10/2019 às 06h52

A eleição municipal sempre despertou mais a atenção do eleitor do que os demais pleitos por ser uma discussão com forte viés caseiro. O eleitor, a despeito do interesse pelas questões nacionais, quer saber prioritariamente o que pode ser feito por seu bairro ou, até mesmo, sua rua. E aí a conversa é com o prefeito ou o vereador. Talvez seja por isso que o pleito municipal foge, em parte, do viés ideológico, facilitando até composições incompatíveis, principalmente nas cidades de menor porte. Tudo depende do interesse local.

No último domingo, a Tribuna fez mais uma abordagem sobre o cenário de Juiz de Fora, que ainda está na fase embrionária, mas com espaço suficiente para garantir as primeiras especulações. O jornal apresentou nomes já presentes em pesquisas desde o último pleito e os que estão no páreo pela primeira vez. É cedo, porém, para antecipar prognósticos, já que o jogo está apenas começando.

Ademais, a eleição de 2020 terá características distintas do último pleito municipal. A principal mudança é a proibição de coligações proporcionais, isto é, a disputa pela Câmara Municipal terá que ser feita com cada um por si, com a cláusula de 10% como uma espada de Dâmocles sobre a cabeça de algumas legendas. Se antes, em parceria com outras siglas, ainda era possível ultrapassar a cota mínima, pelo novo modelo, será um salve-se quem puder.

E é por conta disso que o número de candidatos a prefeito pode ir além das estimativas. Sem meios para puxar votos em parceria com outras legendas, a tendência é o lançamento de candidatos majoritários. Mesmo não influindo na contagem dos votos, servem de referência para o partido.

Outra mudança – e que pode atrasar na definição de candidaturas – é o prazo de filiação. Se antes a definição da opção partidária ocorria um ano antes do pleito, agora vai ocorrer com seis meses de antecedência. Por isso, muitas composições serão adiadas, facilitando o tempo de maturação de nomes.
O eleitor, no entanto, já demonstra suas preocupações, pois sabe que a eleição municipal é emblemática para o seu dia a dia. Daí, mesmo com tempo para avaliar o cenário, quer saber qual político se enquadra ao perfil que ele espera para ocupar a cadeira número 1 do Executivo. Num tempo de dinheiro curto e demandas em demasia, o mandato será um desafio para a próxima geração, tanto na Prefeitura quanto na Câmara Municipal.

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