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Delegado de Ubá diz ser contraditório depoimento de dono de veículo no caso da vereadora morta no Rio

carro marielle

Foto: Web TV Minas

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O delegado regional de Ubá, Guttemberg Souza Filho, confirmou que novas diligências devem ser feitas para apurar se há envolvimento do proprietário e do veículo suspeito, encontrado sábado (17) naquele município, com o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, ocorridos na noite da última quarta-feira (14), no Estácio, bairro da região central da capital fluminense. O Renault Logan prata, com placas do Rio de Janeiro, é do mesmo modelo e cor daquele supostamente usado na cobertura da ação criminosa, conforme revelado pelas imagens de câmeras de segurança.

O carro está em nome de uma empresa de leilões de veículos, mas, de acordo com Guttemberg, o atual dono é um ubaense de 42 anos, localizado no domingo por meio de investigação. Ao prestar declarações, ele confirmou ter adquirido o Logan há cerca de um mês no Rio, mas não teria esclarecido a procedência nem o motivo de o Renault ter sido achado aparentemente abandonado. Ainda segundo o delegado, o suspeito já tem passagens por tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo, e a última prisão aconteceu em fevereiro, quando foi flagrado com armamento.

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“O depoimento foi contraditório. Ele não soube explicar onde adquiriu o carro. Em primeiro plano, está descartada a ligação, mas outras diligências sendo realizadas para vincular ou desvincular de vez esse veículo ao caso”, afirmou o Guttemberg, em entrevista à Tribuna nesta segunda-feira. O carro foi achado no Bairro Industrial da cidade da Zona da Mata mineira, a cerca de 110 quilômetros de Juiz de Fora, após denúncia anônima via 181 informar que o mesmo teria sido utilizado no homicídio da vereadora carioca e sido abandonado no endereço.

Como as filmagens não revelaram a placa do Logan que, em tese, teria participado da emboscada, identificando, apenas, o Chevrolet Cobalt de onde partiram os tiros, o delegado faz vários procedimentos e aguarda o resultado do laudo pericial realizado no carro apreendido para pode elucidar a questão. “Ontem (domingo), realizamos uma série de diligências, que serão computadas, analisadas, para se ter um resultado final, se descarta ou não a prática criminosa”.

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Também de acordo com a Polícia Civil, o homem que assumiu ser o proprietário do Logan apreendido em Ubá disse não ter estado no Rio no dia do atentado fatal contra a vereadora e também negou qualquer envolvimento com o crime. Naquela ocasião, um Cobalt teria parado ao lado do carro em que estava a mulher, e os ocupantes abriram fogo, atingindo a parlamentar e o motorista. Os dois morreram na hora. Uma assessora de Marielle foi atingida por estilhaços, recebeu atendimento médico e foi liberada.

O caso chocou todo o país, com manifestações públicas de milhares de pessoas em várias capitais e municípios, inclusive em Juiz de Fora, com ato em frente à Câmara Municipal. Guttemberg destacou que outros detalhes não podem ser revelados para não atrapalhar as investigações, e que está atuando em colaboração, subsidiando a equipe da Delegacia de Homicídios do Rio, que inclusive enviou equipe à Ubá para periciar o veículo e acompanhar as apurações. Por enquanto, o Renault segue retido.

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