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Justiça define data de julgamento do suspeito de matar ex-mulher

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Corpo de Cláudia, desaparecida desde julho, foi encontrado no dia 10 de dezembro, na Barreira do Triunfo (Foto: Divulgação)
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Seis meses após o sumiço de Claudia de Paiva Rezende Alves, 47 anos, a Justiça definiu que o principal suspeito do crime, o ex-marido dela, Jaime Tristão Alves, 41, será levado a júri popular às 9h do dia 22 de abril, no Fórum Benjamim Colucci. A denúncia do Ministério Público, ofertada pelo titular da 9ª Promotoria de Justiça, Hélvio Simões Vidal, foi acatada pela Justiça atribuindo ao suspeito os crimes de feminicídio e ocultação de cadáver, pelos quais ele será julgado. Desde agosto, o réu está preso no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp). O próprio réu chegou a procurar a Polícia Militar para registrar o desaparecimento da ex-mulher, caindo em contradição posteriormente em depoimento. Ele alegou que havia bebido e que não se lembrava de horários e nem o que havia feito no período em que Cláudia foi vista pela última vez.

Jaime Tristão Alves foi capturado pela Polícia Civil em uma casa alugada por ele em Rochedo de Minas, município da Zona da Mata, situado a cerca de 54 quilômetros de Juiz de Fora. Na ocasião, o réu tentou fugir pelos fundos da residência e teve que ser contido e algemado. Ele negou ter cometido o crime contra sua ex-companheira, alegando estar sendo acusado injustamente. Durante as apurações da Polícia Civil, entretanto, imagens de câmeras de segurança mostraram que uma pessoa com características semelhantes às de Claudia entrou no carro do suspeito na Rua Eraldo Guerra Peixe, mesma via para onde tanto a mulher como o ex-marido, havia acessado no dia do desaparecimento. Apesar das imagens, ele disse não tê-la visto. Naquele período ainda foi registrada uma ligação do celular dele para o dela. Depois desse telefonema, o aparelho da mulher foi desligado. Ele também alegou que ninguém entrou no seu carro, entretanto, em outro depoimento, disse se tratar de uma garota de programa.

O Ministério Público, entretanto, garantiu que os filhos da vítima reconheceram a mãe entrando no carro do suspeito usando um body rosa, calça jeans, um caso de cor preta e uma bolsa marrom. “Pelo conteúdo da prova testemunhal e das perícias constantes do inquérito policial, conclui-se que Jaime Tristão praticou feminicídio de Cláudia de Paiva, fato consumado em 06/07/2019, após 16h54min50s, ocultando o cadáver da vítima em local indeterminado, fazendo desaparecer os vestígios materiais do crime”, consta na denúncia.

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Em 10 de dezembro de 2019, o corpo com as mesmas características de Cláudia foi achado em uma mata às margens de uma estrada vicinal no Bairro Barreira do Triunfo, próximo à BR-040, na região Norte. O cadáver foi reconhecido por familiares, já em avançado estado de decomposição, e estava com as mesmas roupas que a vítima usava quando foi vista pela última vez no Nova Era, bairro onde morava. Ainda conforme as investigações, o ex-marido dela esteve na mesma área onde o corpo foi encontrado. Segundo o delegado Rafael Gomes, que presidiu o inquérito, o GPS do celular de Jaime apontou a presença dele naquela região da Barreira do Triunfo, Zona Norte, no dia 6 de julho, quando a vítima desapareceu. Vestígios de sangue também foram encontrado no carro do réu.

Medida protetiva

A vítima já havia requerido medida protetiva contra o ex-marido, com quem continuava dividindo a casa, sendo o imóvel separado em duas partes após o fim do relacionamento. Ela também teria registrado boletins de ocorrência contra Jaime por agressão física e ameaça. Em um deles, no dia 3 de dezembro de 2017, a vítima relatou que seu esposo, por motivos de relacionamento, a ameaçou de morte e agressão, sendo contido pelo seus filhos adolescentes, fugindo em seguida.

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