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Em Juiz de Fora, Lula afirma que “não haverá teto de gastos” no governo, se eleito

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Ex-presidente Lula chegou a Juiz de Fora na manhã desta quarta-feira (Foto: instagram @jfmargarida)
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Cumprindo uma extensa agenda de pré-campanha em Juiz de Fora nesta quarta-feira (11), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu o pontapé na disputa presidencial na cidade ao ser o primeiro pré-candidato ao Palácio do Planalto a visitar o município em 2022. Durante sua passagem pela Zona da Mata, Lula afirmou que, caso eleito, “não haverá teto de gastos” no seu governo. “Não que eu vá ser irresponsável, gastar para endividar o futuro da nação, não (…) Nós vamos ter que gastar naquilo que é necessário, na produção de ativos rentáveis. E a educação é um ativo rentável, é a coisa que dá o retorno mais rápido para que a gente possa produzir”.

O ex-presidente desembarcou em Juiz de Fora no Aeroporto da Serrinha por volta das 10h30. Ele foi recebido pela prefeita Margarida Salomão (PT), pelo deputado estadual Roberto Cupolillo (Betão, PT) e outras autoridades. Seu primeiro compromisso na cidade, antes de se reunir com os reitores, foi no Memorial da República Presidente Itamar Franco, que reúne acervo documental, fotográfico, audiovisual, além da biblioteca e do Fusca 1993 do ex-presidente juiz-forano. Já no início da tarde, Lula se encontrou com lideranças políticas locais e regionais no Sport Club. O compromisso foi restrito a convidados.

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Durante a visita, participaram várias lideranças políticas da cidade e região. Entre eles, os deputados federais Reginaldo Lopes (PT), Odair Cunha (PT), Rogério Correia (PT); os deputados estaduais Andréia de Jesus (PT), Ulysses Gomes (PT) e Cristiano Silveira (PT); as vereadoras Cida Oliveira (PT) e Laiz Perrut (PT); o vereador Juraci Scheffer (PT); entre outros.

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Primeiro compromisso de Lula em Juiz de Fora foi no Memorial do Presidente Itamar Franco (Foto: Leonardo Costa)

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Lula participa de encontro com 26 reitores de universidades públicas brasileiras no MAMM

Durante o encontro com os reitores da universidade federais, o candidato à Presidência pelo Partido dos Trabalhadores recebeu um documento elaborado pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) com as principais demandas para as universidades públicas brasileiras. O atual reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e presidente da Andifes, Marcus Vinicius David, falou das dificuldades de financiamento e manutenção das universidades públicas diante dos cortes orçamentários.

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“Estudos recentes demonstram que, quando nós analisamos o orçamento discricionário, aquele que é utilizado na manutenção e no investimento das nossas instituições, o orçamento que está sendo praticado agora no exercício de 2022 é inferior à metade do que foi executado em 2015. Mantermos a nossa rede de universidades com cortes orçamentários tão significativos tem gerado consequências drásticas.”

Marcus David destacou que o que mais preocupa os reitores é que “a explicação para o arrocho orçamentário não é só econômica, está também associada a uma concepção de nação em que não existe espaço para uma grande universidade pública com amplo acesso”. Também falaram ao ex-presidente as reitoras Márcia Abrahão Moura, da Universidade de Brasília; Denise Pires de Carvalho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro e o reitor Manuel Tourinho, da Universidade Federal de Alfenas. Na fala de todos, foi demonstrada preocupação com os atuais cortes nas verbas da pesquisa, a dificuldade de manter os espaços das universidades funcionando com qualidade e a necessidade de incentivar os estudantes a permanecer no ensino superior.

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Margarida Salomão calcou sua fala em prol da universidade pública, lembrando sua trajetória enquanto reitora da UFJF e professora. Margarida destacou ter “certeza” de que os anseios das universidade públicas “acolhidos pelo presidente Lula”. A prefeita ainda lembrou a trajetória da UFJF que, na visão dela, “renasceu” com o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), criado no segundo mandato de Lula. “A UFJF nasce duas vezes: com sua fundação, em 1960, e renasce com o Reuni, quando ela praticamente dobra o número de estudantes e aumenta de uma forma significativa tanto a sua graduação, quanto sua pós-graduação e se torna uma grande instituição brasileira.

