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Trio do Clube Bom Pastor está no radar de seleções sub-18 e sub-19 de vôlei

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Luiz Fernando (esquerda), Gabriel (centro) e Jadher são alguns dos atletas promissores na cidade (Foto: Fernando Priamo)
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Luiz Fernando Andrada tem apenas 15 anos e já mede 1,91m; Jadher Henrique, um ano mais velho que o colega, é quatro centímetros maior; já Gabriel Spinelli, aos 16, registra 2,01m de altura. Além da elevada estatura, o trio de atletas do Clube Bom Pastor (CBP) tem outro ponto em comum: o dom, a paixão e a dedicação pelo vôlei renderam aos três uma convocação para o laboratório de novos talentos da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV). O evento, já neste mês, no Centro de Desenvolvimento de Voleibol (CDV), em Saquarema (RJ), inicia um processo de avaliações para a formação das seleções brasileiras sub-18 e sub-19 de quadra, que irão disputar os campeonatos sul-americanos ainda neste ano.

Ao todo, 80 jovens entre 14 e 17 anos, divididos igualmente entre meninos e meninas, foram chamados para a experiência no Rio de Janeiro após observações em torneios de 2019. Dos 40 jogadores escolhidos, serão formados dois grupos. O primeiro, com Gabriel e Luiz Fernando, será avaliado entre os dias 15 e 22 de janeiro. O subsequente, integrado por Jadher, fica no CDV de 22 a 29 também deste mês.

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Segundo o técnico do CBP, Marcus Vinícius “Mandela”, esta será a primeira etapa de análises da CBV. “Nestas duas semanas, os atletas irão fazer todos os tipos de avaliações. Aí voltam para os clubes e, nesse ano, já passam por outra observação em Saquarema, no Campeonato Brasileiro de Seleções, em março. Depois disso, o grupo selecionado integra as seleções brasileiras para a disputa dos sul-americanos, ainda sem data e local confirmados”, explica.

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‘Meu filho vai jogar na Seleção?’

Juiz-forano Luiz Fernando terá experiência inédita em sua vida (Foto: Fernando Priamo)

Caçula do trio, o ponteiro Luiz Fernando só via vôlei na televisão até dois anos atrás. “Quando estava na minha escola, a (Escola Estadual) Duque de Caxias, o Mandela chegou em mim e perguntou se eu tinha interesse em jogar e tudo começou. Venho treinando com eles tem dois anos”, conta o jovem promissor. A partir de então, ele só se aproximou do esporte.

“A coletividade do vôlei e as amizades que fiz aqui me deixaram apaixonado pelo esporte. E a emoção de estar dentro de quadra. Muitos meninos que conheci aqui são meus melhores amigos hoje. Por isso e por meus pais sempre me apoiarem, vou continuar”.

O garoto revelou que soube da oportunidade ao lado de sua mãe, Maria Cristina, que inicialmente também não acreditou. “Eu estava em casa, minha mãe me ligou e disse que tinha uma mulher em Saquarema querendo falar comigo. Pensei que fosse do laboratório e fiquei ansioso. Fui no serviço dela, a mulher já estava falando com minha mãe na linha e comecei a conversar. Ela perguntou se eu tinha interesse em ir. Disse que óbvio que sim. Minha mãe ficou ansiosa, não estava acreditando também. Perguntou se era a Seleção Brasileira mesmo e eu disse que sim. Aí ela: ‘Sério mesmo? Meu filho vai jogar na Seleção?’ E eu disse que íamos ver, que primeiro tinha o laboratório”, relembra Luiz, nervoso e otimista com a chance.

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“Pretendo passar para a segunda fase, ficar lá e vestir a camisa da Seleção. Ganhar uma experiência e partir para o abraço.”

‘Dizia que o vôlei não era pra mim’

Jadher descobriu o amor pelo vôlei em JF (Foto: Fernando Priamo)

Natural de Além Paraíba (MG), o central Jadher também irá conhecer as instalações da CBV e, há pouco tempo, sequer se enxergava no voleibol. “De Além Paraíba, fui para o Rio, fiquei uns quatro anos e sem nenhuma vontade de jogar. Dizia que o vôlei não era pra mim. Vim para Juiz de Fora e, há três anos, o Mandela me viu na escola (Escola Estadual Fernando Lobo) e falou para eu vir para o Bom Pastor fazer um teste. Passei por causa da altura, não tinha nem como! E estou aqui até hoje”, relata o atleta.

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Jadher praticava natação. Passado. “Gostava muito, mas depois do primeiro treino aqui com o vôlei foi amor à primeira jogada, à primeira rodagem de quadra.” Agora, o jovem não vê a hora de estar em Saquarema.

“Passa um filme na mente, não sei o que esperar. O Gabriel (Spinelli) já é veterano no assunto e conhece o nível dos caras. Eu conheço da Taça Paraná, mas agora vou bater de frente com eles e ver no que vai dar. É não querer ser melhor que todo mundo, mas sim dar o melhor de mim.”

‘Veterano’ no assunto

Gabriel já é destaque em âmbito nacional há mais de um ano (Foto: Fernando Priamo)

Como Jadher destacou, Gabriel Spinelli conhece o CDV como poucos de sua idade. E também o caminho até uma seleção. Mais experiente do trio, o ponteiro foi campeão mineiro de vôlei de praia e vice-campeão do Brasileiro de Seleções sub-17, entre as conquistas de 2019. “Ano passado também estava no laboratório sub-17, visando justamente este ano. Fiquei uma semana lá também. E em agosto, jogando praia, fui para a Seleção sub-19. Também foram treinamentos para conhecerem a gente, porque vai ter o Mundial no ano que vem”, destaca Gabriel.

Em mais um laboratório, o atleta já conhece muitos dos benefícios da oportunidade.

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“A experiência é incrível. Você chega com uma carga de informação e volta com novos conhecimentos. Você vê o nível dos jogadores no Brasil e, realmente, é uma experiência fantástica. Além de ganhar credibilidade aqui no clube (Bom Pastor)”.

Certo é que Gabriel, Jadher e Luiz Fernando dão importante passo para os sonhos. “É muito doido pensar que você está representando um país inteiro. Mas sempre espero o melhor. Temos exemplos como o Giovane, o próprio Felipe Roque. É quem você quer se tornar. E às vezes ir para um clube grande, disputar a Superliga e representar o Brasil. Tudo com o foco final de ir para uma olimpíada e, quem sabe, um dia ser medalhista”, afirma Gabriel.

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