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Sinttro afirma que empregos de cobradores serão mantidos

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Um dia após cerca de 20 trabalhadores do transporte público realizarem protesto independente contra a possível extinção do cargo de cobrador em Juiz de Fora, o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Juiz de Fora e Região (Sinttro) reafirmou que os empregos de quem ocupa atualmente a função serão mantidos. Embora não haja garantias de manutenção do posto de trabalho de cobradores – diante das inovações com a bilhetagem eletrônica e dos novos ônibus já adaptados a essa nova realidade -, o presidente do Sinttro, Vagner Corrêa, lembra que o acordo coletivo da categoria com as empresas proíbe demissões sem justa causa. Além disso, o próprio Consórcio Via JF, que hoje é responsável pela maioria das linhas de ônibus, assegura absorver essa mão de obra em outras funções dentro das próprias viações.

Vagner ressalta que o Sinttro vem trabalhando ao longo dos anos para proteger os trabalhadores. “Desde 2016, quando assumimos, lutamos para manter os empregos dos cobradores, porque os empresários já vinham falando que iriam acabar com os cargos.” Ele recorda que, entre 2017 e 2018, foi feita uma lei municipal garantindo esses postos de trabalho, mas a mesma foi derrubada judicialmente após as empresas alegarem inconstitucionalidade. “Já fizemos vários movimentos sobre isso, paralisações, conversamos com a categoria. Mas nos últimos três anos, com a evolução da bilhetagem eletrônica, as empresas apertaram cada vez mais a classe trabalhadora. E a forma de proteger os trabalhadores foi essa: a cláusula do acordo coletivo, de que nenhum trabalhador pode ser demitido. Queremos tranquilizar a todos sobre a manutenção dos trabalhos.”

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O sindicalista também cita a Lei Municipal 14.209/2021, que, da mesma forma, garante os empregos, mas não os postos de trabalho dos cobradores. “Fomos eleitos para representar os trabalhadores, e tudo foi aprovado em assembleia. Então precisam confiar em quem os representa, e não dar ouvidos a pessoas que querem se promover, deixando-os à mercê de serem demitidos por algum movimento ilegal”, dispara o presidente do Sinttro, se referindo à manifestação independente de terça-feira (2), ponderando que, em ano eleitoral, há muito jogo político envolvido.
Vagner acrescenta que, apesar de todas as garantias, se ainda houver demissão de cobrador, é necessário procurar o sindicato. “Vamos defender o trabalhador. Se houver alguma demissão injusta, vamos reabilitá-lo ao trabalho. Estamos de portas abertas para atender a todos.”

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Protesto pela manutenção dos empregos dos cobradores foi feito na terça-feira (Foto: Felipe Couri)

JF conta com mais de mil cobradores, segundo sindicato

Mais de mil pessoas trabalham atualmente como cobrador de ônibus em Juiz de Fora, conforme projeção do Sinttro. No dia 18 de dezembro, o Consórcio Via JF anunciou que a transição dessa função no serviço de transporte público já iria começar a acontecer de forma gradual, com as viagens sem trocador aos domingos, mediante a chegada de 108 novos coletivos zero quilômetro. Assim como o sindicato, as empresas garantem que a iniciativa não resultará em demissões, pois os colaboradores estão sendo qualificados para novas funções.

O presidente do Sinttro, Vagner Corrêa, ressalta que os empregos serão mantidos diante da requalificação para outros postos de trabalho dentro das próprias empresas de ônibus nas quais já atuam. “Quem quiser vai poder ser motorista, lavador, limpador, eletricista, mecânico, fiscal, vendedor de bilhete.” Inclusive cursos estão sendo oferecidos pelo Sest/Senat. “Estamos orgulhosos de começarmos o ano dando sequência na agenda de qualificação de cobradores”, destaca o Consórcio Via JF. “São quase dois anos buscando trazer os nossos profissionais para a sala de aula. A nossa parceria com o Sest/Senat capacita e forma profissionais através dos cursos e aulas com profissionais com experiência de mercado. Todos saem com certificação profissional e aptos a assumirem novas oportunidades profissionais.”

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Carrocerias vencidas

Apesar dos ônibus novos, alguns veículos com a carroceria datada de dez anos ainda circulam na cidade, como mostrou matéria publicada pela Tribuna. “Com relação aos veículos que continuam circulando com idade avançada, é importante ressaltar que […] eles estão sendo substituídos gradativamente. Porém, existem alguns carros que estão com adesivos de 2013, quando na verdade eles são 13/14, e o que vale é o ano modelo da carroceria, que é 2014. Vamos corrigir essa divergência ainda em janeiro/2024”, afirmou o Consórcio Via JF, por meio de nota, acrescentando que, com os veículos recém-chegados, Juiz de Fora terá 50% de sua frota renovada.

Denúncia de desvio de dinheiro

Sobre a apuração realizada pelo Consórcio Via JF relacionada a um suposto esquema criminoso, que teria envolvimento de 134 funcionários e teria desviado cerca de R$ 50 mil dos caixas de coletivos, o Sinttro afirma estar acompanhando a denúncia, embora a mesma ainda não tenha sido formalizada ao sindicato. A possível fraude teria sido descoberta por meio das câmeras instaladas nos ônibus.
“Qualquer dúvida que o trabalhador tiver, o sindicato está de portas abertas. Temos advogado para defender a todos, gratuitamente.” O sindicalista observa que, se a pessoa cometeu má conduta, a empresa pode responsabilizá-la. “Ainda assim, temos a obrigação de defendê-la, não vamos abdicar.”

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