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Prefeitura confirma interesse em atrair nova fábrica da Heineken para Juiz de Fora

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Juiz de Fora vai entrar na briga para tentar atrair a instalação de uma unidade da cervejaria Heineken. A informação foi confirmada na manhã desta quinta-feira (16) pela prefeita Margarida Salomão (PT). Ela afirmou que a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Inclusivo, da Inovação e Competitividade (Sedic) da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) se movimenta para apresentar informações da cidade à cervejaria Heineken. Recentemente, a empresa abortou o projeto de construção de uma fábrica no município de Pedro Leopoldo, em Minas Gerais, contudo, reforçou publicamente a intenção de se instalar no estado. Assim, o intuito da Prefeitura é o de tentar atrair a instalação do projeto para a cidade.

“Estamos preparando um grande dossiê para apresentar a cidade à Heineken. Sabemos, por exemplo, que eles querem informações sobre a estrutura e os projetos de saneamento básico da cidade”, afirmou a prefeita, ao comentar a aprovação pela Câmara do Plano Municipal de Saneamento Básico, apresentado este ano pela atual gestão. Margarida disse ainda que a Prefeitura segue se movimentando na busca de novos investidores para cidade, após consolidar a chegada da Braspell, que, recentemente, assinou um protocolo de intenções para se instalar no município, com um projeto que prevê investimentos de R$ 3 bilhões de reais em dez anos. A retomada do desenvolvimento econômico da cidade é vista como prioridade.

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“Nós temos todas as condições para nos desenvolver, mas não só com a atração de novos investimentos. É claro que nós acreditamos nisso, tanto que nós já trouxemos a Braspell, que é a joia da coroa. Estamos nos movimentando para trazer a Heineken, com convencimento e apresentação das condições competitivas favoráveis que Juiz de Fora tem. Mas, além disso, estamos fortalecendo uma série de setores tradicionais que são muito fortes na cidade. Tão fortes que, neste ano tão difícil, tivemos um crescimento significativo de postos de trabalho na área do comércio. Então, continuaremos a fortalecer o setor confeccionista, de turismo, gastronomia e comércio, tanto o convencional como o popular”, afirmou Margarida.

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Segundo Margarida, os trabalhos para tentar atrair a cervejaria para Juiz de Fora já estão em andamento. No entanto, a prefeita disse que uma definição da cervejaria só deve ser reconhecida em fevereiro do ano que vem. A informação de que a Heineken não vai se instalar em Pedro Leopoldo foi conhecida na última segunda-feira. A decisão aconteceu após a incidência de questionamentos judiciais acerca do empreendimento feitos pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio). O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) também apura a situação. A construção da fábrica da cervejaria em Pedro Leopoldo havia sido anunciada em dezembro de 2020 e tinha uma expectativa de investimentos de cerca de R$ 1,8 bilhão no estado.

Prefeita faz projeção de principais desafios para 2022

A fala da prefeita Margarida Salomão sobre o interesse em atrair investimentos da cervejaria Heineken aconteceu na manhã desta quinta-feira, durante entrevista coletiva à imprensa local em que a petista fez um balanço de seus primeiros meses à frente do Poder Executivo municipal. “Sem sombra de dúvida, o maior desafio de todos foi a pandemia, que se manifestou de muitas maneiras: seja pela doença e pelos óbitos; seja pela cessação das atividades econômicas; seja pelo fato de a pandemia ter fechado as escolas. Então, nós tivemos repercussão em todas as áreas da vida social. Vencer isso e garantir às pessoas que elas podem viver com segurança e com esperança não é pouca coisa.”

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Prefeita destacou que PJF segue em busca de novos investidores para a cidade e que retomada do desenvolvimento econômico é vista como prioridade (Foto: Carlos Mendonça/PJF)

Após reconhecer qual foi a maior dificuldade de seu ano inicial, Margarida fez projeções de algumas ações que devem ser desenvolvidas por sua gestão em 2022. “Nós temos o compromisso de avançar muito na oferta da saúde pública para a população. Além disso, também vamos avançar muito na oferta dos serviços de educação infantil e de vagas em creche para as crianças de Juiz de Fora. Eu assumi o compromisso de que, até o final do meu mandato, todas as crianças de Juiz de Fora teriam vagas”, disse. Cabe lembrar que, na última terça-feira, quando aprovou o projeto de lei da Prefeitura que trata da Lei Orçamentária Anual para 2022, a Câmara remanejou e reservou um total de R$ 5,1 milhões para que o Município zere a fila de espera por vagas na rede conveniada de creches municipais, que, em outubro, possuía 912 crianças de zero a 5 anos.

