A Polícia Civil investiga o latrocínio do taxista Marcelo Vasconcelos Ribeiro, de 60 anos, encontrado morto, na madrugada desta segunda-feira (15), dentro de um táxi caído em uma vala às margens da Estrada União e Indústria, na altura do Bairro Granjas Primavera, Zona Sudeste de Juiz de Fora. De acordo com a Polícia Militar, o motorista estava deitado nos bancos dianteiros, com uma pedra sobre a cabeça, um pedaço de fio enrolado nas pernas, além de algumas marcas de perfurações no lado esquerdo do abdômen. A assessoria da Polícia Civil informou que o caso está em apuração, por meio da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos.
A PM foi acionada por volta das 3h30, após o vigilante de uma empresa – que fazia ronda pela região da estrada de acesso ao Bairro Niterói – avistar o táxi em situação suspeita, próximo a um depósito, com uma pessoa em seu interior. A polícia localizou o carro dentro de um buraco, encostado em uma árvore. Uma equipe do Samu esteve no local e confirmou o óbito da vítima, que apresentava sinais de perfurações abdominais e amassamento de crânio.
A perícia da Polícia Civil realizou os levantamentos necessários na cena do crime, e o corpo foi encaminhado para necropsia no Instituto Médico Legal (IML). Conforme a PM, o proprietário do táxi esteve no local e passou as informações sobre o motorista que trabalhava com ele, morador do Bairro São Geraldo, Zona Sul. De acordo com a PM, ele informou que teriam sido roubados o celular do taxista e a carteira dele com documentos, mas não soube dizer se haveria alguma quantia em dinheiro. O homem acrescentou que tentaram danificar as câmeras do táxi, provavelmente para dificultar a identificação dos envolvidos.
Devido ao local ermo, a PM não conseguiu mais informações sobre o crime. Segundo o delegado Rogério Woyame, a investigação segue em andamento.
Categoria lamenta morte de colega
O roubo seguido de assassinato do taxista Marcelo Vasconcelos Ribeiro chocou a categoria, que vivencia assaltos em sua rotina. “Lamentamos muito a morte desse colega. Nosso serviço já é perigoso, mesmo de dia. Eu já fui assaltado por volta de meio-dia e meia”, contou o presidente da Associação dos Taxistas, Luiz Gonzaga. Sem querer se desfazer de alguns bairros mais periféricos, ele destacou o perigo de algumas rotas, sobretudo à noite. “É uma estrada precária, sem movimento e sem condições de desenvolver velocidade no carro”, avaliou, sobre a União e Indústria. Ele ponderou não saber qual era o destino da corrida. “Não sabemos se ele foi obrigado a seguir quando chegou na altura desse bairro. Como taxista há 35 anos, já fui assaltado duas vezes. Não é fácil, ninguém traz estrela na testa. Mas temos que viver, vendo os riscos e perigos que acontecem no dia a dia para nos prevenir.”
Gonzaga acredita que os criminosos podem não ser daquela região. “Fizeram uma covardia. O problema é que, com essas leis, umas pessoas dessas são presas e depois soltas para cometerem os mesmos crimes. Isso precisa ser revisto. Foi uma tristeza, nossa classe está muito sentida.”