O Vasco conseguiu o acesso à primeira divisão nacional no ano passado, mas o atual cenário do time de futebol feminino é completamente diferente. Em 2023, a equipe cruz-maltina irá disputar a Série A3 do Campeonato Brasileiro e, por conta disso, realizou uma reformulação em seu departamento de futebol. Para comandar as jogadoras, uma juiz-forana foi escolhida: Jaqueane Correa, de 28 anos.
Jaqueane, natural do Bairro Santa Terezinha, Zona Nordeste de Juiz de Fora, está em sua segunda passagem pelo Vasco. Na primeira, em 2019, atuou como preparadora física. Já como treinadora, trabalhou no América-MG em 2020, e como auxiliar técnica do Flamengo, de 2021 até o início deste ano, quando deixou o Rubro-Negro para assumir o time de São Januário.
Nesta temporada, Jaqueane será a responsável por comandar o desafio de subir o Vasco para a segunda divisão e, posteriormente, para a Série A do Campeonato Brasileiro. Em entrevista à Tribuna, a técnica comentou sobre o sentimento de treinar um dos maiores clubes do Brasil. “Estou superfeliz e muito motivada, assim como toda a comissão técnica e atletas. Como treinadora, as expectativas são as melhores. Ser a líder do processo é de suma responsabilidade, mas também realizadora”, explica Correa.
Jaqueane explicou como pretende trabalhar no futebol feminino do Vasco para obter o acesso à Série A2, principal objetivo do clube na temporada. “A ideia é trazer um pouco das vivências e experiências de onde trabalhei, para auxiliar nesta reestruturação do departamento do futebol feminino e ajudar junto com minha comissão técnica e com todo o aval do clube, trazer uma semana perspectiva de voltar a ser protagonista, tanto no estado, quanto também a nível nacional”, detalha a profissional.
Como primeiros testes do time, o Vasco disputa a Copa Rio Feminina. Na estreia, a equipe perdeu para o Flamengo, da divisão principal do futebol brasileiro, por 3 a 1. Neste torneio, Vasco, Botafogo, Flamengo e Fluminense se enfrentam em turno e returno no formato de pontos corridos.
Associação e SAF no Vasco
Na primeira passagem de Jaqueane pelo Vasco, o clube ainda seguia o modelo associativo de gestão. Atualmente, a equipe é administrada no modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF). A treinadora relatou as diferenças existentes entre os dois momentos do clube carioca.
“Em relação à parte de estrutura, o futebol feminino atualmente está usando as mesmas dependências que as categorias de base do futebol masculino. O principal ponto de reestruturação está sendo o alinhamento com a metodologia da base. Assim nossa logística segue a mesma ideia e processos já estabelecidos pelo clube“, elucidou a comandante juiz-forana.
Cenário do futebol feminino
Em 2023, irá ocorrer a Copa do Mundo de futebol feminino, que será disputada de 20 de julho a 20 de agosto, na Nova Zelândia e na Austrália. Diante disso, Jaqueane comentou também sobre as suas perspectivas para a modalidade com os benefícios, também, de uma temporada com a principal competição do planeta no esporte. “Minhas expectativas são as melhores. Estamos crescendo muito no que diz respeito à reestruturação, marketing, estrutura de clubes, salário e valorização do futebol feminino dentro das equipes”, diz Correa.
Em contrapartida à visão exposta pela técnica do Vasco, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ainda não disponibilizou, em seu site oficial, o regulamento nem a tabela detalhada da Série A3 do Campeonato Brasileiro, competição que o clube disputa nesta temporada. De acordo com o calendário do futebol feminino de 2023, o torneio tem início em 15 de abril e conclusão em 24 de junho. Caso o sistema de disputa seja o mesmo de 2022, o formato adotado para a terceira divisão será o mata-mata, em que as quatro equipes semifinalistas serão promovidas à Série A2 do próximo ano.