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Advogada é presa suspeita de participar de esquema de tráfico de drogas dentro de presídio em Ubá

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Uma advogada de 42 anos foi presa pela Polícia Civil (PCMG), nesta quinta-feira (31), em Ubá, suspeita de fazer parte de grupo criminoso que atuava realizando entrega de drogas no presídio da cidade. De acordo com a PCMG, além do cumprimento de um mandado de prisão temporária, foram cumpridos outros sete mandados de busca e apreensão na presença de representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Na ação, conforme a Polícia Civil, foram apreendidos documentos, notebooks e aparelhos celulares que poderão demonstrar o envolvimento de outros advogados.

Segundo a ocorrência encaminhada pela PCMG, um aumento significativo no fluxo de drogas dentro do presídio de Ubá foi observado nos últimos meses, com apreensões de entorpecentes na unidade prisional. Em conjunto com a Polícia Penal, a Polícia Civil iniciou as investigações. Em levantamento, foi constatado que o comércio ilegal de drogas no presídio acontecia com preço 30 vezes mais elevado do que o praticado fora dali.

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As investigações, conforme o registro policial, apontaram que uma advogada facilitava a entrada e as transações de drogas entre detentos de diferentes pavilhões no presídio, utilizando do parlatório – sala reservada aos atendimentos jurídicos ou íntimos, com total privacidade. Em julho deste ano, policiais penais prenderam dois detentos por tráfico de drogas no presídio, apreendendo os entorpecentes logo após o atendimento jurídico.

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Com o aprofundamento das investigações, a Polícia Civil concluiu que a advogada presa, com auxílio de outros colegas de profissão, estaria utilizando de suas prerrogativas profissionais para realizar, no presídio, falsos atendimentos jurídicos de detentos que sequer eram seus clientes. Foi apurado também que os supostos atendimentos tinham como finalidade promover a transação de drogas entre os pavilhões. As investigações apontaram, ainda, que lideranças criminosas presas no local determinavam quais detentos seriam os atendidos pela advogada e a ordem de atendimento a fim de conseguirem fazer circular as drogas e atingirem grandes lucros.

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Segundo a Polícia Civil, o esquema funcionava da seguinte forma: as drogas entravam na unidade prisional através de detentos em regime semi-aberto, que engoliam os entorpecentes e retornavam para unidade prisional onde, depois de expeli-las, eram atendidos pela advogada, que, em seguida, atendia outro detento, de outro pavilhão ou regime, possibilitando a circulação das drogas entre presos e pavilhões que não se acessam.

O delegado responsável, Douglas Motta, afirmou que “os recursos arrecadados nessas transações eram destinados aos pilares criminosos fora dos presídios e financiavam a guerra urbana que assola a região”. Giovane Dantas, delegado que auxiliou nas investigações, ressaltou que “a conduta individual dos profissionais não condiz e não representa a classe profissional dos advogados, que se mantém como peça importante no sistema de justiça”.

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