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Gasto calórico do squash só perde para o spinning

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Rômulo Guerra Carmo, 44 (à esquerda) treina três vezes por semana na AABB e diz que elimina todo o estresse em quadra. (Foto: Olavo Prazeres)
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Quando se pensa em squash, a pessoa logo imagina… Aliás, talvez nem imagine nada. Esporte pouco difundido no Brasil e com pouco espaço para a sua prática, ele é mais fácil de ser visto em filmes e seriados americanos, em que provavelmente muita gente não liga o nome à atividade esportiva praticada em uma pequena quadra fechada e com uma face envidraçada, em que duas pessoas golpeiam cheias de disposição uma pequena bolinha contra as paredes a fim de fazer o adversário correr como se não houvesse amanhã. Em Juiz de Fora, porém, há um pequeno grupo de apaixonados pelo squash, que praticam o esporte nas duas quadras existentes na cidade, uma no Arkadyas Educação Física, no Bairro Graminha, e na AABB, no Teixeiras. O sonho deles? Ver o esporte ganhar espaço no Brasil.

O responsável pelas aulas de squash no Arkadyas – que acontecem de segunda a sexta-feira – é Luizir Alberto de Souza Lima Junior. Ele destaca que a estrutura para a prática do esporte foi construída há cerca de 20 anos, e hoje atende a cerca de 30 jogadores e alunos. Apesar de pouco conhecida pelo público, ele entende que muito disso se deve ao desconhecimento a respeito dos benefícios que a modalidade proporciona, o que poderia facilitar sua popularização.

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“É um jogo dinâmico que muda a cada partida ou adversário, tem uma alta intensidade e trabalha diversas aptidões físicas. É preciso ter força, velocidade, reflexo, condição psicológica e resistência aeróbica. E não é muito complexo para se aprender, a pessoa pega o jogo com facilidade, e ainda permite que se treine sozinho determinados fundamentos”, argumenta, ao mesmo tempo que lembra que não é preciso tanta preparação caso seja praticado apenas de forma recreativa. “Além de ajudar na socialização, não tem o problema do clima, como pode acontecer com o tênis.”

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Xadrez com raquetes

As amigas Sumaya Hallack, 33 anos (acima) e Denyse Delgado, 34, praticam juntas na Academia Arkadyas. (Foto: Olavo Prazeres)

Ainda que pareça para o leigo um esporte em que basta bater na bolinha com fúria no coração, Luizir explica que o squash possui uma dinâmica de disputa toda particular. “O estilo da partida depende muito de quem está jogando. É como se fosse xadrez com raquetes. Tem quem goste de bolas rápidas, lentas, curtas, aqueles que prefiram alongar os pontos”, analisa.

Quanto ao objetivo do squash como competição, Luizir explica que o principal objetivo é atingir a parede frontal, podendo para isso utilizar as paredes laterais e as de vidro, e, por consequência, impedir que o adversário consiga atingir a bolinha. A partida é disputada em melhor de três ou cinco games de 11 pontos cada. As dimensões oficias da quadra são 9,75 metros de comprimento por 6,4 metros de largura; os limites superior e inferior para rebater a bola são de 4,57 e 0,48 metros, respectivamente.

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O responsável pelas aulas na AABB, que construiu sua quadra há dez anos, é o professor William Miranda Cidrim de Souza, que joga squash há mais de duas décadas. Assim como outros praticantes, ele migrou do tênis pela proximidade dos dois esportes e pelo fato de o squash ser praticado indoor. No clube, entre jogadores e alunos, são 16 entusiastas. “O squash ainda está em ascensão, falta criar uma cultura ligada ao esporte, ter divulgação maior, torneios que incentivem a prática e apontar as vantagens para a saúde. É o segundo esporte de maior queima calórica, com mil calorias por hora, perdendo apenas para o spinning”, aponta. “Em Belo Horizonte, Rio e São Paulo, por exemplo, vários condomínios contam com quadras de squash.”

Amor à primeira raquetada

Dentre as dezenas de praticantes do squash está Sumaya Hallack, 33 anos, que trocou o tênis pelo esporte há dez anos por considerá-lo “mais prático”. Atualmente, treina duas vezes por semana, além da musculação para aguentar o ritmo das partidas. “É preciso muita força e preparo físico”, diz ela, que venceu sete dos oito torneios femininos já organizados pelo Arkadyas.

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A paixão pelo esporte foi tamanha que ela conseguiu arrastar a amiga Denyse Delgado, 34, que começou a praticar há cerca de um ano. “Comecei só como brincadeira, mas depois que participei do primeiro torneio e perdi para a Sumaya (risos) vi que tinha que melhorar. Comecei a ter aulas e me apaixonei pelo squash”, afirma Denyse, que foi vice-campeã de um torneio disputado em Petrópolis.

Quem também defende o squash com paixão é Rômulo Guerra Carmo, 44, que treina na AABB. Ele foi mais um a preferir o “tênis indoor” pela velocidade e intensidade do jogo, resultando na já citada queima calórica. São pelo menos três vezes por semana na quadra, acompanhadas por fortalecimento muscular na academia. “Gosto de atividades intensas, rápidas, e aqui não é só treinar, você tem que jogar e se aprimorar. Fora o estresse que você elimina”, destaca.

E a adrenalina que ajuda a colocar o estresse para fora do corpo é um dos motivos para Guilherme Polini, 30, praticar o squash há dois anos, três vezes por semana, junto com o tênis. “O squash é um esporte de impacto, em que é preciso usar a força. Se estiver estressado, com raiva, você pode bater na bola à vontade (risos). No tênis, se fizer isso, você isola a bolinha. Além disso, ajuda muito na minha saúde, pois tenho asma e depois de começar no squash melhorei minha condição física, o que influi em tudo.”

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Torneios para atrair atletas da região

Para ajudar a difundir o esporte, Miranda confirmou a realização de um torneio em março, que ele espera ter atletas de Juiz de Fora mas também de cidades do entorno. A ideia é realizar pelo menos três campeonatos por ano. “Entre 2008 e 2013 tivemos muitos torneios, incluindo gente que vinha de fora, queremos voltar a ter esse intercâmbio.” Já a Arkadyas realiza há algum tempo campeonatos extra-oficiais com atletas da região. “São dois campeonatos por ano divididos por nível dos jogadores no caso do torneio masculino: iniciante, intermediário e avançado. O feminino tem apenas uma categoria”, diz Luizir Junior.

Os dois professores reforçam que o que falta para o esporte se tornar mais praticado é informação e divulgação. Eles apontam as vantagens que o squash tem sobre o tênis, por exemplo, como o fato de precisar de um espaço menor, ser praticado em área coberta e ter um custo de equipamento e manutenção inferior. “Nós estamos tentando criar um circuito profissional na região, o que ajudaria muito. Por enquanto, já temos uma empresa fazendo transmissões ao vivo pela internet”, destaca Luizir.

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