
A greve dos transportadores de combustíveis em Minas Gerais, iniciada na quinta-feira (25), afetou o abastecimento de combustíveis em Juiz de Fora, a exemplo de Belo Horizonte e outras cidades próximas à Refinaria Gabriel Passos, em Betim. No início da noite, era possível presenciar filas em postos da cidade, formadas por motoristas preocupados em encher o tanque, com receio do comprometimento na oferta. A Tribuna verificou filas em estabelecimentos na Ladeira Alexandre Leonel, no Bairro Democrata e na BR-040. Em alguns, inclusive, havia relato de falta de combustível.
A Tribuna entrou em contato com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro), que, no início da tarde, confirmou que existia a possibilidade de o movimento paredista afetar o abastecimento em Juiz de Fora e no restante da Zona da Mata, “especialmente se os postos da região buscarem combustíveis aqui na Refinaria Gabriel Passos, em Betim”.
A reportagem também tentou contato com alguns postos de combustíveis do município para verificar a situação. Também no início da tarde, de acordo com a gerente do Posto Salvaterra, Jucilene Corrêa do Nascimento, não havia desabastecimento no local, que busca combustíveis em bases no Rio de Janeiro. Apesar disso, Jucilene afirmou que a greve intensificou a ida de motoristas ao posto.
LEIA MAIS: Greve dos tanqueiros em Minas pode afetar disponibilidade de combustível
Em um vídeo postado pelo presidente do Sindtanque-MG, Irani Gomes, ele afirma que o movimento grevista, no entanto, teria sido suspenso na noite desta sexta, após encontro com equipes do Governo de Minas. Segundo ele, houve um encontro com secretários de Estado de Governo e de Planejamento, “que garantiram que o governo estadual vai abrir negociação com a entidade a partir da próxima semana”. A data da reunião, no entanto, não foi confirmada.
Zema também se manifesta
Por volta das 20h, o governador Romeu Zema postou em suas redes sociais que, diante da ida dos mineiros aos postos, pediu que sua equipe se reunisse com os envolvidos no movimento e para um diálogo.
Mais cedo, no entanto, em nota encaminhada à Tribuna, o Governo de Minas Gerais disse que “esteve disponível para ouvir as demandas dos tanqueiros, mas não houve pedido de reunião por parte dos manifestantes”. Ainda conforme a nota, as recentes mudanças no preço dos combustíveis não são em função do ICMS, mas sim da política de preços praticada pela Petrobras.
“O Estado reafirma seu compromisso de não promover o aumento de nenhuma alíquota de ICMS até que seja possível começar a trabalhar pela redução efetiva da carga tributária. No momento, em virtude da situação financeira do estado, a Lei de Responsabilidade Fiscal exige uma compensação para aumentar receita em qualquer movimento de renúncia fiscal, o que não torna possível a redução da alíquota.”
No texto, ainda é informado que o Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final (PMPF) é atualizado mensalmente levando-se em consideração os valores praticados pelos revendedores em todas as regiões do Estado. O resultado da pesquisa realizada pela Secretaria de Fazenda é baseado nas notas fiscais emitidas por 4.272 postos, distribuídos em 828 municípios mineiros.