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Parque Estadual do Ibitipoca tem nova gerente

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Foto: Leonardo Costa

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Em meio ao Termo de Acordo firmado com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o Instituto Estadual de Florestas (IEF) designou, no último sábado (30), por meio do Diário Oficial do Executivo de Minas Gerais, a engenheira florestal Clarice Nascimento Lantelme Silva para gerir, a partir da última segunda-feira (1º), o Parque Estadual do Ibitipoca. O biólogo João Carlos Lima de Oliveira, portanto, gerente desde maio de 2004, deixa de responder pela unidade de conservação. Questionado sobre as razões da substituição, o IEF justificou se tratar de “decisão de caráter administrativo, visando a otimização dos recursos humanos disponíveis”. Clarice retornará à unidade de conservação onde trabalhou, como analista ambiental, entre 2006 e 2009.

Clarice gerencia o Parque Estadual do Ibitipoca desde 11 de março último. Até domingo (31), substituiu, temporariamente, João Carlos Lima de Oliveira (Foto: Leonardo Costa)

“O acordo com o MPMG é uma questão a ser resolvida. São os desafios de qualquer gestão. Contudo, vejo com bastante tranquilidade, a partir do momento que venho com a capacidade de tomar as medidas necessárias para que a visitação não seja encarada como um problema, e, sim, como uma solução. A gente quer a sociedade dentro dos parques”, afirma Clarice. No tratado, o MPMG enumera determinações a serem tomadas pelo IEF visando à regularização das visitações à unidade de conservação. “O principal a ser feito é melhorar o ordenamento da visitação. Isso diz respeito tanto a trilhas manejadas como sustentáveis, à sinalização e ao controle dos acessos e dos fluxos de visitação. Está associado ao meu perfil de trabalho. Sempre trabalhei com uso público; o meu perfil é trabalhar com a visitação.”

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Elevado, em 2015, de 800 para 1.200, o quantitativo de visitações diárias ao Parque Estadual do Ibitipoca foi, em maio de 2018, novamente regulamentado pelo IEF por determinação do MPMG; conforme entendimento do órgão, a capacidade diária atual da unidade de conservação é de apenas 600 visitas. “Acredito que a visitação aos parques é uma grande estratégia para que a sociedade compreenda a importância da conservação da natureza. Dentro do parque há uma possibilidade de conexão com o meio ambiente, de educação ambiental de maneira sensorial por meio do contato direto”, pontua Clarice. Em convênio com o MPMG, o Núcleo de Análise Geoambiental da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), inclusive, coordena atualmente pesquisa de capacitação de carga dos circuitos do Parque do Ibitipoca.

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Dado que o uso público de unidades de conservação é marca do seu perfil, Clarice considera a visitação a única complexidade do Parque Estadual do Ibitipoca. “A unidade é 100% regularizada fundiariamente – uma das únicas no Brasil -, não há também problemas sérios de proteção, como, por exemplo, caça, colheita de madeira etc. O mais complexo é a visitação, que deve ser ordenada. Costumo dizer que a visitação não é e nunca vai ser um problema. A visitação é uma solução.” A nova gerente, inclusive, desassocia as visitações ao estado de conservação das trilhas. “Fala-se muito que as trilhas do parque estão sendo um problema por causa da visitação. Isso não é verdade. O problema das trilhas, hoje, é drenagem, por exemplo; a parte biofísica. As trilhas não sofreram manejos nos últimos anos, nem monitoramento.”

Realocação
Antes de assumir a administração do Parque Estadual do Ibitipoca, João Carlos Lima de Oliveira geriu as unidades de conservação Estação Ecológica Água Limpa, em Cataguases, e Parque Estadual Serra do Brigadeiro, localizado na Serra da Mantiqueira, entre os municípios de Araponga, Divino, Ervália, Fervedouro, Miradouro, Muriaé, Pedra Bonita e Sericita. O IEF informou que João Carlos permanece como servidor da autarquia, porém, não respondeu sobre uma possível realocação do biólogo em outra unidade de conservação.

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Mudança em andamento desde março

Unidade de conservação tem à disposição nove servidores efetivos, além de 18 colaboradores, para reordenar a visitação aos circuitos, como o Pico do Peão (Foto: Leonardo Costa)

Embora nomeada no sábado, Clarice já é responsável pela gerência do Parque Estadual do Ibitipoca desde 11 de março. À época, o IEF nomeou a engenheira florestal – Portaria nº 18/2019 – para responder pela unidade de conservação até este domingo (31). Perguntada, a autarquia afirmou à reportagem, na ocasião, em nota, ser temporária a designação. “A servidora Clarice Nascimento Lantelme Silva foi designada apenas para responder pelo parque no período de férias do servidor João Carlos Lima de Oliveira.” A gerente tem à disposição, conforme o IEF, nove servidores efetivos e mais 18 colaboradores contratados na unidade para reordená-la.

Dentre as medidas já implantadas, Clarice destaca a aproximação da administração à comunidade local por meio da Oficina de Manejo de Trilhas, em andamento, e da Oficina de Sinalização, a ser realizada em maio. “Estamos fazendo um trabalho de campo, já tomando as medidas, com o envolvimento de todo mundo. Não é um trabalho do parque, é um trabalho de todos. Todo mundo estará envolvido nas ações diretas, como representantes de unidades de conservação, da UFJF, condutores locais, empreendedores de turismo, moradores etc.”

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Embora tenha trabalhado como analista ambiental entre 2006 e 2009 no Parque Estadual do Ibitipoca, Clarice, cedida ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), administrava, desde 2018, o Parque Nacional do Caparaó, localizado na serra homônima, na divisa entre Minas Gerais e Espírito Santo. Entre 2011 e 2016, a engenheira florestal gerenciou o Parque Estadual da Serra do Papagaio, cujo território abarca os municípios de Aiuruoca, Alagoa, Baependi, Itamonte e Pouso Alto. Entre 2017 e 2018, por fim, geriu os parques nacionais Aparado Geral e da Serra Geral, situados na divisa entre os estados de Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

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