Para entoar na avenida: conheƧa os enredos das escolas de samba de JF
Tribuna traz um resumo com os temas que serĆ£o abordados pelo Grupo de Acesso e pelo Grupo Especial
Depois de cinco anos, as escolas de samba de Juiz de Fora voltam a desfilar na avenida, nesta segunda-feira (20) e terƧa (21). O Grupo de Acesso desfila no primeiro dia, a partir das 21h30. O desfile tem inĆcio com a Mocidade Independente do Progresso. Em seguida, a Partido Alto, e, entĆ£o, a Vale do Paraibuna, seguida pela UniĆ£o de Santa Luzia e, por fim, a UniĆ£o das Cores. Cada uma delas tĆŖm, no mĆnimo, 45 minutos e, no mĆ”ximo, 1h05min para desfilar na passarela do samba, que foi montada na Avenida Brasil, entre as pontes das ruas Manoel Setembrino de Carvalho (concentraĆ§Ć£o na Rua Maria PerpĆ©tua) e Benjamin Constant (dispersĆ£o).
JĆ” na terƧa-feira, sĆ£o as Escolas Mirins que abrem os desfiles, a partir das 18h. A primeira a desfilar Ć© a Mocidade Alegre do AmanhĆ£, seguida pela Herdeiros da Vila e, por Ćŗltimo, a ImpĆ©rio da Torre: todos os desfiles com o mĆ”ximo de 1h de duraĆ§Ć£o. A partir das 21h, Ć© o Grupo Especial que ocupa a avenida. Elas tĆŖm, no mĆnimo, 55 min de apresentaĆ§Ć£o e, no mĆ”ximo, 1h10min. Quem dĆ” inĆcio Ć© a Rivais da Primavera. Em seguida, a Unidos das Vilas do Retiro, a Mocidade Alegre, a Turunas do Riachuelo, a Feliz LembranƧa e, para finalizar, a Real Grandeza.
Para chegar na avenida jĆ” por dentro dos sambas-enredos compostos pelas escolas do Grupo de Acesso e do Grupo Especial, a Tribuna traz um resumo com os temas que serĆ£o abordados em cada uma delas.
Mocidade Independente do Progresso:
Com o nome de āPor favor, respeitem a AmazĆ“niaā, a Mocidade Independente do Progresso, com o samba-enredo composto por Davison Jaime, AntĆ“nio Neto e Tiago Lobato, questiona o motivo da destruiĆ§Ć£o da floresta tĆ£o benĆ©fica para toda a humanidade. No refrĆ£o, entoam: āAmazĆ“nia, progresso Ć© te manter de pĆ©. Bato no peito, peƧo respeito. Independente, nessa luta eu tenho fĆ©ā. E, por fim, eles concluem que, apesar de tanto desmatamento, a floresta se mantĆ©m soberana e mostrando respostas ao descaso.
Partido Alto
Um time extenso: T’nem Mariuindson Mendes, Philippe Lana, Thoddynho, Nilmar Romano, Paulinho, Diogo William, SĆ©rgio PortuguĆŖs e Beto PortuguĆŖs compuseram o āQuem traz na pele essa marca possui a estranha mania de ter fĆ© na vidaā, o samba que vai entoar o desfile da Partido Alto. Nele, eles homenageiam as mulheres que ajudaram a construir a histĆ³ria da escola do Largo do Cruzeiro. āBato no peito, impondo meu valor. Partido Alto eu sou. E hoje trago essa essĆŖncia verdadeira: exalto a forƧa da mulher brasileiraā.
Vale do Paraibuna
A Vale do Paraibuna recupera a histĆ³ria do bairro da escola: o Santo AntĆ“nio. O samba- enredo āO santo Ć© forte, o Morro da Boiada Ć© o berƧo da cidadeā, composto por Ailton DamiĆ£o, conta sobre as lendas que norteiam o processo de formaĆ§Ć£o do morro que Ć© onde a cidade de Juiz de Fora nasceu. A letra ainda apresenta os costumes do lugar e aponta para a recuperaĆ§Ć£o da tradiĆ§Ć£o carnavalesca do municĆpio, como cantam no refrĆ£o: āAnarriĆŖ, Ć© festa, seresta, carteado, futebol. Nas asas do meu gaviĆ£o, o caminho novo para o carnavalā.
UniĆ£o de Santa Luzia
Nilton SĆ©rgio Braida compĆ“s o samba āExaltaĆ§Ć£o aos grandes carnavais da Zona Sulā para a UniĆ£o de Santa Luzia desfilar neste ano. Na mĆŗsica, eles recuperam os blocos e os costumes da Zona Sul de Juiz de Fora e a consagraĆ§Ć£o da escola. āĆ um luxo sĆ³ olĆŖlĆŖlĆŖo, Ć© luxo sĆ³. DomĆ©sticas de Luxo encanta o povo caricaturando sonhosā, cantam, citando um dos blocos mais tradicionais de Juiz de Fora.
