A discussão sobre a demanda de reabertura da porta de urgência e emergência do Hospital João Penido foi apresentada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, na manhã dessa quarta-feira (4), a pedido do deputado Roberto Cupolillo (Betão- PT). Uma comissão composta por lideranças locais, vereadores e outras instituições relacionadas foi levada à Belo Horizonte para falar sobre o impacto causado pela falta do atendimento. Durante a sessão, os representantes juiz-foranos pontuaram a dificuldade de acesso da população ao serviço. A comissão vai continuar o trabalho, estudando quais são as possibilidades de oferta desse tipo de atenção em saúde na região.
O atendimento de urgência e emergência no hospital teve as portas fechadas sob a alegação de que seriam necessárias reformas, como foi pontuado durante a audiência. Os integrantes da comissão solicitaram que o atendimento seja retomado na instituição, de modo que a Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG) e a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) possam recuperar o debate sobre essa possibilidade. Houve, durante o ano passado, uma série de conversas e negociações entre a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), que administra o hospital, e a PJF, mas as propostas feitas pelo Executivo não teriam sido aceitas pela Fundação. O atendimento está suspenso há cinco anos, embora a população da região tenha feito inúmeras manifestações durante esse tempo.
O vereador Marlon Siqueira (MDB), que integra a comissão de vereadores que discute o tema, explicou que, com a mudança do Governo, de Fernando Pimentel (PT) para Romeu Zema (Novo), foi preciso reapresentar o problema e realinhar as informações. “Esperamos que a nova gestão possa abrir os caminhos e ter maior vontade política para resolver essa demanda. Esperamos que a porta de urgência e emergência seja reaberta, assim como o ambulatório.”
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Durante a audiência, a Superintendência Regional de Saúde, que representou o Governo mineiro, afirmou que o Estado não teria recursos para bancar o custeio das atividades de urgência e emergência no João Penido. Já a administração do hospital alegou que o serviço não foi interrompido por conta das obras, mas por não ter sido inserido na rede de urgência e emergência do Município, ou seja, não poderia retomar o atendimento por conta própria. Outros problemas, como falta de profissionais e condições de trabalho, também foram abordados.
Pleito por uma UPA
De acordo com o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Jorge Ramos, um dos encaminhamentos dados na audiência é o pedido de estudo sobre os indicadores populacionais da cidade e de outros distritos da região. Ele considera que esses dados poderiam subsidiar o pedido de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) tipo dois ou três. Para Ramos, essa possibilidade também precisa ser estudada. “O financiamento de uma UPA é compartilhado, tem recursos do Ministério, do Estado e do Município. No nosso entendimento, seria muito mais fácil dividir essa responsabilidade, do que deixá-la apenas sobre o João Penido.” Juiz de Fora hoje comporta o número limite de UPAs, três unidades de acordo com o número de habitantes.
Segundo o presidente, ter uma UPA na região Nordeste supriria a necessidade da população. “Hoje só os bairros do entorno somam mais de 51 mil pessoas. Um estudo sério ajudaria a atualizar o número e verificar se é possível a instalação de uma UPA sem prejudicar as unidades já existentes.” A comissão seguirá discutindo esse encaminhamento e outras propostas que possam vir a ser levantadas.