No primeiro dia útil após a Prefeitura decretar o fechamento de grande parte da atividade econômica em Juiz de Fora, o movimento no Centro foi grande e, como consequência, os ônibus urbanos também operaram com grande demanda, como foi observado nas ruas desta segunda-feira (8). Muitos tiveram que embarcar em coletivos lotados, com muitos passageiros em pé. O fato chama atenção porque uma das determinações do novo decreto que cria a faixa roxa permite somente usuários sentados nos ônibus. Há também a exigência de as empresas operarem com 100% da frota.
Por volta das 7h, a linha 601 (Jardim Cachoeira -Via Monte Castelo) estava lotada, segundo o usuário Sandro Souza. “Estava cheio, com muita gente em pé. Inclusive o cobrador não estava pedindo (a utilização de) máscara para as pessoas, porque havia umas três pessoas sentadas sem máscara do lado do cobrador”, denuncia.
Também nas primeiras horas da manhã, o usuário Wando Costa encontrou o ônibus que faz a linha 722 (Santa Cruz) cheio na viagem sentido Bairro/Centro. “Manteve a mesma coisa de sempre, com muita gente em pé. Foi falado que ia manter a frota de 100% dos veículos na rua, mas não é isso que estamos vendo. O que a gente está vendo é muita gente em pé, pouco ônibus e pouco horário”, lamenta.
Outro usuário do transporte coletivo urbano ouvido pela Tribuna, mas que pediu para não ser identificado, também relatou lotação acima do permitido e pessoas sem máscara nas linhas 315 (Jardim Esperança), e 304 (Caeté).
Veículos mais vazios
A trabalhadora doméstica Maria Aparecida Souza também utilizou a linha 722 (Santa Cruz) do transporte coletivo na manhã desta segunda-feira. De acordo com ela, o veículo não estava lotado, respeitando as regras de ocupação anunciadas pela PJF. “Nos outros dias, o ônibus estava muito cheio. Mas hoje, não. Também não tinha ninguém em pé”, afirma.
A taxa moderada de usuários também foi notada por Ivanete Rodrigues na linha 423 (Bom Jardim). “O ônibus que eu utilizo geralmente não anda muito cheio. Só (fica lotado) depois das 18h”, observa.
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Empresas de ônibus dizem se organizar
Questionada sobre a exigência de circulação de 100% da frota dos ônibus, a assessoria da Associação Profissional das Empresas de Transportes de Passageiros de Juiz de Fora (Astransp) informou que “as empresas estão se organizando para tentar atender ao decreto conforme elaborado, mas buscam abertura de negociação com a Prefeitura para adequação de acordo com a demanda real de passageiros, cuja monitorização é feita em conjunto com a Secretaria de Mobilidade Urbana (SMU)”. A Astransp não mencionou se tem realizado ações de orientação e/ou fiscalização com relação ao número de passageiros e o uso de máscara dentro dos veículos.
Mais de cem veículos abordados pela fiscalização
Já a assessoria da SMU, comunicou que os agentes de transporte e trânsito realizaram fiscalização quanto à lotação dos ônibus; se estavam excedendo o número de passageiros sentados e cumprindo o quadro de horários. “No período da manhã, a vistoria dos ônibus ocorreu nos pontos de chegada dos principais corredores de acesso ao Centro.” Até as 16h, 221 veículos foram abordados, sendo que 16 foram flagrados com passageiros acima da lotação pela manhã.
Com relação à frota em circulação, a SMU confirmou que a contabilização está acontecendo “para conferir se as empresas estão ou não cumprindo a determinação de retorno de 100% dos quadros de horário.” Não foram informadas possíveis sanções em caso de descumprimento.
No final do tarde, a SMU informou que tomou ciência dos problemas que impossibilitam a operação imediata de 100% dos ônibus do Consórcio Via JF. Segundo a pasta, foi realizado, em conjunto com as empresas, um ajuste emergencial para as linhas mais demandadas. Já o Consórcio Manchester está operando com a totalidade de sua a frota.