O ex-deputado federal Marcus Pestana (PSDB) renunciará, nesta quarta-feira (28), à cadeira na Câmara dos Deputados deixada por Bilac Pinto (DEM), nomeado, nesta terça, pelo governador Romeu Zema (Novo) como novo secretário de Estado de Governo. Primeiro suplente da coligação “Reconstrução Já”, formada por PSDB, DEM, PSD, SD, Cidadania e PP, Pestana justificou a decisão por estar “em um momento de reavaliação de trajetória”. Caso assumisse a vacância de Bilac, o tucano retornaria ao Congresso seis meses após deixá-lo, em razão do insucesso eleitoral no pleito de 2018. Segundo quadro na lista de suplência, o ex-deputado estadual Fabiano Tolentino (Cidadania), cujo domicílio eleitoral é em Divinópolis, herdará a cadeira na Câmara, conforme informado, inicialmente, pelo jornal O Tempo, e confirmado à Tribuna pelo futuro deputado.
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Em entrevista ao Pequeno Expediente, da Rádio CBNJuiz de Fora, que irá ao ar nesta quinta (29), Pestana confirmou a decisão, tomada, conforme o ex-deputado, após conversa, nesta terça, com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM). “Foi uma decisão muito difícil de ser tomada. Eu tive, nas últimas eleições, 72 mil votos. É uma votação maior do que 19 dos atuais deputados eleitos, que estão exercendo o mandato pelas regras do nosso sistema eleitoral”, pontuou. “Muitas questões de natureza política, pessoal e familiar motivaram esta decisão muito serena e madura. Nos últimos 15 dias, fui amadurecendo esta posição. Eu já sabia, mais ou menos, desta possibilidade. Eu me encontro em um processo de reavaliação da minha trajetória, muito perplexo e preocupado com os rumos do país.”
De acordo com o tucano, o retorno ao Congresso o obrigaria a romper uma série de compromissos assumidos. “Nestes oito meses em que reconstruí a minha vida profissional, assumi uma série de contratos com a iniciativa privada. A negativa não é um gesto anti-político. Ao contrário, é um reconhecimento a todos aqueles que se dedicam àquela que é a atividade humana mais nobre”, explicou. Ainda conforme Pestana, a estadia de Bilac Pinto à frente da Secretaria de Estado de Governo é temporária. “A situação do Bilac é provisória. Não sei quanto tempo ele ficará lá, mas, certamente, dará uma grande contribuição em um momento delicadíssimo.” Questionada a respeito da afirmação, a Secretaria de Estado de Governo não respondeu à Tribuna até o fechamento desta reportagem.
Substituto de Custódio
Em 20 de agosto, após a exoneração do ex-secretário de Governo, Custódio Mattos (PSDB), Bilac Pinto foi convidado pelo governador Romeu Zema (Novo) para compor o secretariado. A nomeação foi publicada nesta terça, no Diário Oficial do Executivo. Bilac retornará ao Executivo, uma vez que, entre 2003 e 2006, fora secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior no Governo Aécio Neves (PSDB). De 2011 a 2014, ele foi titular da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana no único mandato do ex-governador Antonio Anastasia (PSDB).
Fabiano Tolentino fala em “tentar ajudar o Brasil”
Em caso de renúncia ou afastamento de parlamentar para assumir cargo no Executivo, a convocação do suplente é imediata e o substituto tem prazo de, no máximo, 30 dias para assumir. Embora ainda dependa de formalização de afastamento do deputado Bilac Pinto (DEM), a posse de Fabiano Tolentino (Cidadania) deverá ocorrer em Brasília (DF), como estimam o próprio ex-deputado e Marcus Pestana, nesta quarta. Conforme Tolentino, Pestana o comunicou de sua decisão em ligação na manhã desta terça. “Fiquei muito agradecido e aceitei de bom grado. Agora, é partir para a missão”, afirma. “A vaga era de merecimento do Pestana, mas, graças a Deus, o ex-deputado está muito bem na iniciativa privada, e optou, neste momento, em não ir para o Congresso.”
Entre 2011 e 2018, Tolentino ocupara uma cadeira na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). No último pleito, 67.008 votos levaram Toletino à segunda suplência da coligação. “A missão é tentar ajudar o Brasil, que tanto precisa, e, principalmente, Minas Gerais e a região onde moro, a Centro-Oeste, dentro das bandeiras em que sempre atuei na ALMG por dois mandatos”, diz. Antes de concorrer a deputado estadual, Tolentino fora vereador, em Divinópolis, entre 2008 e 2010. Questionado sobre a possibilidade de um mandato provisório na Câmara, Tolentino disse acreditar que não se trata de uma estadia temporária em Brasília. “O deputado Bilac Pinto realmente veio para ter uma conversa mais franca com a ALMG. Acredito que ele vai exercer bem o papel e, se Deus quiser, permanecer até o finalzinho no Governo.”