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Ônibus atropela e mata cachorro de estimação no Centro

Ônibus atropela e mata cachorro de estimação no Centro
(Foto: Reprodução / Redes Sociais / Vitinho)
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Um homem, de camisa amarela, bermuda e chinelos se debruça sobre um corpo branco que repousa no asfalto cinza. É um cachorro. O homem balança o animal, enquanto chora e grita desesperadamente, repetindo seu nome, quem sabe na esperança de que recobre a consciência e volte a lhe lamber o rosto. O cachorro Antônio permanece imóvel. 

As patas traseiras estão cobertas por um tecido comprido e sacos plásticos pretos, enquanto um pedaço de papelão tapa apenas a cara do animal. As patas dianteiras, esticadas. Ao cobrirem por completo o corpo, o homem faz questão de apontá-lo e destacar: “Antônio! É o nome dele! Antônio!”.

Enquanto a população grita em coro por “justiça”, interrompendo o trânsito no meio da esquina entre as ruas São Sebastião e Batista de Oliveira, o homem em situação de rua permanece o tempo todo lá, acariciando pela última vez seu animal de estimação.

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O caso aconteceu na noite de quarta-feira (4), no Centro de Juiz de Fora. As imagens foram publicadas, por volta das 22h, nas redes sociais do vereador Vitinho (PSB),  que explica: “Aconteceu agora há pouco, o ônibus (da linha 439) passou por cima da cabeça do cachorro. Um cachorro conhecido aqui no Centro, todos gostam dele. Cachorro de um morador de rua, super bem cuidado, eu já conhecia o cachorro. O ônibus passou por cima da cabeça dele e, simplesmente, o motorista não prestou socorro”.

“Em muitos casos, o motorista não tem culpa do atropelamento do animal, muitas vezes o animal entra na frente. Mas, o que não pode é acontecer acidente e a pessoa não prestar socorro (…), é o mínimo que a gente pode fazer, estando certo ou errado. E é a segunda vez que isso acontece comigo, em relação à empresa Ansal (Via JF)”, se indigna o parlamentar. Ele afirmou que estava indo para a delegacia, apresentar um boletim de ocorrência.

Segundo atropelamento de cachorro por ônibus no ano

A Polícia Militar esteve no local prestando suporte, e informou que o registro foi encaminhado para a autoridade de polícia judiciária para demais apurações. “O motorista do coletivo se apresentou para fornecer a sua versão e disse que não percebeu que o ônibus havia acertado o cachorro. Ele ainda reiterou que teria prestado socorro integral ao cachorro caso tivesse verificado que o animal foi ferido”, detalha a PM.

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A Tribuna questionou à Prefeitura de Juiz de Fora quais ações a Secretaria de Bem-Estar Animal realizará referente ao caso (o segundo neste ano). Em 31 de janeiro deste ano, outro cachorro foi atropelado, também por um ônibus, no Bairro Linhares, Zona Leste de Juiz de Fora. A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) abriu um inquérito para investigar o ocorrido. Na ocasião, de acordo com a Polícia, o motorista depôs que não percebeu e que foi informado, minutos depois, por passageiros, que havia atropelado o animal. A Tribuna entrou em contato com a PCMG, pedindo atualizações sobre o inquérito e questionando se o segundo caso também será investigado.

O Consórcio Via JF enviou nota à reportagem, afirmando que lamenta o caso mais recente. Confira, na íntegra:

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“O Consórcio Via JF esclarece que, por volta das 18h15 desta quarta-feira, um ônibus que operava a linha 439 se envolveu  em um incidente na Rua São Sebastião, esquina com a Rua Batista de Oliveira, que infelizmente resultou no atropelamento de um cachorro que atravessava a via de forma inesperada.

A ocorrência está sendo apurada com base nas imagens do veículo, que serão analisadas para o total esclarecimento dos fatos. O procedimento segue com o acompanhamento das autoridades competentes, e a empresa irá colaborar  integralmente com a investigação.

O Consórcio lamenta profundamente o ocorrido, manifesta solidariedade ao tutor do animal e reitera seu compromisso com a segurança viária, o bem-estar coletivo e o cumprimento da Lei de Proteção Animal (Lei nº 14.064/2020).

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Todas as medidas protocolares foram adotadas imediatamente, incluindo o registro do boletim de ocorrência por parte do motorista e o acionamento dos órgãos responsáveis”.

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