Ícone do site Tribuna de Minas

Temporal causa alagamentos e deslizamentos de terra em Juiz de Fora

PUBLICIDADE

Os juiz-foranos voltaram a contabilizar prejuízos após mais um temporal atingir Juiz de Fora na noite de segunda-feira (14). Pelas redes sociais, a população denunciou diversos pontos de alagamentos e novos deslizamentos em diversos bairros, sobretudo nas regiões Norte, Nordeste e Leste do município. Durante a manhã desta terça-feira (15), ainda havia pontos com acúmulo de água no Bairro Industrial, na Zona Norte.

De acordo com a Defesa Civil, foram registradas 17 ocorrências relacionadas ao temporal até a manhã desta terça. Segundo o órgão, a região Leste foi a que mais teve problemas, com nove registros; seguida pela Nordeste, com quatro. O tipo de ocorrência mais recorrente foi escorregamento de talude. Outros 11 registros foram registrados até as 16h desta terça, mas a Defesa Civil não detalhou as ocorrências.

PUBLICIDADE
Talude caiu e interditou a Rua Diva Garcia, no Linhares (Foto: Lina Oliveira)

As chuvas também se refletiram no nível do Rio Paraibuna, que voltou a chamar a atenção durante a manhã desta terça. Nas pontes da Avenida Brasil nas alturas dos bairros Manoel Honório e Santa Terezinha, a água chegava a tocar na estrutura viária. Na segunda semana de janeiro, também em função de fortes chuvas que atingiram a cidade, o trânsito na ponte Domingos Alves Pereira, a Ponte Vermelha, chegou a ser interditado em função do nível do rio. Desde então, mesmo em momentos de temporal como o que atingiu a cidade na noite de segunda, não foi mais necessário tomar a medida.

PUBLICIDADE
Com as últimas chuvas, nível do Rio Paraibuna voltou a chamar atenção (Foto: Gabriel Silva)

Encosta volta a ceder no Monte Castelo

Na Rua Enéas Mascarenhas, no Bairro Monte Castelo, Zona Norte, houve deslizamento nesta segunda-feira em um local que anteriormente já havia registrado problemas. Em 8 de janeiro, o desabamento de um muro de contenção pertencente a uma propriedade particular causou risco a uma série de residências na região. Uma lona foi colocada para evitar agravamentos do problema, e a rua chegou a ser interditada em função da movimentação de terra. Segundo a PJF, na ocasião, os proprietários foram orientados a demolir o muro.

Deslizamento deixou parte da Rua Enéas Mascarenhas, no Monte Castelo, obstruída (Foto: Gabriel Silva)

Por volta das 23h de segunda, entretanto, o temporal gerou novo escorregamento, gerando uma obstrução na altura do número 50. De acordo com Andréia Oliveira, moradora do local, os populares já estavam temerosos com a possibilidade de queda de nova parte da encosta. “A gente viu que uma parte do muro de divisa já havia deslocado (…). Quando caiu (o barranco), estava passando um ônibus. Mas, antes da queda, deu tempo de o ônibus passar. Deus deu um livramento de que não machucou ninguém”, conta.

PUBLICIDADE

Desde a primeira queda, em janeiro, os proprietários já haviam acionado uma construtora para avaliar a situação do barranco, e a Defesa Civil, segundo Andréia, orientou uma intervenção no local para evitar ocorrências mais graves. Uma residência no topo da encosta foi interditada há um mês e segue restrita até então. “Nós já entramos em contato com a Defesa Civil, até para ver se desocupa a rua e liberar o trânsito”, explica a moradora.

Segundo a Defesa Civil, a Rua Enéas Mascarenhas continuava interditada na tarde desta terça-feira, sem previsão de liberação do trecho. Conforme o órgão, a liberação parcial será feita após remoção total do material que caiu na rua e de nova avaliação. A limpeza e desobstrução da via, assim como a ligação dos ramais de esgoto que foram danificados, já foram realizadas, segundo a PJF.

PUBLICIDADE

Zona Leste

Na Rua Diva Garcia, no Bairro Linhares, Zona Leste, também ocorreu um deslizamento de barranco. Conforme a Prefeitura, a Defesa Civil esteve no local durante a noite de segunda e acionou o plano de contingência, realizando a limpeza e a desobstrução da via na manhã desta terça.

Nas últimas semanas, esta região da cidade já estava sendo monitorada por conta de movimentações de terras em encostas, inclusive com riscos de desabamento de residências.

PUBLICIDADE

No Bairro Vitorino Braga, localizado na mesma região, um escorregamento de talude de 60 metros em 11 de janeiro colocou em risco três imóveis situados na Rua Rosa Sffeir. A situação se agravou na última semana, gerando, inclusive, a demolição das residências, finalizada nesta terça.

LEIA MAIS

Além desses três pontos, também foram registrados pontos de alagamentos nos bairros Fábrica, Democrata e na Avenida JK, na Zona Norte; no Bom Jardim, Santa Terezinha, Manoel Honório, Progresso e Santa Rita, na região Leste; no Nossa Senhora das Graças, na Zona Sudeste; e na esquina da Rua Silva Jardim com a Avenida dos Andradas, na região central.

Volume de chuvas em Juiz de Fora

Segundo dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Bairro Grama, na região Nordeste, foi o que registrou o maior volume de chuvas, com 47 milímetros. Em seguida, vem o Bairro São Judas Tadeu, na região Norte, com 44 milímetros; o Monte Castelo, com 37 milímetros; e o Distrito Industrial, também com 37 milímetros. No Linhares e no Centro, foram registrados 35 milímetros de chuvas.

PUBLICIDADE

Em 15 dias, fevereiro já registrou 333 milímetros de precipitações em Juiz de Fora, segundo a Estação Automática do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), instalada no campus da UFJF. Este volume representa 167% das chuvas previstas para todo o mês. Conforme a média histórica do Inmet, são esperados, para fevereiro, 174,7 milímetros de chuvas na cidade.

Sair da versão mobile