Ícone do site Tribuna de Minas

Mulher detida com perucas e documento falso é suspeita de golpe

polícia
PUBLICIDADE

A Polícia Civil investiga o caso de uma mulher de 47 anos, flagrada com documento falso e perucas após tentar sacar dinheiro em uma agência bancária na Rua Halfeld, no Centro de Juiz de Fora. O caso, registrado como estelionato, aconteceu no início da tarde de quinta-feira (25). De acordo com informações da Polícia Militar, funcionários do Banco Bradesco suspeitaram da carteira de identidade da suposta cliente. Uma equipe que fazia patrulhamento pela região recebeu a denúncia e montou um plano estratégico na porta do estabelecimento financeiro, mobilizando também os policiais de plantão naquela área. Ao ser abordada quando saía da agência e ter o documento solicitado, a mulher “ficou bastante agitada, tremendo as mãos e suando”. Enquanto os militares consultavam o nome dela junto ao sistema, a suspeita tentou fugir correndo pelo Calçadão, mas foi alcançada.

Após a tentativa de fuga frustrada, a juiz-forana confessou que estava com a identidade falsificada e que havia tentado sacar dinheiro no banco. Anteriormente, ela já teria feito um empréstimo bancário no valor de R$ 18.372,62 e realizado pequenos saques. Além de documentos em nome de terceiros, foram encontrados cartões e R$ 705 em poder da suspeita. Outra bolsa com os pertences da mulher estava em um salão de cabeleireiro próximo ao local e continha quatro perucas, que seriam usadas como disfarces, celular e molho de chaves. Ainda conforme a PM, na casa dela, no Bairro Grajaú, Zona Sudeste, foram encontrados mais um RG com possível adulteração, já que estava com a mesma foto usada no primeiro, e dois celulares quebrados.

PUBLICIDADE

O gerente do banco, 44, detalhou à PM que a mulher foi monitorada devido ao possível uso de documento falso. O estabelecimento chegou a fazer contato com a agência da cidade de Prata, no Triângulo Mineiro, onde reside a verdadeira cliente proprietária dos dados usados pela suposta golpista. A conta da vítima havia sido aberta em fevereiro de 2000. De posse da identidade e de um comprovante de residência falsos, a suspeita conseguiu fazer a transferência de agência, mudando de Prata para Juiz de Fora. A transação foi realizada no último dia 3 por meio de um correspondente bancário, que funciona em uma popular rede de varejo de móveis e eletrodomésticos.

PUBLICIDADE

Ainda conforme o relato do gerente à PM, como a real cliente era antiga, o próprio sistema aprovou o empréstimo bancário superior a R$ 18 mil, a partir do qual a possível estelionatária efetuou vários saques em valores pequenos. A conta, no entanto, foi bloqueada após suspeitas de irregularidade, obrigando a mulher a comparecer à agência para desbloquear.

Suspeita diz ter sido “convidada a participar do crime”

Ao ser questionada pela PM sobre o suposto estelionato praticado em um banco do Calçadão da Rua Halfeld, a mulher informou ter sido “convidada a participar do crime”. Ela alegou que “somente iria usar o documento de identidade falsificado para abrir uma conta bancária”. Pelo menos três homens estariam envolvidos no esquema, mas nenhum deles foi localizado. Um dos envolvidos seria o chefe do bando, e os próprios criminosos teriam feito a falsificação do RG. Ainda segundo a suspeita, o valor sacado seria dividido entre os integrantes do grupo. Ela acrescentou que estava recebendo todas as instruções no seu celular para cometer o golpe.

PUBLICIDADE

Em relação aos R$ 705 apreendidos em sua bolsa, a investigada informou que o dinheiro era referente ao valor dividido pelos envolvidos. Ela recebeu voz de prisão em flagrante e foi encaminhada ao plantão da 1ª Delegacia Regional, em Santa Terezinha. De acordo com a assessoria da Polícia Civil, foram realizadas diligências preliminares, e a suspeita foi liberada. O procedimento relacionado ao possível estelionato foi encaminhado para investigação na 7ª Delegacia, responsável pelas ocorrências da região central. Procurada pela Tribuna, a assessoria do Bradesco informou que não iria se pronunciar sobre o caso ocorrido em uma de suas agências.

Segundo flagrante

A prisão da mulher de 47 anos ocorrida na quinta-feira foi o segundo flagrante de estelionato realizado pela PM em agência bancária no Centro da cidade em pouco mais de um mês. No dia 19 de março, três pessoas foram presas suspeitas de integrarem uma quadrilha de São Paulo que teria vindo a Juiz de Fora para aplicar golpes relacionados a saques do Programa de Integração Social (PIS). Da mesma forma, o caso foi descoberto por um gerente. Ele percebeu que uma jovem, 23, tentava sacar o benefício na Caixa Econômica da Avenida Rio Branco fazendo o uso de documentos falsos.

PUBLICIDADE

Após ser abordada, a suspeita confessou que usava uma identidade para cada saque e possuía uma lista com vários endereços do mesmo banco. Ela ainda revelou que agia junto com outras três pessoas – duas mulheres e um homem -, os quais aguardavam em um carro estacionado na Rua Fernando Lobo. Um casal foi pego, sendo a mulher flagrada com dois RGs na vagina, mas a terceira comparsa conseguiu escapar. Cada uma delas receberia R$ 200 por retirada. O caso seguiu para investigação na Polícia Federal.

Sair da versão mobile