O mês de novembro marca a reta final do ano, com a proximidade das festas e das confraternizações. É nesse período também que empresas apostam em descontos agressivos para atrair o consumidor. O carro chefe é a Black Friday, mas, para surfar na onda das promoções, algumas lojas e sites estendem o período de descontos para uma semana, com a Black Week, ou até mesmo por todo o mês, com a Black November.
Diante de tantas possibilidades, quando é o melhor momento para comprar? Para fugir de fraudes e racionalizar os gastos neste fim de ano, a Tribuna conversou com o consultor financeiro Luiz Guilarducci, fundador e CEO da Crescento, que deu orientações aos consumidores para que eles possam organizar suas demandas sem comprometer o orçamento familiar.
Black Friday, Week ou November?
A principal diferença entre as promoções é a duração de cada uma. A Black Friday acontece na última sexta-feira de novembro, neste ano no dia 24, e é considerada o ápice das ofertas em lojas e empresas que aderem à modalidade. Já a Black Week, em geral, se estende do domingo anterior ao o domingo seguinte à Black Friday. Logo, o objetivo é intensificar as vendas e incentivar a compra pelos clientes que esperam até o último momento, na tentativa de obter bons descontos.
Há também aquelas empresas que apostam na antecipação de ofertas ao longo de todo o mês, com a Black November. Essa estratégia estimula os clientes a comprarem o que desejam e mantém o público aquecido com a promessa de liquidações durante 30 dias.
Conforme Luiz Guilarducci, é preciso ficar atento ao marketing agressivo promovido pelas empresas, intensificado nessa época do ano. “Os algoritmos das redes sociais conhecem a gente melhor do que nós mesmos. Então, às vezes, a gente nem sabe que quer alguma coisa, até que um anúncio nos seja apresentado e desperte esse desejo de compra.”
Pesquisar preços é a saída. Ficar atento às promoções ofertadas nas lojas e saber se elas são progressivas são outras recomendações. Ou seja, o consumidor precisa identificar se os descontos estão aumentando conforme a data se aproxima. É importante acompanhar essa movimentação antes de tomar uma decisão, orienta o especialista.
Faça uma lista
“As demandas são infinitas, mas os recursos são escassos”, alerta Luiz. Ou seja, a vontade de comprar sempre vai existir, mas nem sempre o consumidor terá dinheiro suficiente para isso. Uma dica é fazer uma lista com produtos que o consumidor realmente precisa. Agora, no início do mês, ainda dá tempo de pesquisar preços e ir acompanhando para ver se as ofertas da Black Friday estarão, de fato, vantajosas. “É preciso avaliar também quais critérios serão usados para criar essa lista. Sempre se perguntar: ‘eu preciso mesmo ou eu quero porque fui induzido a isso’?”
Gaste o 13º salário com consciência
A Black Friday foi incorporada ao comércio brasileiro em 2010 e, desde então, ocorre todos os anos. Neste ponto, Black Friday e décimo terceiro salário se encontram. Por força de lei, a primeira parcela do benefício deve ser paga até o dia 30 de novembro, limite próximo à última sexta-feira do mês, quando é realizada a Black Friday.
“No caso do 13º salário, uma coisa que eu tento pensar é que, para conquistar esse adicional, você trabalhou ao longo do ano todo, enfrentou chuva, sol e dificuldades no trabalho. Eu tento pensar que é um dinheiro muito suado. Se o desperdiçar com uma coisa que não precisa efetivamente, é desperdiçar todo o tempo trabalhado para obtê-lo”, afirma Luiz Guilarducci.
Leia mais sobre Defesa do Consumidor aqui.
Crédito ou à vista?
Opções de parcelamento podem parecer ótimas alternativas para comprar o item desejado mesmo sem ter o dinheiro todo em mãos. De fato, o crédito é um caminho, que deve ser trilhado com cautela. O consultor financeiro afirma que, sempre que possível, a melhor via é pagar à vista, pois, geralmente, com essa modalidade, há descontos atrelados. “Não sendo possível, o parcelamento possibilita adquirir esse bem. Porém, o vilão é nossa incapacidade de lidar com o crédito. Tem gente que olha para o limite do cartão em R$ 5 mil e acha que é um dinheiro que ele tem, não algo que vai ter que arcar no futuro.”
É preciso lembrar que as parcelas vão pesar na organização financeira dos meses seguintes. Com isso, cautela é fundamental para saber se há condições, ou não, de pagar a fatura e não deixar que as dívidas virem uma bola de neve.