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Zema prevê retorno das aulas presenciais em março, e sindicato dos professores ameaça greve

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Em entrevista à Rádio Super FM na tarde de quarta-feira (10), o governador Romeu Zema (Novo) afirmou que o Governo de Minas Gerais pretende retomar, em março, as aulas presenciais da rede estadual de ensino. Os detalhes do retorno serão divulgados na próxima semana, de acordo com Zema, mas decorrem de um desejo antigo da Administração estadual. Em contato com a reportagem da Tribuna, a Secretaria de Estado de Educação (SEE/MG) assegurou apenas que realiza um estudo para o reinício das atividades presenciais, enquanto a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) afirma que ainda não foi notificada sobre o retorno das escolas estaduais.

O governador Romeu Zema lembrou que o Governo de Minas pretendia retomar o ensino presencial ainda em outubro, mas uma liminar obtida na Justiça por um movimento sindical de professores impediu o retorno àquela altura. De acordo com Zema, as aulas presenciais serão opcionais aos estudantes, que poderão permanecer com os estudos em casa, caso prefiram.

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A SEE, no entanto, trata a questão com mais cautela. Por meio de nota encaminhada à reportagem via assessoria, a pasta estadual garantiu que o início do próximo ano letivo será com aulas remotas, a partir do dia 3 de março. A secretaria apenas sinalizou que “um grupo de trabalho foi criado pelo Governo do Estado para estudar as possibilidades de retomada das aulas de forma presencial”. Ainda segundo o comunicado, a equipe é composta por representantes da SEE, da Secretaria de Estado de Saúde (SES), da Sociedade Mineira de Pediatria e da Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil e Profissões Afins.

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Por fim, a SEE afirma que, entre os meses de dezembro e janeiro, realizou uma consulta pública para “ouvir a comunidade escolar e colher contribuições sobre as estratégias pedagógicas e o aprimoramento das ferramentas a serem utilizadas”.

PJF não foi avisada

A Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) afirmou que “não recebeu nenhuma notificação ou informação oficial do Governo do Estado de Minas Gerais sobre o retorno às aulas na rede estadual”. A Administração municipal também lembrou que a faixa vermelha do programa Juiz de Fora pela Vida, que regula as restrições sanitárias no município, não permite aulas presenciais no município – em qualquer um dos âmbitos (municipal, estadual ou privado) – e nem atendimento em creches.

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De acordo com o decreto que criou o programa municipal Juiz de Fora pela Vida, em função de o município estar atualmente na faixa vermelha, permanecem suspensas as aulas da rede pública municipal de ensino, bem como nas unidades escolares da rede federal, estadual e privada, e atendimento em creches municipais. Quanto à rede municipal de ensino, a PJF afirma que “o ano letivo que se iniciará em março começará de forma remota”.

Sindicato sinaliza greve

O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação em Minas Gerais (Sind-UTE/ Subsede Juiz de Fora) reagiu contrariamente à retomada, ameaçando “greve sanitária pela vida” caso o retorno ocorra antes de uma vacinação em massa. O coordenador geral da unidade juiz-forana do sindicato, Alessandro Furtado Pacheco, manifestou a indignação do movimento sindical com o desejo do governador. “Nós fizemos uma campanha ferrenha desde o ano passado para não retornar às aulas antes de uma vacinação em massa. Estamos prezando pela vida dos alunos e dos profissionais da educação”, justifica o coordenador. “A gente vai batalhar, também, por uma greve em Minas, caso siga adiante a proposta de retorno presencial em março”, afirma.

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O representante sindical questiona a preocupação do governador Romeu Zema a respeito da saúde física e mental dos estudantes, uma vez que, de acordo com Alessandro, houve falhas no sistema de matrículas e na falta de estruturação das unidades escolares para o ensino remoto. O coordenador também afirma que, até o momento, o Governo de Minas Gerais não informou a categoria sobre qual será o protocolo adotado e tampouco iniciou a preparação das escolas para o retorno. “Não tem nada formalizado, nem mesmo uma resolução que fale a respeito da contratação de pessoal para 2021”, critica.

Questionado a respeito de um balanço sobre as aulas remotas do ano letivo anterior, que foi encerrado em janeiro, Pacheco também criticou a falta de infraestrutura. “Nós não fomos treinados em 2020 (para as aulas on-line). As plataformas são falhas, e o material deixa extremamente a desejar. Foi tudo de forma distanciada e sem discussão com a comunidade escolar. Não houve qualquer diálogo com pais, alunos e professores”, lamenta o coordenador.

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