Um terço das pessoas desaparecidas em JF são crianças e adolescentes
Dados da Sejusp contribuíram para a adesão da Polícia Civil ao projeto Alerta Amber, que utiliza as redes sociais como estratégia para localizar desaparecidos
Entre janeiro de 2020 e novembro de 2023, 1.015 casos de pessoas desaparecidas foram registrados em Juiz de Fora. Deste total, 33% tinham menos de 18 anos. No mesmo período de quase quatro anos, 27.018 pessoas desapareceram em Minas Gerais, sendo que 27% eram adolescentes e crianças. Os dados são do Observatório de Segurança Pública e foram disponibilizados pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) à reportagem. Para auxiliar na busca por essas pessoas, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) adotou o projeto Alerta Amber, que tem o objetivo de usar as redes sociais para localizar crianças e adolescentes desaparecidos.
Em comparação com o número de desaparecidos, o índice de pessoas localizadas ainda está bem aquém do ideal. De 2020 a 2023, do total de desaparecidos, pouco mais da metade foi encontrada em Juiz de Fora, ou seja, 568 pessoas conseguiram ser localizadas, sendo que 19% eram adolescentes e crianças. Já em todo o território mineiro, 17.936 cidadãos foram localizados, com 22% sendo menores de 18 anos.
Ao divulgar os dados, a Sejusp ressaltou que, mesmo que uma pessoa seja localizada, o registro de desaparecimento não é removido, ou seja, os números apresentados não informam se as pessoas ainda estão desaparecidas ou não. Além disso, a secretaria destacou que nem sempre o desaparecido em um mês aparece como localizado no mesmo mês. Uma pessoa pode desaparecer, por exemplo, em um ano e ser localizada em outro.
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Projeto busca unir tecnologia para avançar nas buscas
O projeto Alerta Amber é uma parceria entre Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e grupo Meta, dono do Facebook, Instagram e WhatsApp, e também é utilizado no Ceará e no Distrito Federal. Os únicos requisitos utilizados para a divulgação de um caso pelo Alerta Amber são a faixa etária (crianças e adolescentes) e a gravidade do desaparecimento (risco de lesão corporal e/ou morte). Além disso, esse não é um serviço pago, mas sim um projeto social.
“Quando registramos ocorrências de desaparecimento de crianças e adolescentes em que há risco de lesão corporal ou morte, comunicamos ao MJSP que, em seguida, notifica a Meta. Após análise da empresa, as redes sociais Instagram e Facebook emitem alertas aos usuários com a foto e informações sobre a pessoa desaparecida em um raio de abrangência de 160 quilômetros de distância do local da ocorrência”, explica a chefe da Divisão de Referência da Pessoa Desaparecida (DRPD), delegada Ingrid Estevam.
Para a chefe da DRPD, o Alerta Amber, aliado às ações de investigação da Polícia Civil, irá impactar significativamente na celeridade dos trabalhos de localização de crianças e adolescentes desaparecidos. “A agilidade na divulgação, proporcionada pelo Alerta Amber, complementa as investigações convencionais, agilizando a mobilização da comunidade e aumentando as chances de uma localização bem-sucedida. Essa ferramenta, aliada aos métodos tradicionais de investigação, cria uma abordagem abrangente e eficiente na busca por crianças desaparecidas, destacando-se como um recurso valioso para a segurança de crianças e adolescentes”, afirma Ingrid.
O que fazer em caso de desaparecimento de pessoa?
1- Procure uma Delegacia de Polícia ou unidade da Polícia Militar mais próxima da sua residência para registrar o desaparecimento. Tenha em mãos seu documento de identidade e foto recente e nítida da pessoa desaparecida
2- O registro do desaparecimento também pode ser feito virtualmente por meio da Delegacia Virtual: delegaciavirtual.sids.mg.gov.br/sxgn/
3- Apesar da carga emocional envolvida, é fundamental manter a calma para que as informações sejam repassadas, de forma clara e detalhada, para os policiais
4- O registro do desaparecimento deve ser feito imediatamente após identificar a quebra da rotina da pessoa desaparecida. Não aguarde 24 horas ou mais para procurar a polícia
Fonte: Sejusp