A Mostra de Cinema de Tiradentes tem encerramento neste sábado (1º), depois de nove dias de programação na cidade histórica. De acordo com dados da Universo Produção, cerca de 38 mil pessoas foram beneficiadas pela ação cultural, que injetou aproximadamente R$ 15 milhões na economia local. Ao todo, 250 empresas mineiras estiveram envolvidas n evento, gerando mais de 2.500 empregos diretos e indiretos. Além disso, 20 pousadas e hotéis informaram ocupação máxima nos dias do evento, que também teve a parceria de 15 restaurantes locais. A coordenadora-geral do festival, Raquel Hallak, avalia a edição como capaz “de mostrar a importância do cinema de forma transversal” e afirma que a organização já começa a planejar as próximas edições da mostra.
Com o tema “Que cinema é esse?”, a mostra exibiu mais de 140 filmes para o público, com sessões sempre lotadas e que envolviam a população de Tiradentes. “A curadoria tem a missão de reunir filmes que mostrem a diversidade do cinema brasileiro (…). O cinema mudou muito, tudo mudou também. E temos que refletir sobre essas transformações no consumo, sobre o esvaziamento das salas e se há disparidade entre o Oscar e a invisibilidade de vários filmes. Temos que levar para as telas e os debates o que está acontecendo com o nosso cinema”, reflete. Para Hallak, os diálogos formados ao longo da mostra ajudam a entender esse panorama e também apontam mudanças necessárias.
Outro destaque para a coordenadora-geral foi de uma das temáticas que mais apareceram nas exibições da mostra, e que se conecta com esse princípio do festival em estar sempre conectado ao que acontece no mundo. “Fizemos um diálogo muito atual e importante com a questão climática, desde a abertura. Trouxemos a Serra de São José, que emoldura a cidade, e que é um grande patrimônio que ainda não tem tombamento, e sofre risco da mineração”, destaca.
A internacionalização do cinema brasileiro também é vista como um dos aspectos mais importantes desenvolvidos ao longo deste ano na Mostra de Cinema de Tiradentes, e vai contar inclusive com a divulgação do festival na França. “Estaremos dentro do Festival Regards em abril. É uma conquista muito importante, porque vamos mostrar o que é a mostra no país que mais co-produz filmes no mundo. No país mais aberto e mais interessado na cinematografia brasileira”, diz.
Universo Produção revela desejo de espaço físico em Tiradentes
Um dos planos para a edição de 30 anos do festival é a conquista de um espaço físico permanente em Tiradentes. Essa vontade, já revelada por Hallak, faria com que o festival pudesse se expandir cada vez mais – considerando, ainda, o quanto cresceu nos últimos anos e as limitações de espaço que o atual modelo possui.
“Já encontramos um lugar. Mas precisamos de financiamento”, afirma. A ideia seria formar um “Palácio do Cinema” na cidade. A organizadora destacou, no entanto, que a mostra sempre precisa superar desafios para a sua realização, e todo ano busca patrocínios – o que faz com que tudo ainda dependa de esforços para realmente acontecer nos próximos anos.