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Motorista de aplicativo pode ter sido morto por engano

manifestacao motoristas de app by julia pessoa
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A Polícia Civil abriu inquérito para apurar a morte do motorista de aplicativo Edson Fernandes Carvalho, 21 anos, atingido por um tiro na cabeça, durante uma viagem que passava pelo Bairro Santos Anjos, na Zona Sudeste, na noite de sexta-feira (8). Segundo o delegado Rodrigo Rolli, até o momento, o caso é tratado como homicídio, e não latrocínio, que é o roubo seguido de morte, como foi cogitado no início. Conforme Rolli, o depoimento do adolescente, de 15 anos, apreendido como suspeito do crime, aponta que o carro da vítima foi confundido com o de um inimigo do adolescente e de seu comparsa, 24 anos, que ainda está foragido. Como informou o delegado, nesta segunda-feira (11), foi oficializado o Centro Socioeducativo de Juiz de Fora, para que o adolescente apreendido seja ouvido, novamente, na manhã desta terça. Ainda segundo Rolli, também irão prestar depoimentos o passageiro que estava no veículo quando aconteceu o crime, assim como o pai da vítima. “Nossa inspetoria e investigadores estão nas ruas, a fim de colher informações que possam colaborar na apuração”, ressaltou.

A morte de Edson causou grande comoção. No sábado, motoristas realizaram uma manifestação no período da tarde, com adesão superior a 500 veículos, conforme estimativa da Associação dos Motoristas de Aplicativos (Amoaplic). No momento do crime, o motorista transportava dois passageiros, pai e filho, de 29 e 7 anos, que não se feririam. Depois de ser baleado na região da nuca, a vítima perdeu o controle da direção e capotou. Em um primeiro momento, os policiais chegaram a cogitar que se tratava de acidente de trânsito, porém, o disparo na cabeça e o depoimento do passageiro levaram a polícia a crer que seria uma tentativa de assalto.

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O adolescente foi capturado em flagrante pela Polícia Militar no domingo, menos de 48 horas após o episódio. Ele foi apreendido em sua casa, no Bairro Santa Cândida, Zona Leste. Conforme o tenente Evaldo Medeiros, coordenador de policiamento da 135ª Companhia, a apreensão do suspeito foi possível após informações repassadas pela comunidade, via 190. Para a corporação, isso demonstra confiança no trabalho policial. O oficial destacou que, no sábado, um jovem de 18 foi preso pela PM por ter dado fuga ao adolescente e ao comparsa. Além da participação no crime, ele ainda foi flagrado com drogas. O suspeito foi levado para a delegacia, ouvido e liberado.

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No domingo, a Polícia Militar continuou a fazer diversas ações em busca dos suspeitos, sendo a maioria delas no Bairro Santa Cândida. O adolescente foi localizado em sua casa. Além da participação no crime, ele estava foragido do Polo de Evolução de Medidas Socioeducativas (Pemse), uma ONG localizada no Bairro Granjas Bethânia, que abriga garotos que cumprem medidas socioeducativas. O local atende adolescentes do sexo masculino, sentenciados ao cumprimento da medida socioeducativa de semiliberdade, que permite saídas temporárias para visitar familiares.

Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), o adolescente cumpria medida cautelar de semiliberdade desde o dia 21 de agosto. Ele havia sido autorizado a ir à casa dos pais no dia 2 deste mês, devendo retornar no dia 3, o que não aconteceu. Desde então, ele estava com mandado de recaptura em aberto. Antes, ainda conforme a Sejusp, o garoto chegou a ficar acautelado em regime fechado, entre 27 de dezembro de 2018 e 20 de agosto deste ano. Por questões de segurança, a Sejusp não informa infrações cometidas pelos adolescentes.

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Adolescente nega ser autor dos disparos

Quando foi localizado, o adolescente confessou aos militares a participação no homicídio, mas nega ser o autor dos disparos. Sua versão aos policiais dá conta de que ele, antes do crime, estaria usando drogas na companhia de um amigo em um pasto, situado nas proximidades da Rua Todos os Santos. Segundo o documento policial, quando estavam no local, seu amigo teria recebido uma mensagem no celular informando de que indivíduos de outros bairros, chamados por ele de “alemão” – uma gíria para apontar inimigos -, estariam armados e circulando de carro pelo bairro. Logo depois, segundo o relato do adolescente, ele e seu amigo viram o veículo de Edson Fernandes Carvalho passando, e o carro seria do mesmo modelo e cor que seus desafetos estariam.

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