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Apoiadores do Governo de Jair Bolsonaro vão às ruas em Juiz de Fora

manifestacao bolsonaro by leonardo costa

Foto: Leonardo Costa

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Juiz-foranos foram às ruas da região central de Juiz de Fora, nesta terça-feira (7), Dia da Independência do Brasil, para apoiar o Governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O ato atende a convocação nacional e acontece em meio à escalada da crise institucional entre o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF). Alinhados à agenda nacional, os manifestantes reivindicaram a destituição de ministros da Suprema Corte e a implementação do voto impresso, além de “liberdade de expressão”.


O movimento estendeu-se das 10h às 12h30. Os militantes concentraram-se na Praça Jarbas de Lery, no Bairro São Mateus. Em seguida, saíram em passeata pela Avenida Presidente Itamar Franco rumo à Praça Antônio Carlos, onde o movimento foi dispersado. Em Juiz de Fora, o ato foi capitaneado pelo Movimento Brasil Republicano, formado por grupos como Nas Ruas, Direita Minas, Direita Juiz de Fora e Família de Direita. O deputado federal Charlles Evangelista (PSL) e a deputada estadual Sheila Oliveira (PSL) estavam presentes na manifestação.

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Foto: Leonardo Costa

O organizador Deusimar de Souza Lima, filiado ao Direita Juiz de Fora, ressaltou o alinhamento à agenda defendida por demais apoiadores de Bolsonaro em protestos simultâneos pelo Brasil, como o que ocorreu na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF), onde o presidente discursou na manhã desta terça-feira. “São três as pautas nacionais: liberdade de expressão, voto auditável e impresso e o impeachment dos ministros Alexandre de Moraes e Luis Roberto Barroso.” Em 20 de agosto, Bolsonaro encaminhou ao Senado o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Entretanto, o pleito foi rejeitado pelo presidente da Casa, senador Rodrigo Pacheco (DEM).

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Foto: Leonardo Costaa

À Tribuna, Deusimar referiu-se à conduta do STF como “ditadura da toga”, uma vez que, conforme o organizador, a Corte investiga, julga e prende pessoas arbitrariamente. “As pessoas são livres para falar. Mas nossas redes sociais estão sendo fechadas. Grupos e lideranças estão sendo tolhidos simplesmente por expressar ideias e opiniões. Não estamos defendendo o fechamento do Congresso e do STF. Apenas queremos que sejam preservadas as nossas liberdades.” Deusimar exemplificou sua fala com a prisão do deputado Daniel Silveira (PTB). Ele foi preso em fevereiro, após fazer apologia ao Ato Inconstitucional 5 e defender o fechamento do STF.

Frases de ordem em cartazes e faixas erguidos em meio à aglomeração – como “STF ditadura de toga”, “Voto impresso auditável” e “Quando trocamos liberdade por segurança, perdemos ambas” – reforçavam as pautas definidas pelos organizadores. Entretanto, alguns participantes estendiam as reivindicações para o fim do foro privilegiado e para a destituição de todos os ministros da Suprema Corte. Além disso, outros pediam “Intervenção com Bolsonaro no poder” e “Criminalização de todos os comunistas do Brasil”. Sobre esses pleitos, Deusimar afirmou que pautas inconstitucionais são defendidas por grupos menores. “A nossa organização e o nosso grupo não estão pedindo isso. Estamos dentro do que a Constituição determina.”

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O organizador Alex Cohen, do Movimento Brasil Republicano, endossou o discurso de Deusimar sobre liberdade de expressão. “Queremos tanto para um lado quanto para o outro. As pessoas estão sendo presas, estão perdendo monetização nos canais do YouTube por conta do que falam.” Às vésperas das manifestações desta terça, Bolsonaro, inclusive, editou, na segunda, medida provisória para limitar a remoção de contas e perfis de redes sociais. O texto passa a exigir justa causa e motivação para a remoção anteriormente prevista pelo Marco Civil da Internet.

Passeata até a Praça Antônio Carlos

Apoiadores do Governo fizeram passeata da Praça Jarbas de Lery até a Praça Antônio Carlos (Foto: Leonardo Costa)

Embora a mobilização estivesse marcada para as 10h, os apoiadores se concentraram na Praça Jarbas de Lery pouco antes. Durante a concentração, o trânsito na Avenida Presidente Itamar Franco, sentido Centro, foi desviado entre a Rua Padre Café e a Rua Manoel Bernardino.

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A maioria dos participantes estava trajada com vestimentas em verde e amarela e muitos estavam envoltos em bandeiras do Brasil. A maior parte dos manifestantes usava máscaras de proteção contra a Covid-19. O ritmo da mobilização foi dado pela organizadora Ana Paula Brackx, que estava sobre um caminhão de som. Ela puxava palavras de ordem como “Liberdade!” e “Voto impresso”. Além disso, a aparelhagem tocava músicas como “Brasil, mostra a tua cara” e “Eu te amo, meu Brasil”. Jingles com tom eleitoral sobre Bolsonaro também foram veiculados.

Antes de deixarem a Praça Jarbas de Lery rumo à Praça Antônio Carlos, os apoiadores entoaram um Pai Nosso e cantaram os hinos do Brasil e da Independência. A mobilização, previamente autorizada pela Polícia Militar, iniciou a caminhada em direção à praça por volta das 11h.

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Durante o percurso, a Tribuna flagrou provocações entre apoiadores de Bolsonaro e moradores de prédios da Itamar Franco contrários ao presidente da República na altura do cruzamento com a Rua Oscar Vidal. Entretanto, conforme a Polícia Militar, a manifestação foi tranquila e nenhuma ocorrência relacionada ao ato foi registrada.

A dianteira da passeata chegou à Praça Antônio Carlos por volta de meio-dia, horário previsto pela organização para o início da dispersão. Após palavras finais e cânticos de ordem, os apoiadores voltaram a rezar o Pai Nosso e a cantar o Hino Nacional. A mobilização esvaiu-se a partir de 12h25.

Foto: Leonardo Costa
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