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Grupo Divulgação celebra 57 anos de história com exposição

Grupo divulgação celebra 57 anos com exposição
Grupo Divulgação Celebra 57 anos com exposição
Mostra reúne figurinos, maquetes, adereços, máscaras, cartazes, bonecos e fotografias que marcaram diferentes produções do grupo (Foto: Márcia Falabella/ Divulgação)
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Nesta terça-feira (4), às 10h, o Centro de Estudos Teatrais – Grupo Divulgação abre uma exposição no Espaço Cidade (Paço Municipal, Avenida Rio Branco 2.234, Centro) para comemorar os seus 57 anos de história. Foram reunidos diversos figurinos, maquetes, adereços, máscaras, cartazes, bonecos e fotografias que fizeram parte de diferentes produções do grupo. A ideia é possibilitar que o público volte a ter contato com peças que já assistiram ou até conhecê-las pela primeira vez, através da exposição de parte do que já foi feito por uma das companhias teatrais mais antigas em atividade no Brasil. O material integra a mostra “Grupo Divulgação – Patrimônio da Cidade”, que terá visitação gratuita e livre até o dia 16 de julho. O Espaço Cidade funciona de terça a sexta-feira, das 10h às 18h, e aos sábados e domingos, das 10h às 14h. Ao longo da programação, também vão ser feitas apresentações teatrais e musicais do grupo, incluindo os três núcleos que compõem o Divulgação.

Para a seleção das peças para a exposição, um dos criadores do Divulgação, José Luiz Ribeiro, conta que foi preciso analisar mais de 8 mil itens presentes no acervo do grupo para escolher os que seriam levados para o público. “Tivemos que fazer com que coubesse tudo na nossa exposição. Os 57 anos de produção fazem com que a gente tenha mais de 8 mil itens para selecionar. Quando o público chegar, vamos relembrar e dizer porque somos considerados patrimônio imaterial dessa cidade”, diz. O grupo teve início nos anos 60 e, por isso, conta com peças que rememoram todas as mudanças que passaram nas décadas seguintes. “Nós queremos expor essa memória do Divulgação para a cidade. Precisamos relembrar dos anos 60 até o que estamos vivendo agora. Passamos por períodos difíceis e que nos marcaram, como os anos de chumbo, quando tivemos problemas com a censura; o governo Collor, quando perdemos recursos; e também todas as dificuldades da pandemia”, relembra.

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Durante a montagem, Zé Luiz conta que algumas pessoas observavam os itens disponíveis para o público e recordaram momentos que viveram, tanto nos palcos quanto sentados à frente dele. “Toda hora alguém passava e dizia: ‘ah, nessa peça eu tava’. Por estarmos levando as maquetes cenográficas, fica fácil reconhecer”, conta. Para Márcia Falabella, professora e integrante do Grupo Divulgação, perceber as diversas fases que o grupo passou através desses itens fez com que ela também relembrasse parte da sua vida. “Quando acabamos de fazer a montagem, senti uma emoção muito grande. Eu entrei em 1986, e naquele momento fizemos uma exposição para esse mesmo espaço, dos vinte anos do grupo. Me lembro da alegria que fui tomada quando comecei a carregar os itens para montagem da exposição. (…) Quando olhei, dessa vez, deu uma emoção ainda maior”, conta.

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A mostra também foi pensada para trazer atrativos para as crianças, já que o grupo tem várias peças direcionadas para o público infantil. Na visão de Márcia, a mostra é um momento que pode unir pessoas que participaram do grupo há anos e quem também quer conhecer mais sobre as contribuições desse núcleo para a cidade. “O teatro é uma arte efêmera, que se encerra quando fecham as cortinas. O que ficam são as suas narrativas. Acho que esse material selecionado é testemunha dessa trajetória de 57 anos. O público que conhece o nosso trabalho vai reconhecer várias peças e figurinos que estão ali, e quem não conhece vai poder ter esse contato com esse universo mágico.”

Apresentações para o público

Ao longo da mostra, o Núcleo de Adolescentes vai apresentar o recital “Cassiano Ricardo”, em homenagem a um dos grandes nomes do Modernismo Brasileiro e imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL). Vão ser feitas quatro apresentações, sendo a primeira nesta quarta-feira (5), e as demais na quinta (6), sexta (7) e no dia 13 de julho, sempre às 16h. Já o Núcleo da Terceira Idade apresentará “Eu, passarinho”, poesia de Mário Quintana, nesta sexta (7), e nos dias 11, 12 e 13 de julho, às 17h.

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Aos sábados e aos domingos, a partir das 10h, também vão ser feitas contações de histórias baseadas em peças infantis realizadas pelo Grupo Divulgação. No primeiro sábado (8), a partir das 12h, os integrantes do Núcleo de Universitários vão apresentar as músicas do musical infantil do grupo, o “A Menina Ventania”, que está previsto para estrear em agosto, durante a 20ª Campanha de Popularização do Teatro & Dança de Juiz de Fora. Os visitantes também podem participar de visitas guiadas pela mostra, em que é contado mais sobre os bastidores e as histórias que os itens em exposição guardam. Essa opção funciona de terça-feira até sexta-feira, nas duas semanas de exibição, a partir das 15h.

História viva

Ao longo dos anos em que existe, o Grupo Divulgação já encenou mais de 280 montagens, ganhou diversos prêmios pela sua contribuição para a cidade e fez produções destinadas aos públicos adulto e infantil. A companhia tem sede no Forum da Cultura da UFJF desde 1972, e é fortemente lembrada por um teatro engajado, comprometido com a reflexão sobre a sociedade e que busca sempre estar fazendo criações diversas. Seu coordenador, José Luiz Ribeiro, este ano, completa 60 anos no teatro e tem a oportunidade de também refletir sobre toda essa trajetória que se iniciou por iniciativa dos estudantes da antiga Faculdade de Filosofia e Letras (Fafile) da UFJF.

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Para ele, a exposição representa o quanto o grupo conseguiu resistir a todas as dificuldades e conseguiu continuar fazendo arte em Juiz de Fora. “Nós sempre mantivemos essa luta, seja contra a censura, falta de público ou falta de dinheiro. Temos também um trabalho social de incentivo ao teatro na cidade”, conta. Continuar mesmo quando foi difícil, para ele, foi questão de “teimosia”, e agora é preciso celebrar tudo que o grupo conquistou sendo parte da história viva de Juiz de Fora.

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