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Suspeito mandou matar jovem no Retiro para vingar morte de pai, diz polícia

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Delegado Rodrigo Rolli detalhou os crimes, praticados entre julho e novembro (Foto: Polícia Civil/Divulgação)

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A Polícia Civil desvendou o assassinato de Marlon da Silva Jardim Santos, 22 anos, praticado na noite de 18 de junho, próximo ao túnel do Bairro Retiro, Zona Sudeste de Juiz de Fora. De acordo com o titular da Delegacia Especializada de Homicídios e responsável pela investigação, Rodrigo Rolli, o crime teria sido encomendado por um jovem de 24 anos, que, supostamente, pretendia vingar a morte do pai, 47, ocorrida dentro de um estabelecimento comercial, no dia 3 de julho do ano passado, no Bairro Jardim Esperança, na mesma região. Na ocasião, o filho também chegou a ser baleado. Além do suposto mandante, um suspeito de ser o executor, 21, e um terceiro homem, 27, que teria monitorado os passos da vítima, estão presos desde agosto por meio de mandados de prisão preventiva solicitados pelo delegado à Justiça. Conforme a polícia, o crime ainda teria contado com a participação de uma mulher, 17, e de outro adolescente da mesma idade.

De acordo com o registro da Polícia Militar, o assassinato de Marlon aconteceu pouco antes das 19h na Rua Doutor Francisco Álvares de Assis. O jovem foi encontrado caído no chão com diversas perfurações à bala pelo corpo. “Ele retornava para casa, andando pelas ruas do bairro, quando foi cercado e executado. O laudo de necropsia constata seis perfurações: três na lateral esquerda do corpo, uma nas costas, uma na nádega direita e outra na perna esquerda. Todos os tiros foram dados pelas costas. Foi uma total execução e covardia por parte dos autores”, destaca Rolli.

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Segundo ele, em menos de 20 dias, a Delegacia de Homicídios já tinha todo relatório concluído com a dinâmica do crime e identificação dos suspeitos. “O jovem fora monitorado por um dos maiores e por um adolescente. Quando sentiram que era o momento para a realização do evento, deram o sinal para o executor, que chegou efetuando disparos contra a vítima, pegando ela de surpresa, o que vem a qualificar o crime.” O óbito foi confirmado ainda no local.

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As prisões preventivas dos adultos foram decretadas em 11 de agosto, quando dois deles foram presos. Já o executor, foi capturado três dias depois. “O inquérito foi relatado, e eles indiciados por homicídio duplamente qualificado – pelo motivo torpe e por dificultar a defesa da vítima – e também por associação criminosa qualificada, devido ao envolvimento de menores”, informa o delegado. Segundo ele, enquanto um adolescente é suspeito de ter ajudado a monitorar a vítima, a outra teria tentado destruir provas, retirando o celular de Marlon da cena do crime. Ela ainda teria entregado outro telefone à família. “Enviei cópia do expediente à Vara da Infância e Juventude para que adotem as medidas judiciais que entenderem cabíveis.”

Pai e filho baleados

O homicídio no Jardim Esperança que teria motivado a morte de Marlon aconteceu dentro de uma lanchonete e ainda foi presenciado por uma filha da vítima, 20, e por um advogado, 53. “Eles estavam conversando, quando entraram dois executores disparando contra o homem e demais pessoas presentes, fugindo em seguida”, disse o delegado Rodrigo Rolli na época da investigação. De acordo com ele, a motivação seria uma briga ligada ao tráfico ocorrida cerca de dez dias antes. Um dos executores, 30, era o alvo principal da Delegacia de Homicídios no ano passado, porque era suspeito de envolvimento em quatro assassinatos. “Todos os quatro envolvidos nesse caso estão presos”, indica Rolli. Segundo ele, Marlon não consta como suspeito nas investigações desse caso.

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O policial lamenta que, mesmo com a delegacia tendo solucionado o crime no ano passado, não tenha conseguido impedir outra morte por vingança. “Demos a resposta em processo criminal, mas, mesmo assim, o filho da vítima, não satisfeito, quis partir para a vingança privada.” Na visão do delegado, informações equivocadas sobre Marlon teriam circulado no meio da criminalidade. “Disseram que ele seria um dos responsáveis por ter monitorado a vítima de homicídio no Jardim Esperança, para planejarem a execução, como se ele tivesse sido um olheiro, repassando informações do cotidiano da vítima. Mas Marlon não figurou na investigação. Mesmo assim, o mandante quis levar a termo a vingança contra ele, já que os envolvidos de fato estão presos.”

O policial ainda aponta que a morte de Marlon poderia ter sido evitada. “Essa morte já estava anunciada, porque Marlon sofreu tentativa de homicídio, em 2 de novembro de 2020. Mas, infelizmente, o boletim de ocorrência foi registrado como mero disparo de arma de fogo, e esse BO não chegou à Delegacia de Homicídios, porque nossa competência são os registros de tentativas e homicídios consumados.”

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Rolli enfatiza que o assassinato de Marlon foi elucidado e encaminhado à Justiça menos de três meses depois. “Queremos mostrar que há respostas por parte da polícia judiciária, tentando fornecer, da melhor forma possível e plausível, elementos para formar convicção do Ministério Público.” Conforme o delegado, os suspeitos negaram envolvimento no assassinato, mas testemunhas oculares e veladas confirmaram a participação dos mesmos.

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