A prefeita disse ainda que Juiz de Fora continuará buscando soluções para a mobilidade. Vamos iniciar o viaduto da (Rua) Benjamin Constant, que vai fazer o binário com o viaduto Hélio Fadel, e vamos também começar a projetar a trincheira na Avenida dos Andradas, também para transpor a malha ferroviária. No início do ano, vamos entregar a quarta adutora. Então tem muita coisa pra fazer no ano que vem”, disse. Orçada em R$ 35 milhões, a adutora citada por Margarida está sendo construída na Zona Norte e visa ampliar a capacidade de transporte da água das unidades de produção da companhia até o Centro, garantindo maior estabilidade na distribuição do produto para todo o município.

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Margarida destaca diálogo e participação popular

Durante o balanço de seus primeiros 12 meses de mandato, a prefeita exibiu uma apresentação em que destacou vários pontos e ações realizadas entre janeiro e dezembro deste ano. Foram ressaltados, por exemplo, os trabalhos de vacinação e de reforço da infraestrutura de saúde para o enfrentamento da pandemia, que impôs uma realidade dura no primeiro trimestre. A prefeita também pontuou a subvenção dada pelo Município para o sistema de transporte coletivo urbano, o que evitou um aumento na tarifa dos ônibus. “Mantivemos o valor da tarifa de 2019. Subvencionamos. É isso que outras cidades, agora, terão que fazer. Subsidiamos o direito do trabalhador a usar o transporte coletivo a R$ 3,75. Quanto custava a gasolina em 2019?”, questionou Margarida.

A prefeita ainda destacou ações de solidariedade e combate à fome e à pobreza desenvolvidas na atual Administração. Outro ponto ressaltado foram as criações das mesas de diálogo para a solução de conflitos urbanos e os processos de informatização e desburocratização dos trabalhos administrativos da Prefeitura. “Hoje você consegue tirar um alvará pelo celular. Isso é um grande avanço. Mas temos que avançar mais. Desenrolar é um direito do cidadão”, disse, citando o programa Desenrola JF.

A prefeita ainda pontuou o que considera como principais marcas de seu primeiro ano à frente do Município. “Temos três marcas. A primeira é o diálogo e a participação popular. Tudo que fizemos agora foi conversando. Conversando com quem quis conversar. A segunda marca é a nossa convicção profunda de que a cidade é um bem comum e é de todas e de todos. Não é simples. Existe uma cultura elitista. Mas nós apostamos em fazer diferente. A terceira é a convicção de que o desenvolvimento precisa ser sustentável, mas, ao mesmo tempo, inclusivo, e, obviamente, voltado para o futuro”, afirmou a prefeita.

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Soluções de zeladoria demandarão de maiores esforços

Margarida ainda falou sobre o programa Boniteza, focado na realização de ações de zeladoria no espaço público de Juiz de Fora. “A cidade está muito melhor cuidada do que estava em janeiro. Isso qualquer pessoa é capaz de reconhecer. Nós avançamos muito, fizemos um grande trabalho para, por exemplo, evitar aquela situação calamitosa que estava instalada em janeiro deste ano”, considerou a prefeita. Além da questão estética, Margarida considera que as ações são de grande importância para evitar a incidência de problemas, como alagamentos e buracos nas vias. A solução de tais situações, contudo, requerem maiores esforços.

“Agora, mesmo com essas chuvas fortes, nós não tivemos desastres. Então, um problema real é a pavimentação. A pavimentação em Juiz de Fora é muito ruim. A gente fica, na verdade, enxugando gelo. Enquanto nós não fizermos um esforço, que é caro, mas indispensável, de melhorar o piso com drenagem e infraestrutura, nós vamos continuar tapando buraco. Vem a chuva, volta o buraco. Nós queremos sair dessa situação. É lógico que nós vamos tapar os buracos. Mas, agora temos um Fundo Municipal de Saneamento que vai contar com recursos para fazer um grande esforço na área da drenagem. Nós vamos, na verdade, tentar resolver isso de uma forma definitiva”, finalizou a prefeita.

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