Em meio à preparação para o Campeonato Mineiro, Tupi e Tupynambás enfrentam dificuldades para a viabilização de jogos-treinos, sejam estaduais ou interestaduais. Dentre as razões, questões financeiras de adversários e, consequentemente, problemas logísticos. Três amistosos do Tupi, a princípio, na programação inicial, foram cancelados – dois frente ao Bangu (RJ), em 27 de dezembro e 12 de janeiro, e, outro, contra a Cabofriense (RJ), em 22 de dezembro. O único jogo-treino disputado pelo Tupi ocorreu em 15 de dezembro, contra o amador Viçosa Sport Club, com vitória por 4 a 1. Além disso, o confronto frente ao Minas Esporte Clube, de Lima Duarte, em 21 de dezembro, foi suspenso em razão de fortes chuvas na ocasião. “O cancelamento dos jogos-treinos partiu da Cabofriense e do Bangu. A Cabofriense, que viria a Juiz de Fora, alegou falta de recursos. Já o Bangu justificou o fim de um contrato com uma empresa de transporte rodoviário para o cancelamento”, explicou Nicanor Pires, diretor de futebol do Tupi. “São problemas financeiros dos adversários e de logística.”
O Tupynambás disputou o primeiro amistoso da pré-temporada apenas no último sábado (29), após acordo de última hora com o Resende (RJ), e venceu por 2 a 1. Embora justifique que o conhecimento prévio dos atletas do elenco o levou a não solicitar amistosos antes do confronto frente ao Resende, Surian apontou dificuldades em trazer adversários a Juiz de Fora. “No Rio de Janeiro, os clubes gostam de se enfrentar. Um está próximo ao outro, então preferem jogar uns contra os outros. Em Minas, o adversário mais próximo que temos é o Tombense, que está disputando também o Mineiro, então não tem porque enfrentar um adversário sendo que vamos mostrar a nossa equipe. Como já conheço a maioria dos atletas, não fizemos nenhum amistoso antes do último sábado. Já tenho o time bem específico na minha mente, então precisava, apenas, dar um pouco mais de lastro físico e tático.” Na próxima semana, segundo Surian, o Baeta enfrentará o Bangu, em Pinheiral (RJ); “a pendência é somente em relação à data: 10 ou 12 de janeiro”, disse. “É preferível a gente gastar um pouco mais. A diretoria tem sofrido quanto a isso. Vamos fazer mais dois amistosos fora. A diretoria tem investido nisso.”
Técnicos fazem balanço da pré-temporada
Passados cerca de 30 dias de pré-temporada, Aílton Ferraz, questionado sobre suas impressões a respeito do elenco carijó, foi cauteloso. “O maior parâmetro vai ser o jogo contra o Volta Redonda. Antes de acontecer, não posso declarar nada, pois é um jogo de verdade. O primeiro [contra o Viçosa] foi um projeto, e muitos atletas, inclusive, já foram embora. Estamos tentando dar um perfil novo nesse grupo. Como já falei, o grupo que peguei e desceu para a Série D tinha um perfil muito ruim. Hoje, eu vejo [um perfil] totalmente diferente. Treino é uma coisa e, jogo, outra. Então, poderei falar sobre cada atleta.” Dentre chegadas e saídas, jogadores como os zagueiros Luiz Ricardo, Lauro Victor e Matheus Miguel, o lateral Cleiton Silva, os volantes Luiz Fernandes e Rodrigo Souza, os meias Samuel Mequias e Paulo Vitor e os atacantes Patrick Moura e Washington César foram dispensados ao longo do período por opção da comissão técnica.
Somente nesta semana aportaram o zagueiro Thiago Duchatsch, 21 anos, ex-Corinthians e Santos, e o ponta Saulo, 21, ex-Uberlândia e América. Sobre Thiago, Aílton destacou o perfil do atleta, mas ponderou o tempo sem minutos em campo. “É um jogador que chega junto, que é o perfil que a gente quer; que busque a vitória a todo o tempo, que fale, que dê bronca também. Sabemos que está há um tempo sem jogar, então temos que ter cuidado para que a gente não erre em qualquer avaliação.” A respeito de Saulo, apontou que será uma das surpresas do Mineiro. “É um atleta intenso, que tem 1 vs 1 e que me agradou bastante. É um jogador inteligente e rápido, o que é raro. Vamos tentar tirar o máximo dele em jogos, porque no dia a dia do treinamento, temos boas impressões.” Aílton tem, à disposição, 32 jogadores.
Em razão do curto período de competição do Campeonato Mariano, Felipe Surian optou em trabalhar com elenco reduzido. Conforme o técnico do Tupynambás, como a comissão técnica e os próprios atletas já se conhecem de outras temporadas, a preparação evolui gradativamente. “A competição é curta, e o erro pode ser fatal. Um jogo ruim que fizermos pode acarretar em uma situação difícil dentro da competição. Gosto de trabalhar com atletas com quem já tenha trabalhado ou, então, que já conheçam a competição, porque isso faz encurtar um pouco mais a nossa preparação, a nossa metodologia de trabalho. São atletas que conhecem a competição, uns experientes, outros jovens, mas já lapidados.” São 28 os atletas comandados por Surian, sem mudanças em relação aos jogadores apresentados no início de dezembro último.