UniĆ£o das Cores
No samba-enredo āDe lĆ” pra cĆ”, olha sĆ³ o que Ć© que deu, da cueca milionĆ”ria, ao jato que leva a corrupĆ§Ć£oā a UniĆ£o das Cores reflete sobre a corrupĆ§Ć£o desde os primĆ³rdios da humanidade atĆ© chegar aos governos atuais brasileiros, pelas vozes dos intĆ©rpretes Leandro Netto, Wellington Luiz Nata Brasil, Victor Hugor de Almeida Hugo, com participaĆ§Ć£o de Duda Netto. No refrĆ£o, cantam: āO meu carnaval celebra a vida. A UniĆ£o das Cores pede a essĆŖncia da paz. Clareia o coraĆ§Ć£o do homem, perante o criador somos iguaisā.
Rivais da Primavera
A Rivais da Primavera, com os compositores Ednel, Edinho Leal, ZezĆ© do Pandeiro, Ney Geral e Gaguinho do Banjo, homenageia Armando Fernandes Aguiar, o MamĆ£o, no samba- enredo āMamĆ£o, o enredo do meu sambaā. Eles mesclam o retorno do carnaval e a alegria de volta Ć avenida com algumas canƧƵes do sambista mineiro: um dos mais importantes nomes do gĆŖnero na histĆ³ria de Juiz de Fora. āNo calor da emoĆ§Ć£o, embalando a poesia que impera. Vem Armando a guiar a Rivais da Primaveraā, eles cantam.
Unidos das Vilas do Retiro
A Unidos das Vilas do Retiro, a Ćŗltima campeĆ£ do carnaval de Juiz de Fora, em 2017, neste ano propƵe um desbravar nos mistĆ©rios do mar, no samba-enredo āMaravilhas e mistĆ©rios do marā, de Jefferson TetĆ©, Preto Benezinho, Toddynho Show, TĀ“Nem, Alexandre Xux , Jorge Pires, Ribeiro do ImpĆ©rio e Eduardo Bretas. Eles falam sobre as profundezas e ensinam como Ć© que se rema em alto mar: āBato no peito, eu sou das vilas. Vem ver meu Retiro mergulhar, minha barca desbravar o infinito. A bĆŖnĆ§Ć£o, mĆ£e IemanjĆ”. OdoyĆ”! Pro verde e branco mais bonito.ā
Mocidade Alegre
A Mocidade Alegre de Juiz de Fora, na composiĆ§Ć£o de LĆ©o Barroso e Martino Caetano (in memoria), canta e homenageia as histĆ³rias dos povos, principalmente dos negros, que nĆ£o sĆ£o contadas. Em āNegra Travessia – A Mocidade canta a histĆ³ria que nĆ£o foi contadaā eles dĆ£o luz e saĆŗdam quem veio antes e possibilitou a existĆŖncia da escola hoje. āInkululeko iyikona bakwethu. Para o nosso povo a liberdade. Hoje a chaga da dor Ć© redenĆ§Ć£o. Receba o amor da Mocidadeā, canta o refrĆ£o.
Turunas do Riachuelo
Homenageando Waltencir, conhecido como Cici, a Turunas do Riachuelo desfila na avenida, com o samba-enredo āO menino mago, da gira dos erĆŖs, que brincou nos bondes, vestiu de palhaƧo e se encantou com o carnavalā, composto por SĆ©rgio PortuguĆŖs, Nilmar Romano, Bebeto PortuguĆŖs, RonaldĆ£o, Wellington do Cavaco e Brasil. Para falar sobre o carnavalesco, eles recuperam a prĆ³pria histĆ³ria do carnaval e āas lembranƧas que o tempo nĆ£o apagouā, como diz a mĆŗsica, que segue: āāDaquele que vestiu de palhaƧo e com o carnaval se encantouā. āSassaricouā, cantou, brincou com āĆfricasā, em āAtlĆ¢ntidaā a consagraĆ§Ć£o, āCanta Ladeiraā de azul e branco chegou o āMagoā, batam palmas meu povĆ£oā.
āFeliz LembranƧa
A Feliz LembranƧa, neste ano, homenageia a grandeza da AmazĆ“nia no samba-enredo “AmazĆ“nia verde que te quero sempre”, composto por SĆ©rgio PortuguĆŖs, Nilmar Romano, Bebeto, Ronaldo Tropical e Wellington do Cavaco. A mĆŗsica exalta a flora e a fauna da maior mata brasileira e as riquezas semeadas nos terrenos. Mas, alĆ©m disso, pede para proteĆ§Ć£o desse bem natural: āTem festa na aldeia auĆŖ..auĆŖ. Feliz lembranƧa alerta vocĆŖ para proteger a nossa mata para o mundo sobreviverā.
Real Grandeza
A Real Grandeza, com o samba-enredo āEu quero voltar a ser crianƧa….e ser feliz outra vez”, aposta na temĆ”tica infantil neste ano. A proposta Ć© trazer a alegria e o mundo mĆ”gico e lĆŗdico, resgatando as memĆ³rias infantis para esquecer o perĆodo da pandemia. Esses cenĆ”rios que habitam o imaginĆ”rio das crianƧas sĆ£o descritos na mĆŗsica, como: āEstĆ³rias que vovĆ³ contava Ć noite. Alvorecia, ela nos dava doces. Feito nuvens de algodĆ£o do cĆ©u. Um āpĆ© de molequeā, driblou. O sonho genuĆno que o menino sonhouā.