Lula para o quarto mandato
“É preciso políticas públicas que melhorem a renda da população, que reduzam impostos, que melhorem a saúde, a segurança (…)”
O presidente Lula já avisou que, se tiver saúde, vai disputar o quarto mandato, buscando a reeleição no ano que vem. As atuais pesquisas negativas, parece, não o assustaram. Mas é fundamental que ele abra os olhos rapidamente para corrigir erros que, a persistirem, certamente inviabilizam o sonho do quarto mandato, que será um recorde no Brasil. Lula precisa se conscientizar de que não basta mudar sua embalagem digital, por melhor que seja o profissional que escolheu para esta tarefa. Também pouco adianta a insistência na política do criar benefícios como o anunciado vale gás. De nada adianta o gás se a população não tiver renda para comprar o que colocar na panela para ligar o fogão. É preciso políticas públicas que melhorem a renda da população, que reduzam impostos, que melhorem a saúde, a segurança, enfim, políticas que realmente beneficiem o povo, sem atitudes paternalistas. Mas para mudar é preciso liderar. Liderar sem conchavos. Para governar, Lula se viu obrigado a ceder, a abrir espaços para velhas raposas. Mas nem assim conseguiu levar adiante projetos importantes para o país, como o básico, o orçamento de 2025. Tudo está parado por causa do pagamento das emendas parlamentares que os fatos tem comprovado serem escoadouros de propinas. Lula, para governar e reduzir riscos até a seu mandato, montou um ministério com quase quarenta vagas, acomodando cobras e lagartos. São muitos, mas poucos com as qualidades de Haddad, Padilha e José Múcio, por exemplo. Faltam na equipe nomes como Walfrido dos Mares Guia que muito ajudou Lula, nos governos anteriores, na interlocução com o empresariado e tornou-se amigo pessoal do presidente pelo diálogo franco que mantém com ele. O poder, reconhecem os que já o exerceram, é solitário. Falta quem fale as verdades com o mandatário. Sobram os bajuladores. Uma noite no bar do extinto Hotel Del Rey, aqui em Belo Horizonte, o saudoso Carlos Murilo Felício dos Santos, proporcionou um encontro do grande estadista JK comigo. Uma conversa amena e aberta. A certa altura do papo perguntei a JK o que era “corriola”. E ele me disse: “Paulo Cesar o homem público necessita dos amigos (poucos diga-se de passagem) que falem a verdade e façam as críticas sem rodeios. Era estes que ele chamava para encontros nos palácios da Liberdade e Planalto depois do expediente. Era a corriola”. Algo que falta hoje aos governantes, sempre rodeados de “puxa-sacos” que não hesitam em pular do barco diante de qualquer sinal de problema.
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