O Conselho dos Amigos do Museu Mariano Procópio já tem em mãos a mensagem do Executivo cuja proposta é reestruturar administrativamente a Fundação do Museu Mariano Procópio (Mapro). A minuta do projeto de lei foi entregue ao presidente do colegiado, Carlos Eduardo Paletta Guedes, e à secretária, Maria Clara Cirne, pela prefeita Margarida Salomão (PT) em reunião na última segunda-feira (22). Embora a intenção de Margarida fosse nomear o novo diretor-superintendente somente após a aprovação do projeto de lei pelo plenário da Câmara Municipal de Juiz de Fora, a nomeação pode ser feita logo após o Conselho dos Amigos do Museu dar um parecer sobre o rearranjo planejado pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF).
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Os conselheiros se reunirão nesta quinta, às 19h30, para analisar a matéria, que, conforme interlocutores da prefeita, pretende profissionalizar a gestão do Mapro. “Nesta semana, a prefeita nos encaminhou o projeto de lei. Já há uma reunião convocada para amanhã para conversarmos sobre a proposta”, confirma o presidente do Conselho dos Amigos do Museu. Margarida encaminhará o projeto de lei à Câmara somente após o retorno do colegiado quanto aos termos propostos. O conselho teria até esta sexta-feira (26) para a análise da minuta, mas, de acordo com o que foi apurado pela Tribuna, neste momento, a tendência é que seja pedido ao Executivo a extensão do prazo, uma vez que os anexos do projeto de lei não foram encaminhados.
Ainda que, a princípio, Margarida planejasse a nomeação do novo diretor-superintendente do Mapro após a reestruturação passar pelo crivo do Legislativo, o próximo mandatário da fundação pode ser conhecido já após o consenso entre o Conselho dos Amigos do Museu e a PJF quanto à proposta. Ao menos desde o fim de janeiro, a prefeita tem em mãos a lista tríplice com os candidatos formulada pelo colegiado. Além de Douglas Fasolato, superintendente da casa entre 2009 e 2017, o instrumento sugere a museóloga Alice Colucci, que, entre 2004 e 2013, trabalhou na Assessoria de Programação e Acompanhamento do Mapro, onde também desempenhou a função de assistente de produção, e da historiadora, bibliotecária e arquivista já aposentada Maria Lúcia Ludolf de Mello. A lista tríplice é uma prerrogativa instituída ao conselho pelo próprio doador, Alfredo Ferreira Lage, para “zelar pelo cumprimento da escritura e cooperar para o engrandecimento da instituição”.
Interina
Desde 4 de março, a diretora-geral da Funalfa, Giane Elisa Sales de Almeida, responde interinamente como diretora-superintende do Mapro, uma vez que o antecessor, Antônio Carlos Duarte, pediu exoneração do posto. Conforme Antônio Carlos, o pedido de exoneração se deu para priorizar planos e compromissos pessoais. O arquiteto, que já havia ocupado o cargo entre 1997 e 2004, estava na direção do Mapro desde 2017, quando foi nomeado pelo ex-prefeito Bruno Siqueira (MDB) para substituir justamente Douglas Fasolato, atual candidato ao retorno. A intenção de Margarida seria mantê-lo até a nomeação do sucessor.
A saída de Antônio Carlos, inclusive, alimentou expectativas entre alguns conselheiros de que Margarida se adiantasse e nomeasse um dos três nomes da lista tríplice, não uma solução temporária. Entretanto, a própria legislação do Mapro não determina um prazo para que o prefeito nomeie o diretor-superintendente, “permanecendo o atual ocupante do cargo em pleno exercício de suas funções até a escolha de seu sucessor”.
Em nota encaminhada à Tribuna nesta quinta-feira, a PJF apenas afirmou que o processo de sucessão segue em andamento, “sendo o tema tratado com especial atenção pelo Executivo municipal”. Paralelamente à transição, acrescenta, a direção interina do Mapro “está tomando todas as providências necessárias para o adequado funcionamento do equipamento urbano”.
Toca o barco
Em meio à solução temporária encontrada, Margarida nomeou, na última terça-feira (23), dois novos gerentes para o Mapro. Agora, Aline Dias Quirino responde pelo Departamento de Execução Instrumental, e Fábio Domingues de Souza, por sua vez, pelo Departamento de Planejamento, Parcerias e Fomento. As chefias dos quatro departamentos da fundação – há ainda o de Acervo Técnico e Ações Culturais e o de Parque e Edificações – estavam vagos ao menos desde o início do mandato da prefeita, quando os respectivos gerentes foram exonerados, em 1º de janeiro, devido à troca de gestão.