A prefeita Margarida Salomão (PT) concedeu entrevista à Rádio Transamérica, nesta sexta-feira (11), comentando sobre a campanha realizada, a reeleição e o que esperar do novo mandato: “Eu vou com a cabeça fria. Com muita confiança, é verdade, mas também com muita responsabilidade. Certamente a pressão subiu. Eu tenho que entregar mais, eu sei disso”.
Ela conta que comemorou a vitória, após discurso na Praça da Estação, “agradecendo a Deus, em preces”. “É muito fácil você ficar, digamos, numa ‘vibe’ triunfal. (…) Neste momento, estou me preparando para transitar para o novo governo e priorizando as questões que eu, fazendo campanha, constatei como sendo necessidades inadiáveis de intervenção”.
A prefeita relatou ainda as demandas mais recorrentes que ouviu durante a campanha: “Tem demandas tópicas por creche, em situações em que há atendimento das crianças, mas as mães andam muito para colocar as crianças atendidas. Tem demandas de UBSs em vários lugares, que vamos tentar resolver”. Ela também citou demandas por mais praças e questões do transporte como mais veículos operando em certas linhas, alteração dos locais de pontos e micro-ônibus.
Novas composições
“Nem pensei sobre esse assunto”, revela, sobre a escolha do novo secretariado, “vamos fazer essa escalação no final de dezembro. As ações que poderiam ser cobradas após os primeiros cem dias de governo também não foram antecipadas: “Meu governo é de continuidade. Quando eu tomei o governo em 2021, aí faria sentido falar nos próximos cem dias, mas (agora) os próximos cem dias são quatro anos e cem dias. Então, nós vamos conversar adiante. Certamente teremos entregas importantes a fazer”.
Quanto à nova Câmara Municipal e às análises da futura relação, realizadas por cientistas políticos, a prefeita reeleita não enxerga maiores dificuldades: “O fato de você ter uma oposição é normal. (…) Eu acho que nós vamos conseguir, em conversa com a Câmara, aprovar o que for importante para a cidade”.
Mudanças nos ônibus
Quanto ao transporte coletivo, Margarida afirma que vai garantir três aspirações e direitos do usuário: preço, conforto e pontualidade. No entanto, questionada sobre quais requisitos teria como obrigatórios no novo contrato a ser firmado em 2026, como ar-condicionado, por exemplo, responde que não poderá adiantar: “Isso vai ser construído. Vamos ter um grupo de trabalhos. Acho que vamos mudar muito, mesmo, mas só que de uma forma sistemática, organizada, científica”.
O que Margarida afirma é que o preço será “o mais barato possível”, e que “pretende manter a tarifa congelada”. “Se meus entendimentos nacionais e os de outros prefeitos lidando com isso prosperarem, nós estamos caminhando, cada vez mais, na direção da tarifa zero”. A prefeita, no entanto, faz uma ressalva: “Não estou dizendo que vamos chegar a isso, porque demandaria uma certeza de recursos”.
Ela também reconhece que será necessário conversar sobre ônibus que façam trajetos diretos de bairros mais afastados até a UFJF.
Falta dinheiro para consultas especializadas
Segundo a prefeita, o que torna impossível zerar as filas da saúde é o dinheiro – que existe para atenção básica e para média e alta complexidade. “O que ficou no meio foi realmente a saúde especializada, que ficou subestimada, porque não tinha como responder a ela de uma forma imediata. Agora, estamos nos organizando para isso. Estamos na perspectiva de receber recursos”.
Margarida disse que irá a Brasília na próxima semana para tentar acelerar este processo. Ela afirma que os investimentos serão feitos não só para melhorar o funcionamento da saúde, mas também para aquisição de novos equipamentos.
“Não tenho dúvida que, com um gerenciamento fino que nós vamos fazer, as pessoas – não é que elas não vão esperar, você espera na saúde privada também – não vão esperar esse tempo inaceitável para suas angústias”, promete.
Já sobre o Hospital Regional, informou que haverá uma audiência de conciliação com o Estado e o Ministério Público no dia 30 deste mês, e que tem confiança de que chegarão a um bom termo.