Cinco suspeitos de envolvimento em seis crimes contra a vida na Zona Leste de Juiz de Fora foram apresentados pela Polícia Civil na manhã desta quarta-feira (22). Dois deles foram capturados nesta mesma data durante operação desencadeada pela Delegacia Especializada de Homicídios. A manobra ainda contou com o cumprimento de seis mandados de busca e apreensão. Outros dois investigados já haviam sido presos pela equipe na última quinta-feira (16) por participação no duplo homicídio de duas mulheres no Bairro Santa Rita. Um terceiro homem apresentado com uniforme prisional foi detido em flagrante pela PM. Contra ele também havia mandado de prisão solicitado à Justiça pelo delegado Rodrigo Rolli.
Os dois jovens de 19 anos encarcerados pelo duplo assassinato ainda foram identificados pela polícia por envolvimento em duas tentativas de homicídio praticadas contra um mesmo adolescente, 16, em abril no Santa Rita. De acordo com o delegado, eles integram um grupo de tráfico no bairro que teve ligação com uma das mortes de inocentes mais chocantes na cidade: o assassinato de Elisane Aparecida Moreira Dias, 36, morta com um tiro não direcionado a ela enquanto trabalhava dentro de sua própria pizzaria, no dia 29 de outubro de 2016, no Manoel Honório. A tragédia aconteceu quando um atirador perseguia um desafeto, que sobreviveu após ser alvejado cinco vezes.
Ainda conforme Rolli, Tainara da Silva Matias Roza, 21, e Jaqueline Gomes Casteliani, 27, foram executadas com tiros na cabeça por vingança. O “acerto de contas” no dia 23 de julho seria em decorrência de uma tentativa de homicídio sofrida pela filha da dona de uma boca de fumo no Santa Rita. Um dos suspeitos do duplo homicídio seria sobrinho da mulher apontada por comandar o tráfico e primo da sobrevivente. O irmão de Tainara já estava preso pelo assassinato tentado quando ela foi morta. Jaqueline teria perdido a vida apenas por estar junto com ela. “Os dois jovens presos já tinham envolvimento em homicídios quando eram adolescentes e são contumazes autores de crimes contra a vida, tráfico de drogas e porte de armas”, ressaltou o policial.
Testemunhas veladas
Mais um caso apurado pela delegacia especializada é o homicídio de Keven Eduardo Leopoldino de Sousa, 17, morto dentro de casa no dia 25 de novembro do ano passado, no Linhares. O inquérito conta com três testemunhas veladas e indica uma dívida de drogas no valor de R$ 200 como motivação. “Um dos autores foi assassinado durante a investigação”, contou Rolli, se referindo a Ailton de Assis Oliveira, 25, morto no dia 22 de abril quando estava dentro de um carro na Rua Diva Garcia. Pelo menos 15 tiros de pistola foram disparados pelo carona de uma motocicleta. O tiroteio ainda tirou a vida de Elisabeth Jesus da Costa, 49, que passava pela via, e feriu um adolescente, 15. Já o outro suspeito de matar Keven, 33, foi preso na manhã desta quarta no Bom Jardim.
Na mesma operação, foi capturado um jovem, 19, no Nossa Senhora Aparecida, suspeito do homicídio de Peterson Pablo de Assis, 26, alvejado por três tiros no rosto no dia 24 de junho, no Bairro São Tarcísio. “Naquele mês houve uma guerra do tráfico deflagrada na região. O investigado foi ouvido e respondia em liberdade, mas continuou ameaçando familiares da vítima e testemunhas do caso”, explicou o delegado sobre o pedido de prisão. Segundo ele, a motivação do crime violento seria a disputa por pontos de venda de drogas.
Já um homem, 26, que estava preso no Ceresp seria o mandante do homicídio de Alexandro Francisco de Sousa, 42. Ele sofreu cinco perfurações à bala no dia 20 de maio no Bairro JK. Contra a vítima já havia um mandado de prisão. “Ele estava foragido e, quando retornou para o bairro, foi assassinado por uma nova ordem criminosa da Cidade Alta que já estava atuando no tráfico daquela região. O integrante que está preso se envolveu em uma troca de tiros com a PM no São Pedro há cerca de três meses”, contou o inspetor Anderson Salvador.
Rolli destacou que todos os crimes contra a vida foram praticados com armas de fogo e tiveram como pano de fundo o tráfico de drogas. Os mandados expedidos pela Justiça são de prisão temporária, mas o delegado ainda vai representar pela preventiva dos envolvidos.