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Black Friday: produtos sem descontos significativos

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A Agência de Proteção e Defesa do Consumidor de Juiz de Fora (Procon-JF) divulgou o resultado da operação Black Friday, que analisou a variação nos preços de 15 produtos e verificou se os lojistas realmente ofertaram descontos nos itens selecionados. Após o levantamento realizado entre os meses de outubro e novembro, foi constatado que, na semana anterior à Black Friday, alguns estabelecimentos aumentaram o valor dos produtos, não registrando descontos significativos.

O Procon ainda observou situações em que os produtos subiram de preço na semana anterior à promoção, não apresentando descontos de fato. No relatório divulgado pela agência é possível identificar esse aumento em alguns itens. Uma Air Fryer, por exemplo, que estava sendo vendida na internet por R$353,31 no final de outubro, teve elevação de preço em novembro, chegando a R$360,90. Uma semana antes da Black Friday, a fritadeira elétrica registrou mais um aumento, chegando a custar R$399,90. No dia 26, o valor do produto era de R$379,90, 7,5% mais caro que o cobrado no final de outubro.

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Outro item que passou pela mesma variação e acabou não registrando grandes descontos foi o ar-condicionado. O produto estava sendo vendido on-line por R$1.621,80 no final de outubro. No início de novembro, o preço havia chegado a R$1.888. Uma semana antes da Black Friday, o item sofreu mais uma elevação, saindo por R$2.077,86. Na esperada sexta-feira de promoções, o valor do produto era de R$1.610,10, apenas 0,7% mais barato do que o preço registrado na primeira coleta.

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Promoções, porém sem descontos significativos

Dos 15 produtos vendidos on-line e selecionados para a pesquisa, sete apresentaram queda nos preços. São eles: fogão, Air Fryer, ventilador, ar-condicionado, robô aspirador de pó, Alexa e sanduicheira. Já no acompanhamento dos produtos vendidos em lojas físicas, foi observada queda de preço em oito itens: máquina de lavar roupas, micro-ondas, ferro de passar roupas, Air Fryer, ventilador, robô aspirador de pó, cafeteira e panela de arroz.

Segundo a supervisora de Estudos e Pesquisas do Procon, Gisele Zaquini Lopes Faria, apesar de muitos produtos terem apresentado reduções, isso não significa, necessariamente, vantagem para o consumidor, já que alguns itens não tiveram quedas relevantes. “O fogão, por exemplo, foi acompanhado na pesquisa presencial e on-line. O que observamos é que não houve promoção significativa, porque, nos dias coletados, houve queda em alguns momentos, depois um ligeiro aumento e novamente outra queda. No geral, a variação não pode ser considerada redução de preço.”

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Outras irregularidades constatadas

Durante os dias de fiscalização, as equipes do Procon ainda identificaram que muitas lojas não colocaram o preço dos produtos na vitrine de forma clara para o consumidor. Segundo a supervisora da Fiscalização do Procon/JF, Roberta Lade, o cliente não pode ficar na dúvida do quanto está pagando por aquele produto. “Houve casos de ausência total, parcial e até errônea na visualização de preços nas vitrines. Algumas lojas colocavam à mostra apenas o valor das parcelas e não o valor do produto à vista, mas o destaque maior tem que ser sempre o preço à vista. Também teve muitos estabelecimentos que estavam sem o Código de Defesa do Consumidor, mas isso foi sanado com a distribuição gratuita do código pelo próprio Procon.”

Os agentes também perceberam queda no número de consumidores nas lojas, em comparação com os anos anteriores, além de muitos relatos de pessoas que não estavam acreditando nas promoções oferecidas na Black Friday.

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Problemas na entrega

Após a Black Friday, entre os dias 1º e 16 de dezembro, a sede do Procon em Juiz de Fora registrou 23 reclamações relacionadas a atraso na entrega ou não entrega dos produtos adquiridos. Segundo o órgão de defesa do consumidor, o número de reclamações dessa natureza ainda deve aumentar, visto que a maior parte das compras foi feita de forma on-line e ainda está dentro do prazo previsto de entrega.

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