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Obras no Bairro Industrial estão prestes a ser finalizadas

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Tribuna visitou obras e verificou que asfaltamento no Acesso Norte já está sendo finalizado (Foto: Felipe Couri)
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A primeira etapa das obras no Bairro Industrial, Zona Norte de Juiz de Fora, que visa a solucionar o problema das enchentes da região, está prestes a ser completada. A Tribuna esteve no Acesso Norte (Avenida Garcia Rodrigues Paes) na última quinta-feira (4) para verificar o andamento das intervenções e conversar com moradores e comerciantes da região. As margens do Rio Paraibuna receberam um dique de contenção, que atuará como barreira física contra vazamentos e infiltrações. Além disso, a galeria que liga o Córrego Humaitá ao Paraibuna foi ampliada. No local das obras, a estrutura do asfalto do Acesso Norte estava sendo finalizada.

Inicialmente, as obras, que começaram em agosto do ano passado, estavam previstas para se encerrarem até o dia 31 de abril. Entretanto, a expectativa é que sejam entregues antes do prazo, de acordo com Fernanda Alves, representante da Associação de Moradores do Bairro Industrial. Por conta da ampliação da vazão do córrego, os moradores perceberam que o fluxo da água tem sido mais ágil, o que alimenta uma expectativa positiva para o resultado das intervenções.

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“Antes, víamos que a água ficava um pouco mais represada, mas a Prefeitura nos informou, em todas as reuniões junto aos moradores, que, para ser resolvido o problema aqui, precisa ser feita a obra concreta. No caso, está sendo feita só a primeira fase da obra, então precisa ser feita também a segunda fase, que depende da liberação do empréstimo, então ainda tem essa parte burocrática para enfrentar”, diz Fernanda.

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A região do Bairro Industrial, tida como prioridade para o Município na solução de problemas decorrentes da chuva, integra a lista de locais que serão beneficiados com o empréstimo de R$ 420 milhões pleiteado pela Prefeitura. Em março do ano passado, a prefeita Margarida Salomão (PT) assinou a sanção da legislação municipal que autorizava o Município a contratar a operação financeira. Entretanto, a Administração municipal informou à Tribuna que ainda aguarda a aprovação federal.

Moradora há 16 anos do Bairro Industrial, Fernanda explica que as enchentes já acontecem há décadas no local. Apesar da expectativa positiva quanto às obras, a representante da Associação de Moradores destaca uma outra preocupação, que é o descarte irregular de lixo à beira do córrego e do Rio Paraibuna.

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“Todos os dias o pessoal da obra tem que tirar caminhão de entulho que os moradores estão depositando aqui. É preciso que os moradores também tenham essa consciência de que não se deve fazer o descarte irregular, tanto no Paraibuna quanto no córrego, porque isso vai afetar, e aí não tem dinheiro, nem obra que seja feita que vai resolver, se as pessoas não tiverem a consciência de que elas precisam se educar também.”

Preocupação com córrego

Proprietário de uma retífica de motores na Avenida Garcia Rodrigues Paes há cinco anos, Edmilson Dias dos Reis já presenciou a via inundar diversas vezes, sendo que, em pelo menos três, seu estabelecimento teve prejuízos. “Nós não conseguíamos chegar no estabelecimento porque a água chegou na porta, nem mesmo os clientes chegavam. Sempre foi uma área muito afetada pelas chuvas”, conta. “Com as construções lá para cima, em São Pedro, o córrego está recebendo muita água de captação que não tem pra onde ir, por isso que enche e depois vai acontecendo essa inundação.”

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O Córrego Humaitá é uma preocupação constante entre os comerciantes e moradores da região, considerando que é a principal causa dos alagamentos registrados na região. Aos 62 anos, Márcio Ribeiro Braga mora no bairro desde quando tinha 15 anos. Apesar de sua rua, Augusto Mariani, não registrar enchentes, durante grande parte da sua vida Márcio auxiliou outros vizinhos quando ocorria o problema.

“Estamos torcendo para que essa obra seja, realmente, de uma melhoria significativa”, diz. “Espero que tenhamos um bom retorno, mas eu acho que só isso não é o necessário. O nosso problema maior é o córrego. Quando vier o volume de água, com certeza ele vai jogar para fora e, quando isso acontece, ele vem pela faixa de esgoto. Você costuma escutar no seu ralo, dentro de casa, o barulho da água voltando. Então, às vezes você não mora na beira do córrego, mas a água vem voltando até chegar na nossa casa, aí a casa está enchendo por dentro de um banheiro, por dentro da cozinha, um ralo”, conta.

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