Em meio à realocação da linha de montagem do caminhão Actros para São Bernardo do Campo (SP) e a transferência do desembaraço das sprinters para Vitória (ES), rumores associam o Grupo Carlos Alberto de Oliveira Andrade (Caoa) à planta industrial juiz-forana da Mercedes-Benz. Em abril último, a Tribuna adiantou as especulações sobre a possibilidade de venda da fábrica, crescentes nos corredores da multinacional, inclusive com a visita de interessados, negada pela montadora. A Caoa é responsável, no Brasil, pela distribuição de marcas como Chery, Ford, Hyundai e Subaru, e estaria sendo cotada para instalar operações nesta planta. Além de manter unidades em Anápolis (GO) e Jacareí (SP), a Caoa conduz negociações para comprar a fábrica da Ford em São Bernardo do Campo, cujas atividades de produção foram encerradas nesta quarta-feira (30).
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Em setembro, a Ford e a Caoa anunciaram o acordo para a compra. Entretanto, o processo está em banho-maria, uma vez que a compradora pleiteia “incentivos públicos estaduais ou federais”, conforme o Valor Econômico. Dado o imbróglio, especulações já associam a Caoa à planta industrial da Mercedes-Benz. “Não podemos confirmar nem negar esta informação, mas a Caoa está sempre avaliando as oportunidades do mercado. É nosso papel no ambiente corporativo. Estamos sempre de olho em boas oportunidades. Este tipo de assunto exige muita confidencialidade (…). Não queremos falar (nada) além do que está acontecendo”, afirma, à Tribuna, uma pessoa ligada ao grupo. O interesse seria instalar, em Juiz de Fora, uma fábrica da chinesa Chery.
Entretanto, contactada pela Tribuna, a Mercedes, por meio de assessoria, ressaltou que “a informação não procede. Não a confirmamos”. Já a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais pretende reverter, “em médio prazo”, a transferência do desembaraço de sprinters de Juiz de Fora para o Espírito Santo, formalizada há quatro meses. Depois da realocação da linha de montagem do Actros para São Bernardo, a planta juiz-forana será responsável por pintura e montagem de cabinas dos caminhões Accelo, Atego, Axor e o próprio Actros. Questionado sobre a possibilidade de venda da unidade, um membro do Sindicato dos Metalúrgicos de Juiz de Fora, que preferiu não ser identificado, afirmou à Tribuna que “a empresa não aponta para isso. Muito pelo contrário, inclusive. A Mercedes indica a continuidade da operação da planta”.