Novas gerações

Lula se comprometeu com as demandas apresentadas pelos reitores. “Eu tenho que voltar para fazer mais do que eu fiz. Precisamos desenvolver a universidade para que ela não seja um centro de luxo, ela precisa se abrir para a comunidade”, disse. Lula também falou sobre a questão das altas taxas de desemprego e questionou os reitores sobre formas de criar novas oportunidades para as atuais gerações.

O ex-presidente ainda afirmou que as universidades federais terão autonomia para indicar seus reitores. “Porque quem tem que indicar o reitor não é o presidente da República. Quem sabe quem é bom é quem está lá dentro da universidade, portanto vai voltar a tal da autonomia. Inclusive com autonomia financeira, para que nós possamos fazer a revolução que nós queremos sonhar nesse país”, garantiu.

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Lula recebe o documento do reitor da UFJF, Marcus David (Foto: Reprodução Instagram Margarida Salomão)

Em meio a protestos, policial aponta arma para manifestante

Horas antes da chegada da comitiva do ex-presidente a Juiz de Fora, no entorno do Aeroporto da Serrinha, houve um princípio de confusão entre apoiadores da candidatura de Lula e militantes pró-Bolsonaro, que foram ao local repudiar a visita do petista à cidade. Nas redes sociais, um vídeo mostra o momento exato em que um policial militar se interpõem entre os dois grupos e pede que os manifestantes pró-Lula se afastem dos apoiadores do presidente, ao mesmo tempo em que aponta a arma para um integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). “Estou dando uma ordem, estou dando uma ordem, diz o policial. “A gente está em uma manifestação pacífica”, retrucou um dos integrantes do MST.

Em contato com a Tribuna, o major Jean Michel Amaral, assessor de comunicação organizacional da 4ª Região da PM, classificou a conduta do policial como “adequada”. Segundo ele, a Polícia Militar acompanha toda a movimentação do ex-presidente Lula em Juiz de Fora nesta quarta-feira, em conformidade com outros órgãos, como a secretaria de Mobilidade Urbana e a Guarda Municipal da Prefeitura e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), responsável pela proteção do ex-presidente.

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“Naquela rotatória houve um princípio de confusão entre apoiadores do ex-presidente e pessoas ligadas ao movimento de direita em Juiz de Fora. Eram entre 30 e 40 pessoas. Em determinado momento, a polícia notou o princípio de ameaças mútuas, e a PM interveio para que nada acontecesse”, explicou. Segundo ele, a arma utilizada pelo policial militar estava carregada com munição de borracha, de baixo potencial ofensivo. “Foi feita primeiro a verbalização para cessar as ameaças mútuas. Foi uma intervenção feita com objetivo de evitar qualquer agressão entre as partes. O policial obedeceu a escala da força em situações como essa e agiu de forma adequada.”

Manifestantes protestam contra presença de Lula na cidade

No início da tarde, apoiadores do presidente Bolsonaro fizeram uma manifestação no Centro de Juiz de Fora contra a presença do pré-candidato à Presidência na cidade. O ato foi realizado entre 12h e 13h na Avenida Rio Branco, na esquina com a Rua Floriano Peixoto, onde os manifestantes, vestidos de verde e amarelo, colocaram faixas em diversos pontos.

Em resposta, populares e estudantes que transitavam pelo local entoaram frases contra o presidente Jair Bolsonaro. Houve discussões entre os grupos e, alguns manifestantes, chegaram a separar indivíduos para evitar confrontos físicos. Por volta das 13h40, os manifestantes seguiram até o Sport Club, também na região central de Juiz de Fora, local em que foi realizado um plenária popular. A Polícia Militar solicitou que o protesto fosse realizado na pista oposta ao clube, na Avenida Brasil, para evitar conflitos, e foi atendida.

Lula terminou seu discurso pouco depois das 18h, encerrando o encontro no Sport. Após a fala do candidato à presidência da República, os participantes começaram a se dispersar de forma tranquila. Do lado de fora do estádio, ambulantes vendiam faixas e toalhas estampadas com a foto do ex-presidente, além de bandeiras. Nenhuma confusão foi registrada na saída do evento. O trânsito também fluía sem intercorrências.

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