Ícone do site Tribuna de Minas

Colombiano do JF Vôlei teve esporte como caminho para melhora de vida

timba jf volei3 by couri editada
Atleta estreou pelo time de Juiz de Fora na segunda rodada da Superliga B (Foto: Leonardo Costa)
PUBLICIDADE

Seis países, oito clubes e dez anos de carreira. Essa é a trajetória de Gustavo Larrahondo, o “Timba”, oposto colombiano de 25 anos contratado pelo JF Vôlei para a disputa da Superliga B deste ano. O atleta, presente nas convocações da seleção da Colômbia desde 2016, chega para a equipe juiz-forana com o objetivo de ser um dos principais jogadores do grupo que busca retornar à Primeira Divisão do vôlei brasileiro para a temporada 2024/25. À Tribuna, o atleta contou a trajetória até chegar a Juiz de Fora e mostrou ambição de evoluir no vôlei brasileiro.

Gustavo Larrahondo é oriundo do bairro de Timba, na cidade de Buenos Aires, localizada ao norte do departamento de Cauca, na Colômbia. Por conta disso, adotou o apelido de Timba, como é conhecido no vôlei. Seu começo no esporte aconteceu de maneira tardia, em 2014, quando tinha 16 anos. “Comecei por conta de um primo já falecido chamado Silvio André Rodríguez. Ele seria jogador de vôlei, foi levado para a Liga e não gostou, então falou com o presidente da Liga que tinha um primo, que era eu, e poderia fazer os testes de vôlei. Eu fui e o vôlei não me chamou a atenção, não gostava, mas segui treinando. Depois, comecei a gostar um pouco mais e percebi que poderia melhorar a vida da minha família com o esporte”, relata o oposto.

“Acho que o vôlei foi me serviu como uma saída da realidade, porque onde cresci é rodeado de festas a cada fim de semana, saídas com os amigos, mas não é um lugar tão fácil para viver. Então, a melhor oportunidade que eu tive de melhorar a vida da minha família foi por meio do esporte, do vôlei. E eu tive que fazer muitas coisas, como ir para a Liga, para outras cidades por muito tempo, deixar minha mãe e ficar sem ver ela por meses, até anos”, complementa Timba.

PUBLICIDADE

Muitos times no currículo

A primeira temporada de Timba como atleta de vôlei profissional foi a 2015/16, pelo Valle Cali, da Colômbia. Depois, passou pelo Mutual Policial Formosa, da Argentina; Nea Salamina Famagusta, do Chipre; Barcelona, da Espanha; voltou para o Valle Cali; Alittihad Misurata Sports Club (Líbia); SVA Rehovot e Hapoel Menashe Emek Hefer, ambos de Israel, até chegar ao JF Vôlei neste ano. Assim que se profissionalizou, o oposto se tornou também frequente nas convocações da seleção colombiana.

Pela Colômbia, Timba conquistou a medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, realizados no final do ano de 2023. O oposto, inicialmente, não gostaria de participar da competição em virtude do falecimento de sua mãe. “Minha participação serviu como uma forma de agradecimento à força que ela me deu para seguir adiante”, diz Larrahondo. O atleta avalia de maneira positiva tanto a sua atuação individual, quanto o desempenho coletivo da Colômbia no Pan. “Toda a equipe lutou por um objetivo, que era uma medalha”, analisa.

Negociação com o JF Vôlei

“A forma como se trata os jogadores, como se trabalha, é diferente no Brasil”, diz Timba (Foto: Leonardo Costa)

O bom desempenho de Timba no Pan foi o motivo do início das negociações para que o oposto jogasse em Juiz de Fora. “O JF Vôlei me viu nas partidas contra o Brasil, Cuba e México, e a partir disso começaram os contatos para me trazer para cá. Me mandaram o pré-contrato, e chegamos a um acordo”, revela. O atleta explica que sempre quis jogar no Brasil. “Sempre quis jogar em um equipe (brasileira), independentemente da divisão, porque aqui os treinamentos são muito bons, além dos ótimos jogadores que atuam no país”, explica.

PUBLICIDADE

Para Timba, o vôlei praticado no Brasil é mais profissional se comparado aos demais países em que atuou, por isso o desejo de jogar nas ligas brasileiras. “A forma como se trata os jogadores, como se trabalha, como se treina para cumprir os objetivos é diferente no Brasil. Por exemplo, na Europa não se treina como aqui. Na Espanha, você faz academia duas vezes por semana, o que não é o ideal para um profissional”, conta o oposto.

Mirando o acesso

Timba mantém o discurso de que o objetivo principal do JF Vôlei na Superliga B é o acesso à Primeira Divisão, mas ressalta que o resultado só vem com o trabalho no dia a dia do clube. “Antes de tudo, temos que seguir trabalhando e ver que o resultado irá acontecer. Eu quero ganhar, mas não sei como está a outra equipe. Não me preocupo em antecipar o futuro, então prefiro seguir trabalhando e que a quadra demonstre. Eu sempre trato de não subestimar nenhuma equipe. O nosso objetivo é subir para a Superliga A, então estamos trabalhando o máximo possível para isso”, afirma. 

PUBLICIDADE

Timba não participou da estreia do JF Vôlei na Superliga B, quando a equipe foi derrotada por 3 sets a 0 pelo Brasília Vôlei, pois sua documentação não foi regularizada a tempo. Sua primeira partida aconteceu no último sábado (20), na derrota por 3 sets a 0 para o Saneago Goiás Vôlei, no Ginásio Municipal Jornalista Antônio Marcos. O próximo compromisso da equipe será contra o Manaus, no sábado (27).

Sair da versão mobile