Novembro começou com novos recursos disponíveis no Pix. De acordo com o Banco Central (BC), as mudanças foram feitas para oferecer mais segurança à modalidade de pagamento instantâneo. Neste mês, o Pix completa quatro anos de atuação e, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o número de transações deve crescer 52,4%, chegando a quase 64 bilhões de operações até dezembro. Atualmente, há mais de 800 milhões de chaves Pix registradas no BC, o que movimenta mais de R$ 5 bilhões por mês.
Confira as novas funcionalidades:
Pix de até R$ 200 para novos dispositivos
Desde 1º de novembro, o Pix ganhou novas regras para dar mais segurança aos usuários, com mudanças para o cadastramento de novos dispositivos usados nas transações. Desde a data, o cliente que trocar de celular ou computador terá um limite de R$ 200 por operação ou R$ 1 mil por dia.
Para fazer transferências acima desses limites, será necessário cadastrar o novo aparelho nas instituições financeiras. De acordo com o Banco Central, o objetivo da medida foi reduzir a probabilidade de fraudadores usarem dispositivos diferentes daqueles utilizados pelo cliente para gerenciar as chaves Pix.
Pix agendado
No final de outubro, começou a funcionar de forma obrigatória o Pix agendado recorrente para 863 participantes do ecossistema (entre bancos, instituições de pagamento, e outros) , que permite pagamentos regulares de mesmo valor para cair na conta do recebedor sempre no mesmo dia de cada mês.
Pix por aproximação
A partir de fevereiro de 2025, o Pix por aproximação passa a valer e irá permitir que o usuário faça pagamentos sem utilizar o aplicativo de sua instituição financeira, utilizando uma carteira digital, como Apple Pay e Google Pay. Para isso, basta aproximar o celular da maquininha de pagamento do vendedor, como explicou o diretor de Organização do Sistema Financeiro do BC, Renato Gomes.
A funcionalidade é disponibilizada por empresas por meio de contratos bilaterais, e a sua oferta ao usuário final depende de iniciativas dos agentes de mercado. “Isso é útil, por exemplo, quando o cara está no metrô, debaixo da terra, sem internet. É útil que ele possa fazer um pagamento por aproximação estando off-line, ou no ônibus, em lugares em que a cobertura de telecomunicações não é tão boa. Ano que vem acho que isso vai avançar bastante”, diz Renato.
Pix automático
Para 16 de junho de 2025, está prevista a entrada em vigor do Pix Automático, mecanismo que irá facilitar cobranças e poderá ser utilizado como forma de recebimento por empresas de diversos segmentos, entre elas, concessionárias de serviço público, escolas, faculdades, academias, condomínios, clubes sociais, planos de saúde, serviços de streamings, portais de notícias, clubes por assinatura e empresas do setor financeiro. Mediante autorização prévia pelo próprio celular, o usuário permitirá os débitos periódicos de forma automática, sem a necessidade de autenticação a cada transação.
De acordo com o Banco Central, o Pix Automático e Pix Agendado recorrente têm diferenças que os tornam complementares, embora ambos atendam a casos de uso relacionados a pagamentos periódicos. No Pix Automático, as instruções de pagamento são sempre fornecidas pelo usuário recebedor, que deverá ser necessariamente pessoa jurídica, mediante autorização prévia do usuário pagador. E no Pix Agendado recorrente, as instruções de pagamento são sempre fornecidas pelo próprio usuário pagador, que poderá ter como destinatário pessoa física ou pessoa jurídica.
Pix deve alcançar R$ 27,3 trilhões em volume financeiro
O Pix deve alcançar R$ 27,3 trilhões em volume financeiro em 2024, conforme estimativa da Febraban. O valor representa um crescimento de 58,8% em relação ao ano passado.
Os resultados alcançados pelo Pix neste ano, até 30 de setembro, já ultrapassaram as estatísticas alcançadas pela ferramenta em todo o ano de 2023. Já foram feitas 45,7 bilhões de transações, totalizando R$ 19,1 trilhões.
Segundo a organização, com base nos dados do Banco Central, em quatro anos, a ferramenta de pagamento instantâneo já registrou 121,5 bilhões de transações, atingindo R$ 52,6 trilhões e se consolidando como o meio de pagamento mais usado pelos brasileiros.
“As operações do Pix continuam em ascensão e batem consecutivos recordes. As novas funcionalidades deverão atrair ainda mais brasileiros para a ferramenta, dentro de sua vocação de impulsionar a bancarização e a inclusão financeira no país”, avalia Ivo Mósca, diretor de Inovação, Produtos e Serviços da Febraban.