Ícone do site Tribuna de Minas

‘Minas enfrenta pior epidemia de dengue’, diz secretário estadual de Saúde

Aedes, transmissor da dengue

Foto: Reprodução Fiocruz

PUBLICIDADE

Com 514.830 casos prováveis de dengue e 185.690 confirmados, Minas Gerais enfrenta a maior epidemia da doença na história, de acordo com o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti. Durante entrevista coletiva à imprensa na manhã desta terça-feira (12), o titular da pasta apontou que os dados indicam que os casos de 2024 podem superar os registrados em 2016, quando houve a pior epidemia de dengue no Estado. De acordo com publicação da Tribuna no dia 27 de março de 2016, até aquela data, Minas havia registrado 217.110 casos prováveis de dengue.

Além da dengue, Baccheretti também chamou a atenção para os casos de chikungunya registrados este ano no estado. Dados do painel de monitoramento de arboviroses da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) apontam que Minas já soma 50.115 notificações da doença. Desses, 31.563 foram confirmados. Além disso, 20 óbitos estão em investigação, e outros 20 já foram confirmados.

PUBLICIDADE

Apesar do cenário alarmante, o secretário de Saúde aponta que os dados parciais indicam que o pico de casos para a dengue já foi batido no final de fevereiro. A tendência, agora, é de que os números diminuam. Entretanto, como o cenário em Minas é heterogêneo, com algumas regiões com mais notificações do que outras e com o grande número de casos registrados, é possível que ainda leve um tempo para as ocorrências diminuírem significativamente.

PUBLICIDADE

Dia D

No dia 23 de março, a SES-MG irá realizar mais um “Dia D” contra arboviroses, visando o combate aos focos do Aedes aegypti. De acordo com Baccheretti, essas ações continuam sendo essenciais para o combate ao mosquito, considerando que ele ainda está em circulação e, com o alto número de pessoas doentes, outras ainda podem se infectar.

PUBLICIDADE

Vacinação contra dengue está abaixo de 30%

Durante a entrevista coletiva, o secretário de saúde informou que a vacinação contra a dengue em Minas Gerais ainda está abaixo de 30%. A imunização contempla crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, e, a princípio, as vacinas estão sendo aplicadas em regiões com maior incidência e transmissão do vírus da dengue. Porém, conforme Baccheretti, a Saúde tem enfrentado dificuldades para chegar a esse público, como, por exemplo, pelo fato de as crianças e adolescentes estudarem durante a semana e não conseguirem comparecer aos postos.

Desta forma, o titular da pasta apontou que vem incentivando os municípios a levarem a vacinação até as escolas, de forma a identificar as crianças que ainda não se imunizaram e fazer uma busca ativa para ampliar o alcance da vacina. 

PUBLICIDADE

“Estamos vivendo o pior momento de dengue da história, mas mesmo assim a procura está aquém da esperada. Por isso temos que mudar nossa estratégia. Temos vacinas disponíveis, crianças aptas para se vacinar, mas não estamos fazendo esse encontro das vacinas com elas”, diz.

Questionado sobre a ampliação do público-alvo da vacina, o secretário informou que isso não deve ocorrer a curto prazo por conta da disponibilização do imunizante. Entretanto, a longo prazo, espera-se que a produção da vacina se amplie e, assim, possa ser aplicada em outras pessoas e nas demais cidades.

‘Março será mês difícil por sobreposição de doenças’, diz secretário

Durante o mês de março, o alto número de casos de dengue se une ao início da sazonalidade de doenças respiratórias, o que pode levar a uma sobrecarga no atendimento de saúde. De acordo com o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, Minas já está registrando aumento de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com casos de influenza e Covid-19, o que demanda ainda mais o serviço hospitalar, especialmente entre crianças.

PUBLICIDADE

“Nós não estamos tendo sossego e fôlego nos atendimentos de urgência porque tem novas doenças chegando”, explica. “Março vai ser um mês difícil, porque teremos essa sobreposição de doenças.”

Por conta de sintomas iniciais semelhantes, como febre, a SRAG pode ser confundida com a dengue. Entretanto, como explicado pelo titular da pasta, a principal diferença está em outros sintomas, como nariz escorrendo e tosse, característicos de doenças respiratórias. 

Diante do aumento esperado de casos, Baccheretti anunciou que a SES-MG já está se preparando para lidar com os casos de SRAG. Em Belo Horizonte, por exemplo, haverá a abertura de novos leitos pediátricos de terapia intensiva.

PUBLICIDADE
Sair da versão mobile