Ícone do site Tribuna de Minas

‘Contos de arrepiar’ estreia no 3º Festival Estadual de Teatro Infantil

pedepoesia-caravana-de-histórias-by-divulgação
O espetáculo “Pedepoesia”, o quarto e até então último do Caravana de Histórias, foi interrompido após apenas três apresentações em razão da pandemia de Covid-19 (Foto: Divulgação)
PUBLICIDADE

Em março, a pedido da Escola Municipal Dilermando Cruz Filho, Bairro Vila Ideal, o grupo artístico Caravana de Histórias aproveitou a estrutura do Teatro Paschoal Carlos Magno para gravar uma produção audiovisual com narrativas da tradição oral. O grupo sempre cantou, contou e interpretou histórias para atividades artístico-pedagógicas da rede municipal de ensino, uma vez que é vinculado ao Programa Arte/Educação do Departamento de Planejamento Pedagógico e de Formação da Secretaria de Educação. A princípio destinada ao currículo das escolas municipais durante o ensino remoto, a montagem foi submetida ao edital do 3º Festival Estadual de Teatro Infantil para concorrer à programação. Agora, estreará, neste sábado (10), às 17h, como o espetáculo “Contos de arrepiar”, o quinto do grupo formado lá em 2015.

LEIA MAIS:

A ser transmitida pelo YouTube, a produção audiovisual será protagonizada pelo diretor do Caravana de Histórias, Cristiano Fernandes, 47 anos. O professor recontará em cerca de 40 minutos as história do Homem Sem Sorte, do Guaname e da Mula Sem Cabeça. “Gosto muito de contos da tradição oral porque trazem exatamente a importância da memória das narrativas que vêm através dos séculos, das conversas dos nossos avós e das grandes referências literárias. A tradição oral sempre nos alerta para a importância dos ancestrais, das histórias contadas no pé do fogo, na cozinha, na varanda etc, que muitos de nós vivenciamos, mas outros, não”, explica Cristiano, supervisor de Projetos de Artes, Cultura e Cidadania da Secretaria de Educação.

Das três narrativas, a do Homem Sem Sorte e do Guaname são de origem africana. Cristiano as conheceu ainda entre 2006 e 2007, a partir da interpretação de Roberto Carlos Ramos, a quem considera uma referência, em uma fita VHS enviada às escolas na época. “As histórias africanas me tocam especialmente. Me lembro que escutamos muito com as crianças e ainda levei para a minha família e o meu afilhado assistir. Acho bacana que contemos nas escolas histórias ancestrais, folclóricas. É importante contarmos histórias que não sejam apenas as europeias. As histórias são universais, são belíssimas, contam da nossa relação com o outro, com o mundo. O próprio Walter Benjamin dizia que as narrativas até curam, ultrapassam o contador, o narrador.”

PUBLICIDADE

Suspense
Diante das particularidades impostas pelo distanciamento social, por “não olhar diretamente no olho das pessoas”, Cristiano optou por um tom horripilante, por um certo suspense. “A proposta foi trazer histórias que causam certo medo para fazer uma brincadeira justamente por ser à distância, não ser ao vivo”, afirma. “Escolhemos um espaço tradicional como o Paschoal para termos o ambiente estético, com o palco e a iluminação, mas focamos na contação em si. Tanto é que a câmera está bem focada em mim.” Além de Cristiano, o grupo artístico é formado por outros 20 contadores de histórias. A produção e o registro de imagens do espetáculo foram de Bianca Fernandes, Elayne Leite e Iêda Loureiro. A decupagem, novamente de Bianca, e a edição, de Tito Júnior.

PUBLICIDADE

Sair da versão mobile