Início do ano e muitos eventos abrem, nos próximos meses, a venda antecipada de ingressos. Alguns deles muito concorridos, com direito a fila de espera e esgotamento em minutos. A euforia de garantir entrada para o show de um artista esperado pode ser equivalente à frustração de perceber que tudo não passava de uma mentira. O golpe do ingresso falso acontece há tempos na internet e ainda hoje faz vítimas. Você sabe como se proteger?
A Tribuna entrou em contato com o professor do Senac e especialista em cyber segurança, Nalysson Luiz, que elencou algumas medidas que podem ser tomadas pelo consumidor para que ele passe longe dos golpistas que tentam tirar proveito dos fãs.
Cuidados básicos
Por mais que a ansiedade fale alto, é preciso ter em mente alguns cuidados básicos antes de realizar a compra de um ingresso on-line. Muitas das vezes o valor das entradas é alto, o que pode gerar uma perda financeira significativa. Para que isso não ocorra, Nalysson afirma que o comprador precisa estar conectado a uma rede segura e ter um bom sistema de defesa instalado, como antivírus e firewall. “É importante obter informações sobre a empresa ou a plataforma onde serão comprados os ingressos, e certificar que ela tenha credibilidade no mercado.”
Sites desconhecidos, com preços muito atrativos, geralmente são indicativos de golpe. Uma dica é olhar atentamente para o link utilizado. “Observe o tipo de protocolo na barra de endereço, se é HTTP ou HTTPS. O HTTPS é o mais indicado, porque esse protocolo garante a criptografia dos dados transmitidos.” Na hora de pagar é preciso optar por um meio seguro, que garanta um comprovante que deve ser guardado após a compra.
Compra de terceiros
Perdeu a pré-venda, os ingressos esgotaram ou decidiu ir de última hora? Comprar o ingresso de terceiros é sempre uma opção. Nem sempre essa alternativa vai terminar em golpe e pode ser uma transação legítima, desde que o vendedor não obtenha lucros com a venda. “Inicialmente, não há impedimento legal em adquirir o ingresso em um site oficial e revendê-lo, desde que os preços não sejam excessivos, evitando práticas desleais. No entanto, é necessário ter acesso às políticas que regem o evento, pois estas podem conter cláusulas que possam se tornar obstáculos, inclusive proibindo a revenda de ingressos para terceiros.”
O primeiro passo para garantir uma compra segura é verificar com o vendedor as informações do ingresso. “Ele deve possuir um número de série único que o diferencia dos outros. Se for possível, o mais indicado é a transação de forma presencial.” Caso isso não seja viável, peça ao vendedor acesso aos documentos que comprovem a compra do ingresso feita por ele. “Na hora de pagar, utilize meios que ofereçam proteção ao consumidor, como cartões de crédito com sistema de segurança robustos.”
Caí no golpe e agora?
Mesmo com todas as dicas de segurança, muita vezes os golpistas se aproveitam da ingenuidade de alguns compradores e conseguem efetivar os golpes. Nesse caso, o especialista afirma que o primeiro passo é registrar um Boletim de Ocorrência para que uma investigação possa ser iniciada. “O consumidor lesado também pode entrar em contato com a organização do evento. Há casos em que a organização adota medidas contra esse tipo de crime, além de oferecer assistência à vítima.”
Nalysson diz que recuperar o valor perdido vai depender das medidas adotadas durante a transação com o vendedor. “É necessário estar ciente dos termos disponibilizados pela organização do evento, inclusive sobre trocas, revendas e reembolsos. Em caso de compra realizada pela internet, utilizou a plataforma oficial ou parceira do evento? O pagamento foi realizado por meio de métodos seguros? Estes são alguns pontos a serem analisados pelo comprador. A depender da resposta, o reembolso poderá ocorrer de maneira natural.”