Cura do mal
“Fica-nos bem claro que os males nascem na intimidade de nosso coração”
O Evangelho traz relatos de inúmeras curas realizadas por Jesus: do menino obsediado, da filha de Jairo, da mulher que sangrava, do servo do centurião romano, dos leprosos, dos paralíticos, dos cegos, dentre muitas outras. O Nazareno, magnânimo, bom, cuja aura de luz a todos magnetizava através de um coração recheado de vibrações de compaixão e amor, espalhava energias curadoras onde quer que passava. E, então, nos montes e nos vales, nas cidades e nas pequeninas aldeias, na Judeia, na Samaria e na Galileia, O Cristo a todos socorria. No entanto, a todos recomendava: “vá e não voltes a errar”.
Fica-nos bem claro que os males nascem na intimidade de nosso coração. Aí residem nossos maiores defeitos, nossa sombra mais secreta, nossos sentimentos inconfessáveis, o lodo mais escuro do lago de nossa vida. Daí provém o mal que povoa os nossos pensamentos e se exterioriza em nosso corpo físico, danifica relações e polui nossa trajetória milenar. O tempo vai passando e vamos colhendo nossa sementeira, urdida em cada passo de nossa trilha através da eternidade. Ignorantes das leis de Deus, espalhamos os germens do mal que, invariavelmente, nos alcançarão um pouco mais adiante na caminhada evolutiva.
Estudando, meditando, vigiando, orando e trabalhando vamos tomando ciência das verdades espirituais. Começamos um longo trabalho de burilamento íntimo e de progresso. Vamos nos desfazendo dos sentimentos nocivos encrustados em nossa alma. Com o coração mais puro, ceifando o joio, permitimos o cultivo farto do trigo no campo infinito de nossas almas. Livres dos males íntimos, passamos a guardar mais saúde, mais alegria e mais força para exercício do bem. Se nos é permitido a materialização da beleza interior, que tal sua comparação com o harmonioso dançar da plantação do trigo sob o sopro de ventos frescos, numa tarde de céu azul, cobrindo extensos vales prolíferos?!
A jornada evolutiva perfaz longa trajetória, de estradas íngremes e de portas estreitas. A comunhão com a espiritualidade superior nos fortalece e nos encoraja ante os desafios da vida. Essa pausa na oração nos balsamiza as aflições, nos dá resiliência na compreensão dos nossos compromissos outrora assumidos e nos energiza para a luta cotidiana. Jesus também se recolhia do burburinho do mundo para o cultivo da intimidade com o Pai. Também Ele nos orientava: “quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto”.
Ciosos da razão de nossa existência, do dever que nos cabe executar, dos compromissos com aqueles que nos cercam, com entendimento das leis imutáveis de Deus e com a certeza do amparo espiritual, tudo fica mais fácil, o fardo mais leve e o jugo mais suave! A fé vai tornando menor a montanha de nossas aflições! Acabamos dividindo com o Cristo nossas preocupações mais particulares e vamos nos acalmando na certeza de que “tudo podemos naquele que nos fortalece” e ainda: “fazendo nossa parte, o céus nos ajudará”.
E vamos seguindo de mãos dadas com Jesus, amando e servindo, perdoando, lutando, trabalhando e vencendo, enfim!
Esse espaço é para a livre circulação de ideias e a Tribuna respeita a pluralidade de opiniões. Os artigos para essa seção serão recebidos por e-mail ([email protected]) e devem ter, no máximo, 30 linhas (de 70 caracteres) com identificação do autor e telefone de contato. O envio da foto é facultativo e pode ser feito pelo mesmo endereço de e-mail.